Os termos são mais utilizados no meio empresarial, mas a definição dos conceitos é igualmente importante para o cidadão comum. De facto, conhecer a diferença entre um ativo e um passivo é fundamental para que consiga tomar decisões de investimento. Porquê? Essencialmente porque a diferença entre os ativos os passivos corresponde ao património líquido, seja de uma empresa ou de um indivíduo ou família.
Dominar estes dois conceitos permite-lhe avaliar a sua saúde financeira e, por consequência, tomar decisões estratégicas e, acima de tudo, mais informadas. Continue a ler para saber o que significa cada um destes termos e como usar esse conhecimento para o ajudar a gerir o seu orçamento pessoal ou familiar.
O ativo
Os ativos são tudo aquilo que acrescenta valor e que se pode transformar em dinheiro. Representam o conjunto dos bens. No caso da empresa, os ativos podem englobar: o total de dinheiro existente, os equipamentos, mercadorias, matéria-prima e os imóveis. Para o cidadão, os ativos correspondem igualmente a todo o seu dinheiro disponível bem como ao conjunto de bens que lhe permite gerar rendimento. Podem ser ações, juros de depósitos a prazo ou rendas provenientes do arrendamento de imóveis ou terrenos. Além disso, para os artistas, escritores, cientistas e/ou investigadores, os ativos são também todas as patentes e direitos de autor que possuem relacionados com as suas obras.
Vamos analisar mais ao pormenor os tipos de ativos que existem. Os ativos dividem-se em dois grandes grupos, tendo em conta a liquidez, ou seja, quão rápido se consegue transformá-los em dinheiro:
- Circulantes
- Não Circulantes.
Ativos circulantes
Os ativos circulantes são aqueles que possuem maior liquidez, uma vez que podem converter-se em dinheiro num curto espaço de tempo. Geralmente o espaço de tempo considerado é um ano, tendo em conta o planeamento financeiro das empresas e que é, na maioria dos casos, anual. São rendimentos de curto prazo. Por exemplo:
- Dinheiro em caixa;
- Aplicações financeiras a curto prazo;
- Mercadorias.
E para uma pessoa individual? Os ativos circulantes dizem respeito ao dinheiro que possuem na conta à ordem, sendo estes os bens de mais fácil acesso.
Ativos não circulantes
Por outro lado, quando falamos em ativos não circulantes, referimo-nos a todos os outros com menor liquidez. São aqueles que precisam de um período de tempo maior até se converterem em dinheiro, em norma superior a um ano. Os ativos não circulantes podem ser:
- Realizáveis a longo prazo: similares aos circulares mas com um prazo superior a um ano como depósitos e aplicações financeiras a longo prazo, empréstimos e adiantamentos de vendas.
- Investimentos: participações que visam lucro para o negócio como um todo, como compra de terrenos e propriedades para futura utilização, obras de arte, ouro, etc.
- Intangíveis: que não podem ser tocados, como direitos de autor, licenças e todo o software utilizado.
- Imobilizados: ao contrário dos intangíveis, os passivos imobilizados existem fisicamente e podem ser tocados. Incluem os veículos, os móveis e toda a maquinaria de uma empresa.
O passivo
Os passivos são as despesas, ou as saídas de dinheiro. São as obrigações, as contas a pagar e as dívidas, conceitos facilmente aplicáveis quer ao mundo empresarial como à pessoa individual.
Da mesma forma que os ativos, os passivos também podem dividir-se em circulantes e não circulantes. O critério é o mesmo: o prazo. Assim, como passivos circulantes temos as obrigações que têm de ser pagas num período inferior a um ano (impostos, contribuições, fornecedores). Nos passivos não circulantes enquadram-se o pagamento de empréstimos por serem dívidas com um prazo mais alargado.
A diferença entre um ativo e um passivo
A diferença entre um ativo e um passivo é simples e clara: o ativo é tudo aquilo que gera dinheiro e o passivo corresponde a tudo o que envolve despesa. Portanto, de um lado temos os ativos - as entradas de dinheiro - e do outro temos os passivos - as saídas.
Porque é tão importante dominar estes conceitos e perceber a diferença entre eles? Porque é a partir daqui que calculamos o património líquido de uma empresa, família ou indivíduo singular. Conhecer o saldo “final”, subtraindo os passivos aos ativos, permite-lhe ter uma visão mais ampla do seu património e irá ajudá-lo a tomar decisões mais informadas sobre investimentos. Devo investir em determinado negócio? Devo adquirir a propriedade X? Avalie os ativos e os passivos, os rendimentos e os custos e perceba se o saldo final é positivo ou não.
As dúvidas mais comuns relacionadas com ativos e passivos
Os conceitos são simples, mas a aplicação prática ainda gera muitas dúvidas. Analisemos as mais comuns.
Vou comprar casa: é um ativo? Depende. Se a casa for para habitação própria, sem intenção de a vender ou arrendar no futuro então, não, a casa é um passivo. Afinal, uma casa exige manutenção e possui todo um conjunto de despesas associadas como eletricidade, água e telecomunicações, portanto, é uma fonte de despesa. Mesmo que a habitação valorize ao longo do tempo, esta só se considera ativa quando passa realmente a ser fonte de riqueza.
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E o carro? O carro segue o mesmo princípio. A compra de carro, a não ser que seja para fins comerciais ou para ser contabilizado de alguma forma, também é um passivo. Se comprar um carro e o utilizar para transporte de pessoas, por exemplo, aí este já passa a ser um ativo.
Comprei ações de uma empresa e todos os anos recebo dividendos, é um ativo? Sim. É uma clara fonte de rendimento e portanto é um ativo. Ativos similares são todo o tipo de aplicações financeiras das quais recebe pagamentos em forma de juros.
Devo procurar adquirir apenas ativos? O ideal será procurar um equilíbrio rentável, que lhe permita manter um orçamento equilibrado e com crescimento ao longo do tempo. Afinal, os passivos são sempre necessários: vai sempre precisar de uma casa para morar, roupa para vestir, um telemóvel e possivelmente um veículo. Ainda assim, para alcançar um saldo positivo deve adquirir mais ativos do que passivos, procurando suportar todas as despesas associadas aos passivos com o rendimento arrecadado pelos seus ativos.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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