Crédito Pessoal

Crédito pessoal: O que ter em conta e os cuidados a ter

Quer contratar um crédito pessoal com as melhores condições do mercado? Com este guia, conheça as principais informações sobre este produto.

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Crédito pessoal: O que ter em conta e os cuidados a ter

Quer contratar um crédito pessoal com as melhores condições do mercado? Com este guia, conheça as principais informações sobre este produto.

Contratar um crédito pessoal é uma decisão que não deve ser tomada por impulso, mesmo quando existe uma necessidade prioritária na sua vida.

Por exemplo, aumentar os seus conhecimentos por meio de um curso, ir de férias, fazer um tratamento de saúde ou estético, podem ser objetivos prioritários para si. E ao não ter dinheiro suficiente para pagar a pronto, recorrer a um financiamento acaba por ser a sua única opção para concretizar os seus "sonhos". Mas deve ter em conta que a prestação que fica a pagar vai ter um impacto no seu orçamento familiar durante alguns anos.

Por isso, é preciso reunir o máximo de informação sobre este produto financeiro para garantir que consegue a melhor solução para si. Para ajudá-lo com esta missão, criámos um guia sobre o crédito pessoal, onde fica a saber as caraterísticas deste produto, como funciona, os encargos associados, como comparar propostas, os seus direitos e deveres e cuidados a ter para evitar cair em certos esquemas e burlas.

O que vai encontrar neste guia:

O que é um crédito pessoal e quais as finalidades que existem?

O crédito pessoal é uma das modalidades do crédito ao consumo. Ou seja, este é um produto financeiro que se insere dentro da categoria do crédito ao consumo, tal como o crédito automóvel, os cartões e linhas de crédito e facilidades de descoberto.

No entanto, quando opta por contratar um crédito pessoal, as taxas de juro variam bastante consoante a finalidade do seu crédito. Estas dividem-se em duas categorias:

  • Finalidade de educação, saúde, energias renováveis ou locação financeira de equipamentos;
  • E sem uma finalidade específica, onde não tem qualquer garantia associada.

Se escolher um crédito pessoal sem uma finalidade específica, as taxas de juros são significativamente mais elevadas em comparação aos créditos pessoais com uma finalidade específica.

Leia ainda: Qual o melhor crédito pessoal para cada objetivo?

Quais as condições de acesso para contratar um crédito pessoal?

Atualmente, a maioria das entidades financeiras facilita bastante as condições de acesso para contratar um crédito pessoal, principalmente quando escolhe a aprovação de um empréstimo online em 48 horas.

Contudo, existem sempre algumas condições básicas de acesso como:

  • Ter mais de 18 anos e a idade máxima no final do contrato não ultrapassar os 75 anos. Atenção que em algumas entidades, a idade máxima pode ser inferior.
  • Residir em Portugal;
  • Possuir uma situação financeira e profissional estável. A nível de rendimentos, as instituições financeiras avaliam os recibos de vencimento ou recibos verdes, a declaração de IRS e nota de liquidação e o extrato da conta bancária. Através deste último, é verificado como é que o cliente faz a gestão da sua conta, se fica com saldo negativo, por exemplo, ou se chega ao final do mês sempre com alguma folga. Estes fluxos ajudam a instituição de crédito a perceber qual o potencial risco de incumprimento associado àquela pessoa. Quanto à estabilidade profissional, pode ser pedida uma declaração emitida pela entidade empregadora que ateste o tipo de contrato de trabalho que tem.
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  • Taxa de esforço pouco elevada: Antes de concederem um empréstimo, as instituições financeiras avaliam sempre a taxa de esforço dos clientes, tendo em conta a nova prestação de crédito que ficam a pagar. Caso não saiba, a taxa de esforço mostra qual a percentagem do rendimento total do agregado familiar que é afeto a prestações de crédito. Para o seu crédito ser aprovado, a sua taxa de esforço não pode ultrapassar os 50% do total dos rendimentos (tendo já em consideração o novo crédito). Pode apurar o valor da sua taxa, usando o simulador de taxa de esforço.
  • Não estar em incumprimento: Como pode ler mais adiante, entre os documentos pedidos para celebrar um contrato de crédito pessoal está o Mapa de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal. Este mapa indica todos os créditos contratos que tem por liquidar. Ao falhar o pagamento de uma mensalidade, este incumprimento fica registado neste mapa. E como o banco tem acesso ao mesmo, no caso de existir qualquer incumprimento, o pedido do seu crédito pessoal é negado.

