Imagem de uma mulher a fazer contas numa calculadora e com um bloco de notas - papéis, crédito, incumprimento
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Crédito

Não consigo pagar o crédito. E agora?

Sente dificuldades em pagar o crédito? Há várias opções: desde rever e renegociar despesas até pedir ajuda para conseguir pagar o crédito.

Se está a ter dificuldades em fazer face aos seus encargos com o crédito habitação, é importante manter a calma. Este é o momento para avaliar o seu contexto e perceber o que pode fazer para evitar o pior cenário, ou seja, entrar em incumprimento.

Desde rever e renegociar despesas e encargos até recorrer a mecanismos de apoio, existem algumas formas de evitar um cenário de incumprimento.

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Rever despesas para aliviar fatura mensal  

Esta é uma dica fundamental: analisar o seu orçamento familiar. Pegue num papel e numa caneta e escreva de um lado os seus rendimentos e do outro todas as suas despesas mensais. Este é o momento para perceber onde pode cortar.   

Esta pode não ser a altura ideal para gastos considerados supérfluos. Comece por aí. Todos os euros contam. E se há despesas que parecem não pesar muito no orçamento mensal, a verdade é que no final do ano a fatura pode ser elevada.   

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Renegociar o crédito habitação

A prestação do crédito habitação é, regra geral, a fatia que mais pesa no orçamento familiar. Uma das primeiras coisas que pode fazer é entrar em contacto com o seu banco, de forma a saber se existe abertura para reverem as condições do seu crédito.

Pode questionar todas as condições ao seu banco: do spread, passando pelo prazo e pelos seguros. 

Para poder reduzir os seus encargos com o crédito habitação poderá tentar várias abordagens. Claro que terá sempre de ter a aprovação do seu banco. Mas, se a sua situação permitir, pode procurar junto da instituição se não é possível reduzir o spread. Imagine que paga uma taxa de juro (spread+indexante) de 2%, associado a uma dívida de 100 mil euros, com 360 meses ainda em falta. A redução da taxa para 1,5% provoca, neste caso, uma redução da prestação de quase 25 euros.

Para reduzir o encargo imediato com o crédito habitação é possível ainda tentar renegociar o prazo do contrato. O alargamento do prazo só será possível se a ideia o permitir. Isto porque os bancos limitam a idade máxima dos clientes no final do contrato. A maioria dos bancos estipula entre os 75 e os 80 anos a idade dos clientes no final do contrato de crédito.

No caso da revisão dos contratos de seguros relacionados com a casa, é determinante rever as condições associadas, por um lado o que está incluído no seguro pode já não fazer sentido, por outro, o valor do prémio poderá descer consoante o capital em dívida.

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É possível conseguir poupar com a revisão dos seus encargos mensais, sendo que há muitas coisas que poderá fazer. Se está com dificuldades em cumprir com os seus compromissos financeiros a prioridade é encontrar formas de reduzir os encargos imediatos.

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Transferência de crédito para outra instituição

Depois de ouvir o seu banco, peça propostas à concorrência. Se lhe oferecerem melhores condições noutra instituição pode transferir o seu crédito.  

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Imagine a seguinte situação: tem um financiamento de 100 mil euros, com um spread de 1,5%, e que ainda tem cerca de 20 anos para terminar o contrato de crédito. Neste caso, a sua prestação ronda os 482 euros (se o contrato estiver indexado a uma taxa Euribor). A revisão do spread para 1,1% reduz a prestação em mais de 22 euros. Ao longo de um ano são mais de 260 euros que ficam na sua conta. 

Faça simulações da sua situação. Use a Calculadora de Transferência de Crédito Habitação e veja qual pode ser a redução dos seus encargos. 

Consolidar os créditos   

Outra forma de aliviar a fatura mensal é a consolidação de créditos. Esta opção está disponível para todas as pessoas que tenham mais do que um crédito e que não tenham entrado em incumprimento

Entre automóvel, cartões de crédito, cartões de fidelização e créditos pessoais, quantos créditos tem o seu agregado familiar? A consolidação traduz-se em contrair um crédito que permita pôr fim a todos os outros empréstimos, ficando apenas com uma única prestação. Na maioria das vezes, conseguem-se condições melhores do que a média de todos os créditos. Peça simulações e avalie esta solução. 

