Crédito Pessoal

Renegociar um crédito pessoal: Que condições posso alterar?

Embora não seja tão comum, saiba que é possível renegociar um crédito pessoal. Conheça que condições pode alterar.

Crédito Pessoal

Renegociar um crédito pessoal: Que condições posso alterar?

Embora não seja tão comum, saiba que é possível renegociar um crédito pessoal. Conheça que condições pode alterar.

Renegociar um crédito pessoal nem sempre passa pela cabeça dos consumidores. Afinal, muitas pessoas acabam por ficar com as condições contratadas inicialmente, pois acreditam que o seu contrato só pode sofrer alterações se existir um reembolso antecipado do capital. No entanto, isso não é verdade.

Tal como acontece com o crédito habitação, há margem para renegociar um crédito pessoal com a sua instituição financeira, desde que ambas as partes cheguem a um acordo.

Contudo, tenha em conta que este tipo de empréstimo está englobado no crédito ao consumo, sendo que existem regras específicas estipuladas pelo Banco de Portugal.

Fique a conhecer como renegociar um crédito pessoal e o que deve ter em consideração antes de dar este passo.

Leia ainda: Crédito ao consumo: O que deve saber antes de avançar

Caraterísticas de um crédito pessoal

Os termos "crédito ao consumo" e "crédito pessoal" podem parecer-lhe sinónimos. Mas não são. O crédito ao consumo engloba três grandes modalidades: o crédito pessoal, o crédito automóvel e cartões e linhas crédito e facilidades de descoberto.

Colocando o foco apenas na modalidade do crédito pessoal, existem diferentes tipos de financiamento, dividindo-se em duas categorias:

  • Educação, Saúde, Energias Renováveis e Locação Financeira de Equipamentos;
  • Outros Créditos Pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades).

No que respeita à maturidade de um contrato, existem dois prazos máximos. Geralmente, o crédito pessoal pode ter a duração máxima de sete anos. Contudo, se a sua finalidade for educação, saúde ou energia renovável, o prazo pode ser alargado até ao máximo de 10 anos. É sempre importante realçar que, quanto mais longo for o prazo, mais caro vai sair o seu crédito.

Por último, quando pede um crédito pessoal, tem de ter em conta os limites mínimos e máximos estipulados para este tipo de financiamento. Na prática, os limites são os mesmos do que o crédito ao consumo. Ou seja, o mínimo é de 200 euros e o máximo de 75.000 euros. Contudo, há vários fatores que podem limitar o valor do seu financiamento, como o seu perfil de cliente, risco e garantias.

Leia ainda: O que é o crédito pessoal

Posso renegociar num crédito pessoal a taxa de juro?

Sim. É possível renegociar o regime da sua taxa de juro num crédito pessoal. Aliás, em qualquer momento, pode pedir para alterar as condições do seu empréstimo, desde que chegue a um acordo com a instituição de crédito.

Imagine, se achar que atualmente é mais benéfico passar de uma taxa fixa para uma taxa variável ou vice-versa, pode pedir ao seu banco a alteração. Se o banco aceitar, não pode cobrar-lhe qualquer comissão por esta mudança.

Contudo, se quiser tentar baixar a sua taxa de juro, esta alteração pode ser mais difícil de realizar. Mesmo que nunca tenha falhado com as suas obrigações, pode encontrar alguns entraves.

Mas lembre-se que, perante um mercado cada vez mais competitivo, os bancos não querem perder os seus clientes. Por isso, não perde nada em tentar renegociar as suas condições contratuais. No entanto, tenha em conta que deve ponderar muito bem esta mudança, olhar para o MTIC e a TAEG do seu crédito, bem como o capital e maturidade, para ver se esta alteração é realmente vantajosa para si.

Leia ainda: É possível transferir um crédito pessoal para outro banco? 

Quero alargar o prazo do meu contrato. É possível através de uma renegociação?

Por norma, esta é uma alteração possível de concretizar, desde que a instituição financeira concorde e o alargamento não ultrapasse o prazo máximo estipulado para o seu crédito pessoal. Na maioria dos casos, um crédito pessoal tem o prazo máximo de sete anos. Se o período inicialmente contratado for inferior a este prazo, é provável que os bancos não coloquem entraves ao alargamento até este limite.