Leia ainda: Crédito recusado: O motivo pode estar nos documentos que enviou

Como funcionam as taxas de juro no crédito pessoal?

Uma das dúvidas mais comuns relativamente ao crédito pessoal é: como funcionam as taxas de juro? Quando se fala de taxas de juro, há uma tendência a se pensar como estas são aplicadas tal como no crédito habitação. No entanto, as taxas de juro são fixadas de forma diferente num crédito habitação e num crédito pessoal.

Ou seja, no crédito habitação, os juros são fixados tendo em conta as taxas Euribor ou swaps (no primeiro caso a prestação varia consoante a evolução das Euribor, no segundo a prestação mantém-se igual em todo o período em que vigorar a taxa fixa). Já num crédito ao consumo, este rege-se por taxas máximas definidas pelo Banco de Portugal trimestralmente. Os valores máximos fixados são definidos tendo em consideração os praticados no trimestre anterior.

Contudo, mesmo sem uma ligação direta ao Banco Central Europeu (BCE), quando existe uma subida de juros por parte do banco central, esta acaba por se refletir em todos os créditos. E como tal, os juros no crédito pessoal também sobem, pois as instituições financeiras sofrem um aumento dos encargos para se financiarem.

TAEG máximas no crédito pessoal

Olhando para as Taxas Anuais Efetivas Globais (TAEG) máximas fixadas pelo Banco de Portugal, os juros no crédito pessoal têm aumentado para valores que não se registavam há vários anos. No quarto trimestre 2024, o Banco de Portugal fixou nos contratos com finalidade de educação, saúde ou energia renovável, a TAEG de 9,3%, o valor mais alto desde 2010.

Quanto aos contratos sem uma finalidade específica, a TAEG máxima que pode ser aplicada no quarto trimestre é de 15,8%, o valor mais elevado desde 2014.

Mas face aos valores do trimestre anterior, estamos perante um período de estabilização. Ainda assim, há alguma expectativa de que nos próximos trimestres as taxas desçam, precisamente porque estamos a passar por um período de descida das taxas de juro no crédito.

Nota: Estes são os valores das TAEG máximas que as instituições de crédito podem aplicar num trimestre específico. No entanto, não significa que se contratar um crédito pessoal tenha esta TAEG. Pode sempre ter uma TAEG menor, mas nunca superior. É aconselhável que antes do início de cada trimestre, consulte a página do Banco de Portugal para saber qual o valor das taxas máximas.

Leia ainda: Crédito ao consumo: Taxas máximas no 4º trimestre

Taxa fixa e taxa variável

Outro ponto a salientar, é que pode ter uma taxa de juro fixa (pagando a mesma prestação durante todo o contrato, sabendo desde o início o montante total de juros a pagar) ou variável (é aplicada ao capital em dívida e revista com uma periodicidade idêntica à do indexante, a taxa de juro de referência).

O mais comum nos créditos pessoais é ter um contrato com uma taxa fixa. Porém, se tiver uma taxa variável, saiba que os encargos que podem ser praticados estão limitados ao regime das taxas máximas, referidos anteriormente. Contudo, isto aplica-se apenas no momento da contratação.

Qual é o montante mínimo e máximo que posso pedir?

Em termos gerais, estão definidos montantes mínimos e máximos de financiamento no crédito ao consumo, sendo o mínimo de 200 euros e o máximo de 75 mil euros.

