Banca

Vai pedir o primeiro cartão de crédito? Conheça alguns dos cuidados a ter

Muitas vezes, um cartão de crédito é bastante útil, mas requer alguns cuidados. Fique a conhecer alguns dos mais relevantes.

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Vai pedir o primeiro cartão de crédito? Conheça alguns dos cuidados a ter

Muitas vezes, um cartão de crédito é bastante útil, mas requer alguns cuidados. Fique a conhecer alguns dos mais relevantes.

Entre janeiro e fevereiro de 2022, o crédito ao consumo disparou cerca de 63%, contabilizando os créditos pessoais, automóvel, cartões de crédito e descoberto. Se está a pensar pedir o seu primeiro cartão de crédito, fique a conhecer alguns dos cuidados que deve ter e algumas situações a evitar.

Pesquise as vantagens dos vários cartões de crédito no mercado

Dependendo do cartão de crédito, vai poder ususfruir de diversas vantagens. Por exemplo, determinados cartões dão-lhe acesso a uma rede de parceiros, com direito a descontos ou ofertas exclusivas. Outros, oferecem-lhe seguro com várias coberturas, nomeadamente roubo e extravio do cartão de crédito, assistência em viagem, assistência técnica ao domicílio, plano de saúde, entre outras.

Além destas vantagens, alguns cartões de crédito também permitem receber uma percentagem do dinheiro gasto em compras (cashback), acumular milhas por cada euro gasto e, com isso, trocá-las por viagens, e ter acesso a um plafond para levantar dinheiro (cash-advance), ainda que não tenha esse montante disponível na conta à ordem. No entanto, neste último caso, tem de suportar alguns encargos para realizar esta operação.

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Analise as diferentes taxas de juro e outros encargos

No que diz respeito às taxas de juro, existe uma grande variedade entre os cartões de crédito disponíveis no mercado. Atualmente, a taxa de juro máxima nos cartões de crédito situa-se nos 15,7%. Isto significa que, se fracionar os pagamentos de um crédito de 3000€ em 24 prestações com a taxa de juro máxima, tem de pagar cerca de 600€ em juros, sem contar com quaisquer outros encargos.

Por isso, além das taxas de juro, que não deixam de ser importantes, deve também ter em atenção aos outros encargos. Comissões iniciais, imposto de selo, penalizações por atraso nos pagamentos são alguns dos encargos que tem suportar. Embora não tenham o mesmo peso que as taxas de juro, ao longo do tempo estes "pequenos" encargos podem atingir valores consideráveis.

Por essa razão, se tiver dúvidas sobre quanto vai pagar por mês pelo seu crédito, no simulador para créditos aos consumidores, disponibilizado pelo Banco de Portugal, pode especificar os valores concretos da sua situação. Montante do crédito, duração do mesmo, taxa de juro anual nominal, comissões iniciais, entre outros campos. Além disso, é-lhe fornecido um plano de pagamentos, com a informação sobre a sua prestação final, o capital amortizado em cada prestação e o valor dos juros.

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Gaste apenas aquilo que consegue pagar

Um dos principais cuidados que deve ter com um cartão de crédito prende-se com a quantia que tem disponível para "gastar". Muitas vezes, o plafond deste cartão até excede o valor que tem na conta à ordem. Ao contrário dos cartões de débito, em que apenas consegue comprar o que o montante da sua conta à ordem permite, os cartões de crédito deixam-no ir além das suas possibilidades.

A utilização deste tipo de cartões cria uma sensação de que é possível "ter tudo", mas a verdade é que vai pagar as suas compras mais tarde. Além disso, da mesma forma que empréstimos, existem vantagens, como a flexibilidade de pagamentos, mas também consequências caso os falhe.

Leia ainda: Sabe quais são as informações que integram um cartão de crédito?

Evite fracionar os pagamentos no cartão de crédito

Uma das despesas a evitar é precisamente os juros gerados. Independentemente da TAEG do seu cartão, não precisa de pagar quaisquer juros, desde que não fracione os pagamentos. Se pagar sempre as suas despesas a 100% todos os meses, não tem de pagar rigorosamente nada por utilizar o seu cartão de crédito. Apenas o valor correspondente às suas compras será debitado na sua conta à ordem.