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Para ter uma ideia do impacto desta opção, o Miguel (nome fictício) procurou o Doutor Finanças para consolidar os seus créditos (excluindo o crédito habitação), que somavam o valor de 17.500 euros, com prestações mensais a rondar os 490 euros.  Após a consolidação, o Miguel passou a pagar por mês, cerca 250 euros, num único crédito. Com os seus rendimentos da rondar os 1.500 euros, e com um prazo a sete anos a sua taxa de esforço ficou na casa dos 29%, tendo em consideração outras despesas identificadas. O Miguel conseguiu assim reduzir em cerca 240 euros por mês os seus encargos com créditos, o que resulta numa poupança de mais de 2.880 euros anuais. 

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Mas se já está a chegar a uma situação limite...

Se se encontra numa situação extrema terá de adotar medidas extremas. Se já entrou em incumprimento com algum pagamento já só poderá falar com o seu banco para encontrar uma solução para o seu caso. Ou seja, não vale a pena procurar propostas alternativas, porque primeiro terá de resolver o seu incumprimento.

E mesmo que a sua situação seja extrema, não desanime. Haverá uma solução para o seu caso. Até porque atualmente a proteção do cliente é ainda maior, com os bancos a estarem obrigados a apresentarem soluções que permitam que o cliente regresse ao cumprimento das suas obrigações.

PARI e PERSI: o que são e como funcionam?   

Há atualmente alguns planos de ação que os bancos têm de implementar para ajudar a evitar situações de incumprimento, tendo o dever de reavaliar a situações dos seus clientes. Nos casos em que se conclui que o cliente tem capacidade de cumprir como os pagamentos, é possível apresentar um Plano de Ação para o Risco de Incumprimento (PARI). Este é um instrumento que está disponível para clientes em situações que antecedem a entrada em incumprimento.  

Mas se já se encontrar em falta com o pagamento efetivo, existe outro instrumento: o Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento (PERSI). Este último instrumento destina-se a encontrar uma solução para que o cliente cumpra com os pagamentos e que se evite um processo judicial.  

O que é que pode estar incluído nestes planos? Várias soluções, desde aumento do prazo ao adiamento do pagamento de parte do financiamento:

  • Aumento do prazo do contrato 

Estender o prazo do contrato pode ser a solução para reduzir os encargos de uma forma imediata. Contudo, saiba que este prolongamento traz consigo um aumento da fatura total dos juros. 

Imagine que tem uma dívida de 100 mil euros, de um crédito habitação, que ainda vai decorrer por mais 260 meses e que conta com uma taxa de juro (spread+indexante) de 1,3%. Recorrendo à Calculadora de Prestação de Crédito Habitação do Doutor Finanças, este financiamento corresponde a uma prestação de 441,53 euros. Se aumentar o prazo do contrato em 40 meses, para 300 meses, a prestação desce para os 390,61 euros, uma redução superior a 50 euros.

Deve ter em atenção que a fatura total dos juros passará de 14.797,40 euros para mais de 17 mil. Ou seja, o crédito fica mais caro, mas permite um alívio imediato dos encargos.

  • Carência de capital 

A carência de capital é uma solução que permite adiar o pagamento da prestação total do crédito. A carência de capital está disponível para os clientes que revelem problemas financeiros, mas que tenham perspetivas de recuperar. 

Na prática, esta solução permite a suspensão do pagamento do capital - ficando a pagar apenas os juros -, durante um determinado período. Regra geral, as instituições financeiras permitem que um cliente beneficie desta solução durante um período entre 6 e 24 meses. Mas, vai sempre depender da situação do cliente. Esta é uma alternativa que permite aos clientes terem algum tempo para recuperarem a sua estabilidade financeira. 

Leia ainda: Carência de capital: o que é e como pode representar um alívio financeiro 

  • Diferimento de capital 

O diferimento de capital permite reduzir o encargo imediato com o crédito, "empurrando" para o final do contrato uma parte significativa do empréstimo. 

Claro, que como há uma parcela significativa que fica para pagar só no final, o custo do empréstimo também será mais elevado, uma vez que os juros estão a incidir sobre uma base de dívida que não desce tão depressa como acontece com a generalidade dos contratos. No entanto, se está perante uma situação limite, esta pode ser uma opção para reduzir encargos no imediato. 

Como vê, há várias soluções para redução dos encargos mensais com o crédito. Além de ser recomendado que faça uma análise transversal aos seus encargos e reduza em tudo o que poder. Recomenda-se que faça um esforço extraordinário e elimine mesmo despesas que não queria. Pense que esta abordagem é apenas para recuperar a sua situação e evitar problemas maiores. Quando tudo se recompuser poderá voltar a fazer aquelas despesas (se ainda lhe fizerem sentido).

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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