Além dos limites de financiamento, os bancos podem condicionar o valor do empréstimo tendo em conta os seus rendimentos e o seu endividamento. Afinal, os encargos com créditos podem totalizar, no máximo, 50% dos seus rendimentos.

Ou seja, imagine que os seus rendimentos correspondem a 1.500 euros. No máximo, pode contrair créditos cujas prestações não superem os 750 euros. Mas para ter acesso a um crédito pessoal com uma prestação de 750 euros, não pode ter mais nenhum empréstimo a decorrer.

O valor do empréstimo pode ainda depender de alguma garantia que possa apresentar. No crédito pessoal não é tão recorrente, mas, no caso de estaremos perante montantes elevados podem ser pedidas garantias.

Quais são os prazos limites que existem?

Quanto aos prazos limites de um crédito pessoal, o Banco de Portugal definiu a possibilidade de duas maturidades máximas. Regra geral, um crédito pessoal pode ter a duração máxima de sete anos. Mas se o financiamento tiver a finalidade de educação, saúde ou energias renováveis ou automóvel, o prazo pode estender-se até a um máximo de 10 anos.

Leia ainda: Crédito pessoal online: Conheça as condições e os prazos

Que diferenças existem entre pedir um crédito a dois ou a sete anos?

As principais diferenças que existem entre pedir um crédito pessoal a dois ou a sete anos, é que quando opta por um financiamento com uma maturidade mais longa, fica a pagar uma prestação menor, mas a longo prazo, o contrato de crédito fica mais caro. Se pedir um crédito pessoal com um prazo mais curto, a sua prestação mensal é mais elevada, mas o custo total é mais baixo, pois paga menos juros.

A título de exemplo, imagine que vai contrair um crédito de 8 mil euros, onde será aplicada uma TAN de 10,5%. Ao pagar o empréstimo no espaço de dois anos vai ficar com uma prestação de 371,01 euros e os juros totais rondam os 904 euros. Ou seja, o seu crédito pessoal tem um custo final de 8.904 euros.

Caso alargue o prazo para sete anos, a sua prestação desce para 134,89 euros. No entanto, os juros totais vão aumentar para cerca de 3.330 euros, ficando o custo total do empréstimo em aproximadamente 11.330 euros. O que significa que ao aumentar o seu crédito pessoal de dois para sete anos teria um aumento de 2.426 euros.

Quais são os custos associados a um crédito pessoal?

Um dos erros mais comuns ao "pedir" um crédito pessoal, é não fazer contas a outros encargos que tem com o seu empréstimo, além da prestação mensal. Afinal, existem comissões e impostos que tem de suportar e podem ter um impacto na sua carteira, se as suas finanças pessoais estiverem "apertadas".

Entre estes encargos estão:

  • Comissões com a abertura do processo ou de tratamento da documentação. O valor pode rondar os 3% do montante de financiamento, mas também há instituições de crédito que podem cobrar um valor fixo, que costuma rondar os 500 euros. Contudo, esta é a única comissão que tem de pagar, exceto se se atrasar no pagamento das suas prestações ou amortizar antecipadamente o crédito.
  • E o imposto do selo, cujo valor depende do prazo de financiamento, como pode ver na tabela abaixo.

Destino

Imposto do Selo

Montante dos juros e comissões cobradas

4%

Financiamento com prazos inferiores a 1 ano

0,141%/mês

Financiamento com prazos superiores ou iguais a 1 ano e inferiores a 5 anos

1,76%

Financiamento com prazos superiores ou iguais a 5 anos

1,76%

Capital em dívida para os créditos de duração indeterminada

0,141%/mês

Leia ainda: Pedido de crédito pessoal: Conheça as características e os custos

Por último, se quiser antecipar o pagamento do seu crédito pessoal, pode ter de pagar uma comissão de reembolso antecipado. A comissão que tem de pagar tem de estar indicada no seu contrato. Contudo, quando tem um crédito pessoal com uma taxa de juro fixa, a comissão de reembolso antecipado não pode ultrapassar os seguintes valores:

  • 0,5% do valor pago pelo cliente - se faltar mais de um ano para o final do contrato;
  • 0,25% do montante reembolsado - caso falte um ano ou menos para o final do contrato.