No entanto, se não pagar as suas compras a 100%, isto é, se fracionar os pagamentos e "transportar" parte do montante em falta para o próximo mês, vai pagar juros sobre o restante valor em dívida. Isto significa que o montante utilizado em novas compras também acumula ao que tem em falta, a não ser que liquide totalmente as suas despesas com o cartão.

Geralmente, todos os meses deve receber no seu homebanking ou por email o extrato do seu cartão de crédito. Nesse documento consegue verificar o montante utilizado durante o último mês, aquele que lhe falta pagar de meses anteriores, mais os juros correspondentes. Dependendo do número de fracionamentos, os juros podem ser mais ou menos elevados. Quanto mais tempo demorar a liquidar as suas compras, mais juros paga. Por isso, se utilizar o seu cartão de crédito, escolha a modalidade de pagamento a 100% sempre que possível.

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Cartão-de-crédito-portátil

Evite apenas fazer pagamentos mínimos

Geralmente, em cada extrato do cartão de crédito, é-lhe disponibilizada a informação do pagamento mínimo que pode fazer até uma determinada data. Isto significa que, para não entrar em incumprimento, precisa de, pelo menos, pagar esse valor. No entanto, estes pagamentos mínimos, apesar de serem tentadores, visto que apenas precisa de pagar um valor baixo para não entrar em incumprimento, podem prejudicá-lo financeiramente.

Os pagamentos mínimos apenas cobrem uma ínfima parte do montante em dívida, mais os juros e taxas do mês anterior. Consequentemente, apenas estará a entregar dinheiro seu ao banco. Nestes pagamentos mínimos, a parte que lhe interessa amortizar é bastante reduzida.

Ainda assim, importa referir que, se por alguma razão, não tiver capacidade de fazer mais do que o pagamento mínimo, deve pelo menos cobrir esse montante. Caso contrário, tem de pagar juros e taxas pelo incumprimento. Se se encontrar numa situação destas, deve evitar ao máximo fazer mais compras com o cartão de crédito.

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Não falhe os pagamentos do cartão de crédito

Outro cuidado que deve ter com este tipo de cartões é não falhar os seus pagamentos. Não só terá de pagar mais juros pelos atrasos, como pode ser prejudicado em futuros créditos. Estas penalizações por falta de pagamento variam consoante o cartão de crédito. Porém, independentemente da penalização, estes valores são sempre elevados.

Além disso, saiba que se necessitar de consolidar os seus créditos, deve garantir que não tem quaisquer valores em incumprimento. Caso contrário, em "situações de aperto", não poderá fazê-lo. Se estiver numa situação em que não consegue pagar as suas dívidas, pode requerer a integração no PERSI, de forma a ajudá-lo a ultrapassar essas dificuldades. Em alternativa, pode também informar-se junto da RACE - Rede de Apoio ao Consumidor Endividado - do Banco de Portugal.

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Analise os seus hábitos de consumo

Uma das formas para determinar se um cartão de crédito é uma boa opção para si é através da análise dos hábitos de consumo. Se tem tendência para fazer compras por impulso, um cartão deste tipo pode comprometer a sua saúde financeira.

Já se porventura não cede às compras por impulso e pretende aproveitar os descontos ou outras vantagens de um cartão de crédito, então pode ser uma boa opção para si. Além disso, optando pelo pagamento a 100% das suas compras, não paga juros.

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Cartão de crédito não é solução para problemas financeiros

Por fim, um dos maiores erros a evitar é usar o cartão de crédito para resolver problemas financeiros pendentes. Este tipo de cartões não lhe traz mais capacidade financeira todos os meses. Dá-lhe apenas uma maior flexibilidade para pagar as suas compras. No entanto, isto traz desafios e, se for utilizado em exagero, possíveis dificuldades.

Por exemplo, se tiver várias dívidas acumuladas, não deve utilizar um cartão de crédito para pagar outra dívida. Isto só vai piorar a sua situação, especialmente se a quantidade de juros for superior. Ao invés disso, deve procurar um especialista que o aconselhe a reestruturar a sua dívida ou a consolidar os seus créditos.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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