Crédito

Juros no crédito ao consumo atingem novos máximos

As taxas de juro estão a subir. O impacto tem sido muito visível no crédito habitação. No crédito ao consumo o cenário não é diferente. As taxas máximas dos cartões de crédito já superam os 19%.

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Juros no crédito ao consumo atingem novos máximos

As taxas de juro estão a subir. O impacto tem sido muito visível no crédito habitação. No crédito ao consumo o cenário não é diferente. As taxas máximas dos cartões de crédito já superam os 19%.

A subida de juros do Banco Central Europeu (BCE) desde 2022 tem tido um impacto significativo nas prestações do crédito habitação. Mas não é o único destino de financiamento a registar aumentos nas taxas de juro. Nas diferentes modalidades de crédito ao consumo as taxas também estão a registar subidas expressivas.

Quem contratar um crédito pessoal, sem uma finalidade específica, pode ter uma proposta com uma taxa de juro de 15,8%. Já a utilização de um cartão de crédito pode implicar o pagamento de uma taxa de juro de 19,2%, de acordo com o Banco de Portugal.

Estes são dois exemplos das taxas de juro máximas que podem ser praticadas no terceiro trimestre deste ano e que correspondem aos valores mais altos desde, pelo menos, 2015.

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Banco de Portugal determina taxas máximas

Ao contrário de um crédito habitação, cujas taxas de juro são fixadas tendo em consideração as taxas Euribor ou um swap, o crédito ao consumo rege-se por taxas máximas definidas pelo Banco de Portugal trimestralmente. Os valores são definidos tendo em consideração o que foi praticado no trimestre anterior.

Apesar de a ligação entre o BCE e o crédito ao consumo não ser direta, a verdade é que a subida de juros por parte do banco central tem influência em todos os tipos de crédito. Com a subida de juros, as instituições financeiras também têm um aumento dos encargos para se financiarem e isso é refletido nas condições de financiamento das famílias.

De uma forma transversal, as taxas de juro no crédito ao consumo estão a subir desde 2023, com os juros dos diferentes destinos de financiamento a atingirem níveis que já não se verificavam há anos.

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Crédito pessoal com juros históricos

Analisando os diferentes destinos de financiamento, é possível perceber que a taxa máxima que pode ser aplicada num contrato de crédito pessoal para educação, saúde ou energia renovável vai atingir o valor mais alto desde que há dados (2010). A taxa de juro para este fim pode ascender a 9,2% no terceiro trimestre, o que compara com o máximo de 8,5% praticado neste segundo trimestre.

Mas esta não é a taxa mais elevada. Quem contrair um crédito pessoal sem uma finalidade específica pode ver a fatia de juros corresponder a 15,8%. Esta é a taxa máxima que pode ser cobrada entre julho e setembro deste ano e que corresponde ao valor mais elevado desde o segundo trimestre de 2014.

Leia ainda: Crédito automóvel vs. crédito pessoal: Qual a melhor opção?

Juros dos cartões de crédito aproximam-se dos 20%

De todos os destinos de financiamento, os cartões e linhas de crédito, as contas correntes e as facilidades de descoberto são as que contam com a taxa de juro mais elevada. No terceiro trimestre deste ano pode ser cobrada uma taxa máxima de 19,2% neste tipo de utilização de crédito.

Em causa estão, além dos cartões de crédito, as contas ordenados, que disponibilizam um montante idêntico ao do salário que é depositado na conta. Quando um cliente usa uma parte desse valor a taxa de juro a pagar é esta.

Desde o primeiro trimestre de 2015 que não se observava uma taxa de juro tão elevada nestes destinos de financiamento. Sendo que, em 2010, quando começaram a ser definidas taxas máximas, o juro máximo de um cartão de crédito podia ser de 32,8%, substancialmente superior aos valores atualmente praticados.

Ainda assim, importa salientar que em 2010 a Europa vivia uma crise financeira e Portugal não escapou. Pelo contrário, precisou mesmo de recorrer à ajuda externa, o que tornou o acesso ao financiamento muito mais difícil.

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Crédito automóvel com juros de há 10 anos

Se analisarmos os dados referentes ao crédito automóvel, concluímos que também estão a subir de forma consecutiva, sendo que os valores praticados dependem muito do tipo de financiamento contratado.

No caso da locação financeira ou ALD, a taxa máxima que pode ser praticada nos automóveis novos é de 6,7%, já nos usados ascende a 7,2%. Estes valores são os mais altos desde 2015 e 2016. respetivamente.

Já nos contratos de crédito automóvel com reserva de propriedade, as taxas máximas para o terceiro trimestre de 2024 foram fixadas em 11,3% (carros novos) e em 14,3% (carros usados).

Os diferentes tipos de financiamento contam com taxas de juro muito diferentes, dependendo do tipo de produto ou serviço que é contratado. Consulte a tabela e saiba qual a taxa máxima que pode ser cobrada em cada destino de financiamento:

Tabela com as taxas de juro máximas que podem ser praticadas nos diferentes destinos do crédito pessoal, durante o terceiro trimestre do ano.

Leia ainda: O que é uma consolidação de créditos?

Depois de vários meses de aumentos das taxas de juro, a perspetiva é que se verifique agora alguma estabilização, com tendência de descida.

O BCE cortou as taxas de juro pela primeira vez desde 2019, o que contribui para um alívio de pressão, mas não se compromete com mais descidas, o que acaba por travar um efeito de descidas mais pronunciadas das taxas de juro.

Leia ainda: Descida de juros do BCE: Qual o impacto para as famílias?

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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