Ao contratar um crédito pessoal indexado a uma taxa variável, nenhuma instituição de crédito pode cobrar qualquer comissão por amortização antecipada.

Leia ainda: Tenho uma poupança extra. Devo amortizar um crédito pessoal?

Como calcular o custo total do crédito?

Para calcular o custo total do seu crédito pessoal, deve perceber o significado e a diferença de algumas taxas. Afinal, estas siglas vão surgir nas suas simulações e na informação pré-contratual do seu crédito.

Uma das primeiras taxas que surge relacionada com o seu crédito é a Taxa Anual Nominal (TAN). Embora esta taxa reflita os juros do seu crédito, ela não inclui outras despesas relacionadas com a contratação do seu empréstimo. Logo, não vai mostrar o custo total do seu crédito pessoal. Com isto, não quer dizer que não seja importante perceber o seu significado.

A TAN é obrigatória em todos os contratos de crédito, sendo aplicada durante o período de um ano. Se os juros forem pagos mensalmente, para apurar quanto vai pagar pela TAN tem de dividir o valor desta taxa anual por 12 meses. Embora fazer este cálculo possa ser importante, não fique preso a uma TAN mais baixa. Ter uma TAN mais baixa, não significa que o custo do crédito pessoal seja o mais baixo.

Para apurar o custo total, precisa de olhar para a Taxa Anual Efetiva Global (TAEG) do seu crédito. No fundo, é esta taxa que serve de comparação entre propostas, pois indica o custo total do crédito para o consumidor.

Leia ainda: Proposta de crédito: As taxas a que deve estar atento

No cálculo da TAEG estão incluídos os seguintes encargos:

  • Juros;
  • Comissões;
  • Impostos;
  • Seguros obrigatórios (quando aplicável);
  • Comissão de manutenção de conta à ordem, quando a abertura é obrigatória para a gestão do empréstimo (apenas quando se aplica);
  • Remuneração do intermediário de crédito (não vinculado), quando a remuneração é paga pelo consumidor,
  • Entre outras despesas associadas ao contrato de crédito pessoal.

De fora do cálculo da TAEG, ficam apenas os valores relativos a incumprimentos das obrigações, comissões de reembolso antecipado e custos notariais.

Caso queira saber qual vai ser a TAEG final aplicada ao seu crédito, esta informação consta na Ficha de Informação Normalizada (FIN) na secção "Custo do crédito".

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É possível simular um crédito pessoal?

Atualmente, quase todas as instituições de crédito têm disponíveis no seu site um simulador de crédito pessoal. Se continua indeciso sobre o valor do financiamento e o prazo do empréstimo, através deste tipo de ferramenta pode simular diversos cenários até encontrar o valor da prestação mais benéfica para si, tendo em conta os seus objetivos.

Além das próprias instituições de crédito, o Banco de Portugal disponibiliza um simulador de crédito aos consumidores. No entanto, o uso deste pode ser mais complexo, pois tem de preencher a TAN aplicável ao seu crédito pessoal, entre outros dados mais específicos.

Já se quiser saltar alguns passos e ver diversas ofertas num só lugar, saiba que existem plataformas independentes de comparação de créditos. Nestas plataformas, pode comparar as taxas de juro, comissões, seguros associados e outros encargos, consoante o valor de financiamento e o prazo pretendido.

Porém, caso pretenda acelerar o processo e não ter de perder tempo à procura das melhores propostas do mercado para si, pode recorrer a um intermediário de crédito que não cobra por prestar este serviço. Desta forma, apenas tem de disponibilizar certas informações e os documentos obrigatórios para contratar um crédito pessoal, e o intermediário de crédito apresenta a proposta mais vantajosa dentro da sua rede de parceiros.

