Neste artigo pretendemos explicar quais os casos em que de facto mais valerá investir, ao invés de amortizar o crédito. De qualquer forma, deixamos o aviso que, na esmagadora maioria dos casos, a opção certa é amortizar o crédito habitação.
Factores decisivos
Os factores decisivos nesta análise são:
- Taxa de juro do crédito habitação;
- Total das prestações anuais (amortização de capital e juros);
- Taxa de juro líquida do melhor investimento garantido alternativo.
Primeiro fator
Quando a taxa de juro do crédito habitação for inferior à taxa de juro líquida do melhor investimento garantido alternativo, então mais vale investir do que amortizar. Embora este seja um caso improvável.
Segundo fator
Quando ocorre o caso contrário, taxa crédito superior à taxa de juro líquida do investimento, então já deverá ter em conta também o total das prestações anuais. E porquê? Porque existe o benefício no IRS para 30% do total de prestações pagas no crédito habitação, com limite máximo de cerca de 530 euros. E aqui, dependendo dos valores envolvidos a decisão pode ser uma ou outra (basicamente tem a ver com a relação entre o benefício fiscal que tenho e o que passo a ter)
Nestes casos é preciso ter em conta também este valor, uma vez que a partir de determinado nível de amortização deixa de se obter essa poupança. A questão é que basta gastar cerca de 1800 euros/ano em prestações para poder usufruir ao máximo dessa poupança. E para ter uma ideia, um crédito a 5% €80 000, 30 anos dá qualquer coisa como mais de 5 000 euros anuais.
Leia ainda: Crédito Habitação: Transferir ou amortizar?
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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Ainda não estou esclarecido em relação a uma situação.
posso aumentar o prazo de 30 para 50 anos no crédito á habitação, e ao fim de 5 ou 6 anos voltar para o crédito a 30 anos?
@Paulo P,
Também me parece excessiva, mas possivelmente terá seguros “caros”, não?
Boa tarde,
Recebi uma carta do meu Banco (CGD) informando-me que a minha Taxa Nominal do meu empréstimo passaria para 4,795%, e a Taxa Anual Efectiva correspondente seria de 5,276%.
Será que este diferencial entre Taxa Nominal e Taxa Efectiva (quase 0,5%) estará correcto????
Acho excessivo. Qual a Vossa opinião?
Cumprimentos.
@Ricardo
Essa ideia de amortizar em 5 anos seria boa, se os dois auferissem mais de 3000 por mês.
De facto não acredito que nenhum banco aceite essa opção em que a taxa de esforço é superior a 50%…
Exactamente o que pensei Pedro! Recusei-me a pensar que a senhora me tentasse enganar, mas passou-me pela cabeça! O que escrevi foi o que ela me disse… sendo assim, 2ª feira vou lá, e espero não encontrar a mesma funcionária.
Obrigada pelos esclarecimentos
Na CGD, sempre que quero fazer uma amortização, não tenho de avisar nada nem tenho prazos, única e simplesmente chego lá e digo quero amortizar x.
O que acontece é que o cálculo da amortização entra não na prestação imediatamente a seguir, mas sim na próxima após início do cálculo com os novos valores.
Quanto a penalizações, a minha escritura diz que não existem desde que o valor amortizado seja inferior a 50% do capital em dívida à data e não capital inicial.
@Patrícia,
???
Não entendo… Os escalões de IRS têm somente a ver com o rendimento colectável, não com o facto de haver ou não créditos.
A única diferença que amortizar o crédito habitação provoca, em termos fiscais, é que o contribuinte deixa de usufruir do benefício fiscal referente às amortizações de créditos habitação.
Bom dia! Os meus pais possuem um crédito habitação. Fiz umas continhas e acho mais benéfico amortizarem a dívida totalmente. No banco falaram-me num aspecto que desconhecia, relacionado com escalões do IRS. Disseram-me que depois de amortizada a divida, os meus pais poderiam transitar de escalão e ter que descontar mais… Já pesquisei sobre o assunto e não percebo como. Como fazer estes cálculos? Agradeço qualque ajuda!
Obrigado pela correcção, Pedro.
De facto exprimi-me mal quando falei do aumento da Euribor.
O que queria dizer, é que, no caso do Ricardo, já sendo a prestação tão alta, qualquer aumento da Euribor poderá sufocar o já apertado orçamento.
Alguns comentários.
Reduzir o prazo do crédito habitação é positivo e trará grandes poupanças a nível de juros e de exposição a flutuações das taxas de juro. Em termos percentuais, um crédito a 40 anos é mais sensível à taxa de juro do que um a 5 (i.e., quando a taxa sobe/desce, a prestação sobe/desce de forma mais acentuada).
Em relação ao caso do Ricardo, parece-me que uma prestação de €2500 para um rendimento mensal a rondar €4400 é um pouco exagerada. Como regra não devemos ultrapassar os 25-30% do rendimento bruto, o que daria qualquer coisa como ~1300.
A ideia que a Tatiana deu é muito boa, no sentido em que pode habituar-se a uma nova prestação (mais elevada) e ao mesmo tempo pode usufruir das vantagens das amortizações antecipadas. Só tem o problema de que exige maior disciplina financeira 🙂
A Tatiana disse ainda uma coisa que não é totalmente verdade: “[…]E se aumentar 100 pontos base, sendo o prazo tão curto, o aumento na prestação será muito maior do que num crédito a 40 anos. “.
Por exemplo: crédito de €100 000 a 5% em que a taxa aumenta para 6%. Mantendo as condições e variando o prazo, obtemos o seguinte:
– a 40 anos, a prestação aumenta 14% (de 482 para 550)
– a 10 anos, a prestação aumenta 5% (de 1060 para 1110).