Completar um curso é um objetivo para grande parte das pessoas. Ter uma especialização e conhecimentos numa determinada área permite abrir novas portas no mercado de trabalho e, idealmente, melhorar a vida financeira. Contudo, há quem não consiga suportar os custos associados e, por isso, tenha de procurar financiamento num empréstimo para estudantes.
Há várias instituições de crédito a oferecer este tipo de produto, que costuma ter melhores condições do que um crédito pessoal sem finalidade específica. Ainda assim, quem quer fazer um curso profissional pode ter algumas dúvidas sobre se pode ou não recorrer a este tipo de empréstimo.
Fomos ver as propostas de alguns bancos para perceber o que é possível pagar com um destes créditos.
Mas antes, que tipos de formação profissional existem?
O ensino e formação profissional pode assumir várias modalidades. Neste caso, vamos destacar três: os cursos profissionais, os cursos de especializações tecnológica e os cursos técnicos superiores profissionais.
Cursos profissionais
Os cursos profissionais correspondem a formação ao nível do ensino secundário e permitem a obtenção de dupla certificação (escolar e profissional). Assim, quem os completa tem o nível quatro do Quadro Nacional de Qualificações (QNQ).
Estes cursos são lecionados em escolas da rede pública, em escolas profissionais públicas e privadas ou em estabelecimentos de ensino particular e cooperativo.
Cursos de Especialização Tecnológica (CET)
São cursos de formação pós-secundária, que conferem o nível cinco do QNQ. São lecionados em estabelecimentos de ensino público, particular e cooperativo, escolas tecnológicas, escolas de hotelaria e turismo do Instituto do Turismo de Portugal ou nos centros de formação profissional do IEFP.
Cursos Técnicos Superiores Profissionais
Os cursos técnicos profissionais são formações de ensino superior, mas que não conferem nenhum grau académico. Em vez disso, quem completa estes cursos recebe um diploma de técnico superior profissional.
São lecionados em alguns instituições do ensino superior politécnico e instituições privadas.
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Que créditos existem para pagar os estudos?
Quem precisa de financiamento para pagar um curso pode recorrer ao crédito pessoal sem uma finalidade específica ou ao crédito pessoal com finalidade de educação. E é para este último que vamos olhar. Como dissemos acima, as taxas de juro são, geralmente, mais baixas do que no crédito pessoal multifinalidades.
Para ter uma ideia, a taxa anual de encargos efetiva global (TAEG) máxima definida pela Banco de Portugal para o terceiro trimestre de 2024 é de 15,8% no crédito sem finalidade específica e de 9,2% no crédito para educação.
Que despesas posso pagar com um empréstimo para estudantes?
As ofertas das instituições de crédito não são todas iguais. Algumas delas apenas anunciam a possibilidade de pagar a inscrição e as propinas, mas outras estendem o financiamento ao material que possa ser necessário, à estadia fora da zona de residência e à alimentação no local de frequência do estabelecimento de ensino.
Que níveis de ensino estão abrangidos?
Mais uma vez, as ofertas diferem de banco para banco. Alguns só financiam cursos a partir da licenciatura, outros alargam a cursos lecionados em instituições de ensino superior (onde se incluem, como vimos, cursos técnicos superiores profissionais).
No entanto, também é possível encontrar instituições financeiras a anunciar créditos para pagar uma especialização tecnológica ou cursos no ensino secundário. Neste último caso, apenas são válidos os estabelecimentos de ensino privado, até porque o ensino secundário do setor público é gratuito.
Assim, antes de avançar, é importante perceber qual o empréstimo para estudantes que financia o nível de ensino do curso escolhido.
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Que outros aspetos devo considerar num empréstimo para estudantes?
Além da abrangência do empréstimo, é importante considerar outros aspetos antes de fazer um crédito para pagar os estudos. Alguns fatores a analisar são, por exemplo, a taxa de juro, os limites de financiamento, os prazos de amortização, as comissões e a necessidade de contratar um seguro de vida.
Taxas de juro
Dependo do banco, existe a possibilidade de optar por uma taxa fixa ou por uma taxa variável associada à Euribor. Ao escolher a última opção, há bancos que obrigam a contratar a taxa a 12 meses, mas há outros que também permitem escolher a atualização a um, três ou seis meses.
Limites de financiamento
Há instituições de crédito que permitem fazer um empréstimo para estudantes a partir de mil euros. No entanto, há bancos que só concedem crédito a partir de três ou de cinco mil euros, por exemplo.
Do mesmo modo, os montantes máximos não são iguais em todo o lado. Podem ir dos três mil aos 75 mil euros e, em alguns casos, variar de acordo com o período de duração do contrato.
Prazo do contrato
De acordo com as recomendações do Banco de Portugal, os créditos pessoais com a finalidade de educação podem ter a duração máxima de 10 anos (120 meses) e esta é a prática em quase todos bancos que oferecem este produto.
Disponibilização do dinheiro
Outra das condições que é preciso negociar é a modalidade de disponibilização do dinheiro: pode ser feita em tranches anuais, semestrais ou mensais.
Período de carência
Alguns bancos têm a possibilidade de optar por um período de carência, durante o qual só se paga os juros. Este período tanto pode abranger toda a duração do curso como apenas uma parte, havendo ainda a possibilidade de estender por alguns meses após a conclusão dos estudos.
No entanto, é preciso considerar que quanto maior o período de carência, mais caro fica o crédito. Isto porque, durante esse tempo, paga-se juros sobre um capital em dívida que não diminui.
Comissões e seguros
Outros dois pontos a considerar são as comissões e os seguros. Algumas instituições financeiras oferecem condições especiais nos empréstimos para estudantes e não cobram comissão de abertura de contrato.
Ainda assim, nem todas o fazem e algumas exigem mesmo a abertura de uma conta à ordem e o pagamento da respetiva comissão de manutenção.
Por fim, é preciso considerar a obrigatoriedade de contratar ou não um seguro de vida associado ao crédito.
Para comparar propostas, analise a Ficha de Informação Normalizada (FIN) e veja qual é o Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC). Este é um indicador importante de comparação, uma vez que apresenta o custo total do crédito em euros, incluindo impostos, comissões e seguros.
Se precisa de ajuda para escolher a melhor solução para si pode pedir ajuda a um dos nossos especialistas.
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Que documentos é preciso apresentar para fazer um empréstimo para estudantes?
Mais uma vez, a documentação pode não ser igual em todos os bancos. Ainda assim, conte com a necessidade de ter de apresentar:
- Documento de identificação;
- Recibos de vencimento e/ou declaração de IRS com nota de liquidação do último ano;
- Comprovativo de morada;
- Comprovativo de IBAN;
- Comprovativo de matrícula no curso.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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