Nota: Ao fazer várias simulações, não se foque apenas na prestação. Compare sempre o MTIC e a TAEG, pois só assim terá a noção do crédito pessoal mais barato.

O que significa uma simulação vs uma pré-aprovação?

Simplificando, uma simulação de crédito é uma projeção de quanto pode pagar por um determinado financiamento. Ao inserir dados mais gerais, como o montante de financiamento, prazo do contrato e, por vezes, a idade do titular, fica a saber quanto pagaria por mês, segundo uma taxa de juro padrão (que não tem em conta fatores determinantes para aprovação de um crédito).

Embora as simulações de crédito sejam importantes para ter uma noção de quanto pode pagar por um crédito pessoal, estes dados servem apenas como uma referência. Afinal, nenhum banco é obrigado a manter as condições apresentadas numa simulação.

Por isso, o ideal é comparar várias simulações em diferentes instituições de crédito, e posteriormente pedir uma pré-aprovação do crédito que oferece as melhores condições para si.

Caso não saiba, para obter uma pré-aprovação, o banco precisa que envie certos dados e documentos para determinar o risco de financiamento. Desta forma, é possível analisar a sua taxa de esforço, rendimentos do seu agregado familiar e se tem uma situação profissional estável. Após esta análise, as condições apresentadas, desde a TAN, TAEG, MTIC, podem mudar significativamente. Mas a grande diferença é que as condições apresentadas na pré-aprovação são mais seguras e, por norma, não sofrem grandes alterações do que é proposto, caso o seu crédito pessoal seja aprovado.

Leia ainda: Simulação e aprovação de crédito: Quais as principais diferenças?

Que documentos preciso de apresentar para contratar um crédito pessoal?

Embora os documentos solicitados para contratar um crédito pessoal variem consoante a instituição financeira, se quiser agilizar o seu processo de análise e de aprovação, reúna os seguintes documentos:

O impacto do histórico de crédito e como ler o mapa de responsabilidades do Banco de Portugal?

Pode ter dúvidas sobre o motivo dos bancos darem tanta importância ao Mapa de Responsabilidades do Banco de Portugal. Na verdade, este mapa é decisivo para os bancos aprovarem um novo crédito, pois conseguem medir a sua taxa de esforço e verificar se existem incidências (se está numa situação de incumprimento em algum financiamento). Caso existam, o provável é que estas causem repercussões na aprovação de qualquer crédito.

O Mapa de Responsabilidades contém informações sobre todos os créditos que possui de valor igual ou superior a 50 euros, e está ordenado por instituição de crédito. Ou seja, é possível consultar todos os seus créditos, estando as suas prestações em dia ou em atraso. Contudo, se pagou a totalidade do montante em dívida de um crédito em outubro, essa dívida não deve constar no mapa referente a outubro, divulgado em novembro.

Outro ponto a salientar é que o mapa apresenta as suas responsabilidades efetivas, mas também responsabilidades potenciais sobre os seus financiamentos. Em termos de responsabilidades efetivas, constam no mapa informações sobre:

  • Créditos para aquisição de habitação;
  • Créditos para compra de automóveis, de mobiliário e de outros bens de consumo ou serviços;
  • Empréstimos para aquisição de títulos, como obrigaçõesações, etc.;
  • Operações de locação financeira (leasing) e de factoring;
  • Montantes utilizados de cartões de crédito;
  • Descobertos em contas bancárias;
  • E desconto de letras e outros efeitos comerciais.

Quanto às responsabilidades potenciais, o mapa pode apresentar: valores não utilizados de cartões de crédito, linhas de crédito contratadas, fianças e algum aval, garantias prestadas pelas entidades participantes e outras facilidades de crédito suscetíveis de serem convertidas em dívidas efetivas.

