Reduzir o consumo de energia em casa é essencial para a sua carteira, mas também para o planeta. E com os preços da energia a escalarem, é preciso aumentar o nível de conhecimento sobre o que torna uma casa mais eficiente em termos energéticos. Caso contrário, os maus hábitos de consumo e certas decisões futuras podem impedir que uma habitação seja mais confortável, segura e eficiente.
Para ter uma ideia, de acordo com último inquérito ao Consumo de energia no Sector Doméstico (2020) publicado pelo INE, cada família gasta, em média, 751 euros por ano em eletricidade. No caso de recorrerem a soluções de aquecimento baseadas em biomassa e gasóleo, o custo médio anual é de 1.129 euros.
No mesmo inquérito, é possível perceber como é feita a distribuição do consumo de energia nas casas portuguesas. Por exemplo, na cozinha é onde o consumo de energia é mais acentuado, representando 34,8%. De seguida, temos o aquecimento das águas com 22% e os equipamentos elétricos que têm um peso de 21,4% na fatura de energia. Segue-se o aquecimento do ambiente, que representa 19,1% do consumo.
Embora o peso seja menos significativo, é preciso relembrar que a iluminação também assume 1,7% do consumo energético na maioria das casas. Já o arrefecimento do ambiente representa 1% do consumo.
Mas, na prática, como é que é possível reduzir o consumo de energia em casa, tendo consciência desta distribuição? No geral, é preciso mudar certos hábitos e encontrar soluções mais eficientes. Neste artigo, mostramos as principais mudanças a ter em consideração.
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Comece pela iluminação para reduzir o consumo de energia em casa
Uma boa forma de começar a reduzir o consumo de energia é focar-se na iluminação. Muitas pessoas já têm consciência de que as lâmpadas LED são a opção mais eficiente e barata (a longo prazo) para a iluminação da sua casa. Este tipo de lâmpadas tem vindo a baixar de preço, sendo cada vez mais competitivas quando comparadas com outras soluções menos eficientes.
Por exemplo, se ainda tem lâmpadas incandescentes ou fluorescentes em casa, tente trocá-las por LED o mais depressa possível. Afinal, este investimento vai refletir-se numa poupança anual significativa. Logo, consegue reaver o seu investimento mais depressa, pois a sua fatura da eletricidade irá refletir essa alteração. Em média, estamos a falar de uma poupança que pode ir de 50 cêntimos a 6 euros por lâmpada ao ano. Quantas mais lâmpadas tiver em sua casa, maior será o impacto desta alteração.
No entanto, é fundamental que também reveja os seus hábitos de consumo. Não se esqueça que ao sair de uma divisão deve sempre desligar a luz e que nem sempre precisa de tantas luzes acesas ao mesmo tempo.
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Como baixar o consumo de energia com os aparelhos elétricos?
O consumo de energia de certos aparelhos elétricos faz disparar a conta da eletricidade em muitas casas portuguesas. E isto acontece, muitas vezes, porque o aparelho não tem uma boa eficiência energética. Na prática, se a etiqueta energética revelar um consumo menos eficiente, a poupança momentânea, com a compra de um aparelho mais barato, pode não compensar o aumento da fatura da luz. Muitas vezes, é preferível juntar dinheiro durante mais uns meses e comprar um aparelho com uma eficiência energética superior.
Outro dos pontos que é preciso salientar é a hora a que utiliza certos aparelhos. Muitos dos contratos de eletricidade estão associados a uma tarifa bi-horária ou tri-horária. O que significa que o preço da eletricidade é mais caro ou barato em certas horas. Com uma tarifa simples, paga sempre o mesmo, independentemente do horário.
Assim, se tem uma tarifa bi-horária ou tri-horária, para otimizar o consumo destes aparelhos, deve optar por utilizar os que consomem mais nas horas em que a tarifa é mais barata. Por exemplo, as máquinas de lavar e secar, aquecedores, entre outros aparelhos de médio-alto consumo só devem ser usados quando a tarifa é mais baixa.
Além disso, tenha sempre atenção aos equipamentos em stand by. Embora o consumo energético neste modo seja mais baixo, quando tem vários aparelhos em stand by, está a desperdiçar energia. Por isso, pode optar por tomadas que permitam desligar os aparelhos ou retirar os mais fáceis da ficha após serem usados.
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É possível reduzir os encargos com a climatização?
Idealmente, uma casa não deve ter picos de temperatura, nem baixos nem altos. Mas, na realidade, sabemos que a maioria das casas não tem os devidos isolamentos, janelas eficientes, e outras condições que permitam manter a estabilidade da temperatura.
Assim, muitas pessoas têm vindo a fazer alguns investimentos para alcançarem melhores condições de climatização na sua casa, seja através da instalação de janelas eficientes (com vidros duplos) ou de sistemas de ar condicionado. No entanto, o ar condicionado pode fazer disparar a sua fatura facilmente. Isto porque quando altera a temperatura das divisões acima ou abaixo de 5 graus, o consumo energético dispara cerca de 35%. Por isso, tente sempre manter as divisões numa temperatura ambiente ideal.
No caso de pretender reduzir os encargos com a climatização de forma natural, aproveite o calor e o frio exterior para otimizar a temperatura da sua casa. No verão, feche os estores nas horas de maior calor, e assim a casa não ficará tão quente. Já no inverno, sempre que a temperatura é mais elevada, permita que a sua casa aqueça naturalmente. Contudo, se tiver um sistema de climatização, não o utilize com as janelas ou portas abertas.
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A domótica pode ajudar a reduzir o consumo de energia em casa?
Tendo em conta que cada casa tem a sua própria pegada energética, a domótica permite-lhe otimizar os seus gastos energéticos e reduzir substancialmente o consumo de energia em casa. Além disso, com uma casa inteligente, pode otimizar ao máximo o consumo de energia tendo em conta as suas rotinas e gostos pessoais.
Por exemplo, através da domótica pode:
- Controlar os seus estores, reduzindo as oscilações da temperatura;
- Ajustar o sistema de climatização quando quiser, e até desligá-lo ou ser notificado quando este está a ser usado;
- Programar os horários de certos aparelhos e gerir os mesmos;
- Gerir os aparelhos e eletrodomésticos prioritários e até criar um sistema próprio para a sua utilização;
- Otimizar a iluminação, reduzindo a intensidade luz, maximizá-la com sensores e apagar as luzes quando não está ninguém em casa.
- Desligar todos os aparelhos em stand by ou programar esse corte em determinadas situações;
- Ter acesso ao consumo real da habitação, produção solar, e quanto consome cada equipamento individualmente.
No fundo, a domótica é um investimento que pode tornar a sua casa mais eficiente e confortável. Consequentemente, com o passar do tempo, consegue recuperar esse investimento, pois irá reduzir significativamente o consumo de energia em casa.
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