Contudo, é preciso realçar que, ao estender o prazo do seu crédito pessoal, vai pagar juros durante um período superior. E esta alteração encarece o custo total do seu financiamento.

Vamos a um exemplo. Precisa de um crédito pessoal de 15.000 euros, mas está indeciso entre ter uma prestação mais baixa ou liquidar o seu empréstimo o mais rápido possível. Se for aplicada uma TAEG de 12,9%, apresentamos dois cenários que podem ajudar a tomar uma decisão.

  • Pagar o crédito pessoal em quatro anos: fica com uma prestação de 396 euros e o custo total do seu empréstimo é um pouco superior a 19.000 euros.
  • Contratar um crédito pessoal a sete anos: a sua prestação é de 265 euros. No entanto, o custo total do seu empréstimo aumenta para aproximadamente 22.300 euros.

Olhando para os dados apresentados, o crédito pessoal a quatro anos é a opção mais vantajosa, uma vez que reduz o custo do crédito em 3.000 euros. Contudo, estamos a falar de uma diferença nas suas prestações mensais de 131 euros. Logo, o mais importante é garantir que a solução que escolhe não coloca em risco o seu orçamento familiar. Por isso, faça várias simulações, para ver qual é o prazo mais adequado, tendo em conta o valor mensal que consegue suportar.

Se amortizar um crédito pessoal tenho de renegociar o contrato?

Não. Todos os consumidores têm direito a reembolsar antecipadamente um contrato de crédito. Apenas deve avisar a instituição da amortização que pretende fazer com um prazo mínimo de 30 dias. Este aviso deve ser feito ou por carta registada com aviso de receção, ou via suporte duradouro.

Quando tem uma poupança de parte e as suas finanças estão estáveis, reembolsar o empréstimo antecipadamente permite saldar na totalidade o seu crédito pessoal (reembolso antecipado total) ou reduzir o custo total do seu empréstimo (reembolso antecipado parcial).

Se o seu objetivo não for liquidar o empréstimo, vai optar por um reembolso parcial do seu crédito pessoal. Esta solução permite-lhe duas opções: reduzir a sua prestação mensal ou diminuir o prazo do empréstimo. A melhor opção depende muito dos seus objetivos. Se quer ganhar uma folga financeira, pode optar por usar o valor da amortização para baixar as suas prestações. Mas se quer extinguir o seu empréstimo o mais rápido possível, opte pela redução da maturidade do contrato.

Porém, saiba que, se o seu crédito pessoal tiver uma taxa de juro fixa, pode ter de pagar uma comissão de reembolso antecipada. Segundo as regras do Banco de Portugal, esta comissão não pode ultrapassar os seguintes valores:

  • Se faltar mais de um ano para o fim do contrato: até 0,5% do valor amortizado; 
  • Se faltar até um ano para o fim do contrato: até 0,25% do valor amortizado. 

Nota: Se o seu crédito pessoal tiver uma taxa variável não pode ser-lhe cobrada qualquer comissão pelo reembolso antecipado.

Tem mais do que um crédito ao consumo? Avalie se compensa mais renegociar ou consolidar os seus créditos

Renegociar créditos ao consumo de forma individual, nem sempre se traduz na poupança desejada. Pelo menos, para quem tem muitos créditos.

Embora a renegociação seja uma solução para reduzir os seus encargos, esta não é a única opção que tem, se tiver, no mínimo, dois créditos ao consumo (crédito pessoal, crédito automóvel, cartões de crédito, etc.) e não tiver prestações em atraso.

Afinal, pode ponderar recorrer a um crédito consolidado. O crédito consolidado permite a junção de todos os seus créditos ao consumo num só, sendo aplicada uma única prestação. Tendo em conta a média das taxas de muitos créditos ao consumo, a taxa do crédito consolidado é, por norma, mais baixa. Logo, há a possibilidade de reduzir as suas prestações de crédito até 60% por mês.

Mas saiba que, ao consolidar os seus créditos, o prazo de pagamento começa a contar do zero, podendo aumentar o valor total de juros a pagar.

Dito isto, estude bem as vantagens e desvantagens do crédito consolidado, peça várias propostas ou recorra a um intermediário de crédito, para ter a certeza se compensa negociar os seus contratos ou optar pela consolidação de créditos.

Leia ainda: 7 perguntas frequentes sobre o crédito consolidado 

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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