Como aceder ao mapa de responsabilidades do Banco de Portugal?

Para aceder ao mapa de responsabilidades, entre no site do Banco de Portugal, através da área de "particulares". Existem duas opções para obter o seu mapa: através da Base de dados de Contas e da Central de Responsabilidades de Crédito (CRC).

Na opção da base de dados de contas, pode consultar a informação no seu nome sobre: contas de depósitos, de pagamentos, de créditos e de instrumentos financeiros. Mas se pretender limitar esta informação aos créditos que possui no seu nome, opte pela opção da CRC.

Selecionada a opção que pretende, tem de escolher a data que quer consultar os seus créditos, indicando o mês e o ano. Para continuar, precisa aceitar a política de dados pessoais e as condições de acesso por via eletrónica à Base de Dados de Conta ou à CRC.

Depois, para ter acesso ao seu mapa, vai ter de autenticar-se usando as credenciais de acesso ao Portal das Finanças ou com um leitor do cartão de cidadão e o seu respetivo PIN. Para terminar, abra ou guarde o seu mapa em formato PDF e termine a sua sessão.

Nota: Quando acede à CRC pode consultar o mapa de responsabilidades até ao período máximo de cinco anos.

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Como ler a informação presente no mapa?

Se for a primeira vez que vai ler o mapa de responsabilidades de crédito, pode ter alguma dificuldade em compreender toda a informação apresentada. Mas como existem 13 campos de destaque, explicamos os dados que pode encontrar em cada um.

Os 13 campos do mapa de responsabilidades de crédito:

  • Identificação do titular do mapa: nome e o número de identificação fiscal (NIF/NIPC) do titular do mapa, bem como o país de residência.
  • Responsabilidades de crédito relativas à data selecionada: a data a que se refere a informação presente no mapa de responsabilidades.
  • Tipo de responsabilidade: por cada crédito está referido se o titular é devedor ou avalista/fiador do contrato.
  • Produto: produto financeiro correspondente a cada contrato de crédito, por exemplo, crédito pessoal, crédito automóvelcrédito habitação, cartão de crédito, ou outros.
  • Tipo negociação: totalmente nova (sem qualquer renegociação/renovação), renegociação regular (sem incumprimento), renegociação por incumprimento (por falta de pagamento) e renovação automática (renovado sem envolvimento ativo do cliente).
  • Litígio judicial: quando o banco recorreu aos tribunais para recuperar o valor em dívida ou o devedor contestou judicialmente o crédito.
  • Início e fim: data do início e data prevista para amortização total do contrato.
  • Número de devedores: o número de devedores no contrato, se não for o único titular.
  • Montante total em dívida: valor que ainda tem de reembolsar no contrato. Inclui capital que ainda não foi posto a pagamento nas prestações (capital vincendo), capital que devia ter sido pago, mas não foi (capital vencido). Também está incluído o montante dos juros e valores vencidos, mas os juros que ainda não foram colocados a pagamento, não aparecem.
  • Montante e entrada em incumprimento: mostra o valor total de pagamentos em atraso e a data de entrada em incumprimento.
  • Prestação e periodicidade: o valor que o titular suporta, periodicamente, com o crédito. Por exemplo: prestação de 200 euros com periodicidade mensal.
  • Garantias: garantidas para assegurar que o dinheiro emprestado é reembolsado (quando aplicável). Encontra neste campo o tipo, valor total e o número de garantias associadas ao contrato, por um código numérico de quatro algarismos (legenda na última página do mapa).

Nota: Estas informações constam no mapa de responsabilidades de crédito, mas também pode aceder ao mapa agregado, que é uma síntese desta informação.

Leia ainda: Como saber se as minhas dívidas de crédito estão liquidadas?

Quais são os direitos do consumidor em relação ao cancelamento de um contrato de crédito?

Por norma, há algumas dúvidas sobre a possibilidade de cancelar um contrato de crédito. Segundo a legislação (artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 133/2009) é possível arrepender-se e revogar um contrato de crédito no prazo de 14 dias a contar da data da sua celebração ou data que recebeu o exemplar do contrato. Este cancelamento não requer qualquer justificação, mas precisa de cumprir certos requisitos.

Ou seja, caso se arrependa de ter celebrado um contrato de crédito, deve enviar uma declaração em papel ou noutro suporte duradouro à disposição do credor, no prazo estipulado de 14 dias, e cumprir com o estipulado no ponto referente ao direito de livre revogação pelo consumidor.

Ao exercer o direito de revogação do seu contrato de crédito, saiba que terá de suportar certos encargos. Estes são relativos ao período decorrido entre a assinatura e o momento em que reverteu a sua decisão, mas também pode ser aplicada uma indemnização por eventuais despesas não reembolsáveis pagas pelo credor a qualquer entidade da Administração Pública. Deve realizar este pagamento num prazo não superior a 30 dias após ter enviado a comunicação.

Leia ainda: Renegociar um crédito pessoal: Que condições posso alterar?

Cuidados a ter antes de contratar um crédito pessoal

Embora contratar um crédito pessoal lhe permita realizar certos objetivos, é preciso ter alguns cuidados antes de dar este passo.

Alguns dos cuidados que deve ter são:

  • Pondere se esta é a melhor solução para concretizar o seu objetivo: um crédito pessoal tem juros, comissões e encargos associados, o que acaba por tornar o valor final a pagar superior ao valor do bem ou serviço que comprou. Logo, se conseguir poupar o valor que necessita durante uns meses, fazendo posteriormente a aquisição a pronto pagamento, vai poupar um valor significativo.
  • Analise todos os encargos e condições do seu crédito pessoal: através da TAEG e do MTIC consegue perceber o custo total do seu crédito. Mas deve olhar para a Ficha de Informação Normalizada (FIN) para ler com atenção as condições de utilização (como ter de abrir uma conta bancária à ordem nesse banco), o montante total do empréstimo, prazo, condições de reembolso, garantias e condições do reembolso antecipado e custos do crédito.
  • Verifique se a entidade consta na lista aprovada pelo Banco de Portugal para conceder um crédito pessoal: Antes de contratar um crédito pessoal online, para evitar cair em burlas, consulte a lista de instituições registadas. Se não constar, não forneça qualquer informação pessoal.
  • Fique atento a promessas muito tentadoras em comparação com as restantes instituições de crédito: Embora possa apanhar uma campanha promocional, tenha em conta que existem burlas feitas em nome de instituições financeiras de confiança. E para detetar estes esquemas, precisa confirmar o domínio do site, os contactos apresentados e se é direcionado para a página oficial das redes sociais.
  • Não aceite um contrato de crédito pessoal onde peçam o pagamento antecipado de certos encargos, nem onde tenha de dar como garantia os seus bens móveis ou imóveis. Por norma, estas burlas promovem um financiamento fácil, rápido, sem custos e burocracias. Ou seja, é apresentado um crédito pessoal onde a sua concessão não requer uma análise prévia. No entanto, para libertar o valor financiado é preciso pagar uma comissão, seguros, impostos ou até uma taxa de transferência internacional antecipadamente. Mas nenhuma instituição de crédito credível pede este pagamento antes de assinar o contrato. Por fim, se pedirem como garantia os seus bens, não aceite. Estes esquemas podem ter vários formatos, mas costumam ser feitos por particulares e com taxas de juro altíssimas. Confirme se está a contactar com uma entidade credível.

Leia ainda: 7 cuidados a ter na contratação de um crédito pessoal

Consolidação de Créditos: O que é, quando é aplicável e quais são as vantagens e desvantagens?

Se já tem mais do que um crédito ao consumo, como um crédito automóvel, cartões de crédito por liquidar e até um crédito pessoal, existe uma hipótese de reduzir os encargos com estes financiamentos através da consolidação de créditos.

Ao consolidar os seus créditos, vai liquidar os financiamentos que estão a decorrer e ficar apenas com um crédito. Isto quer dizer que ao ter financiamentos em várias instituições de crédito, passa a dever a uma única entidade.

No entanto, a forma como este capital em dívida vai ser pago é diferente. Quando consolida os seus créditos junta todas as prestações numa única. E, por regra, a taxa de juro que lhe é apresentada num único crédito é mais baixa do que a média dos juros praticados nas diferentes linhas de financiamento.

Mas se pretende um alívio no seu orçamento mensal, o crédito consolidado permite aos consumidores reduzirem até 60% dos encargos com as suas prestações. E para algumas pessoas, esta folga financeira pode rondar as centenas de euros.

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Quais os requisitos para consolidar os seus créditos?

A nível de requisitos para consolidar os seus créditos, tem de garantir que não está em incumprimento. Ou seja, que não tem nenhuma prestação em atraso. Caso tenha, tem de obrigatoriamente regularizar o que estiver em incumprimento antes de pedir um crédito consolidado.

Além disso, a consolidação de créditos implica que tenha dois ou mais créditos ao consumo, uma vez que este produto é apenas indicado para quem tem múltiplos financiamentos.

E, por fim, o banco vai analisar a sua taxa de esforço e se tem uma situação profissional estável. Caso tenha uma taxa de esforço elevada ou o banco identifique algum risco em conceder-lhe o crédito, pode exigir garantias adicionais. Por exemplo, o banco pode pedir para adicionar um fiador ao contrato ou dar como garantia um bem imóvel (crédito consolidado com hipoteca).

Vantagens e desvantagens do crédito consolidado

Começando pelos aspetos positivos, o crédito consolidado tem várias vantagens que merecem ser assinaladas, como:

  • Obter uma poupança mensal, criando assim um alívio no seu orçamento familiar que pode chegar às centenas de euros por mês.
  • Acesso a uma taxa de juro final mais baixa do que a média das taxas de juros de todos os créditos ao consumo;
  • Menos preocupações ao cumprir as suas obrigações, pois passa a ter apenas um único pagamento mensal a uma entidade credora.
  • Possibilidade de ter acesso a mais um financiamento, caso precise, uma vez que o crédito consolidado reduz a sua taxa de esforço.
  • O processo de aprovação pode ser simples e rápido se recorrer a um intermediário de crédito experiente. Desta forma, pode esclarecer todas as suas dúvidas e poupar centenas de euros rapidamente, sem ter custos adicionais com o acompanhamento profissional.

Desvantagens

Embora o crédito consolidado permita uma poupança mensal bastante atrativa, também existem alguns pontos a ter em consideração que não são tão positivos. Já aqui referimos que nem todas as pessoas são elegíveis para consolidar os seus créditos.

No entanto, a principal desvantagem está associada ao habitual alargamento do prazo do financiamento, o que leva a um aumento do custo total do crédito. Por isso, deve ter em consideração se está perto de liquidar alguns créditos e os montantes que tem em dívida. Se os prazos de amortização terminarem em breve ou a dívida por liquidar for pequena, a consolidação pode não compensar.

Ao decidir avançar com a contratação de um crédito consolidado, precisa de refletir sobre o destino que vai dar à poupança mensal que vai obter. Caso contrário, pode cair na tentação de recorrer a mais créditos e aumentar o seu endividamento.

Assim, não se esqueça que o objetivo é equilibrar as suas finanças e conquistar uma folga no seu orçamento para poupar. Dito isto, pode usá-la para reforçar o seu fundo de emergência ou para amortizar o seu crédito. Ao apostar na amortização, tem a hipótese de reduzir o montante em dívida, diminuindo o total de juros do seu contrato.

Leia ainda: Renegociar um crédito pessoal: Que condições posso alterar?

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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