Finanças pessoais

2025 está a chegar. É hora de organizar as suas finanças pessoais

Antes que o ano chegue ao fim, é hora de organizar as suas finanças pessoais. Conheça várias formas de poupar nos seus créditos e seguros.

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2025 está a chegar. É hora de organizar as suas finanças pessoais

Antes que o ano chegue ao fim, é hora de organizar as suas finanças pessoais. Conheça várias formas de poupar nos seus créditos e seguros.

A entrada num novo ano costuma estar associada a um leque de objetivos para cumprir. E se quer entrar em 2025 com uma folga financeira, é hora de organizar as suas finanças pessoais.

Para ajudar com esta missão, preparámos um guia que mostra como organizar as suas finanças, se tiver créditos e seguros contratados.

Índice:

Comece pelo orçamento familiar

Para entrar num novo ano com as suas finanças pessoais organizadas, consulte o seu orçamento familiar e identifique todas as despesas, em especial as que têm um peso maior na sua carteira.

despesas essenciais que não vai conseguir reduzir, pelo menos, significativamente. No entanto, existem outras que pode obter uma poupança atrativa, se proceder a certas alterações.

Por exemplo, se tiver um crédito habitação, créditos ao consumo, seguros contratados, pode ter margem para baixar estas despesas (como vamos explicar mais adiante). Também há a possibilidade de poupar na alimentação, caso compre apenas o necessário (usando sempre uma lista de compras) e se aproveitar as sobras para evitar desperdícios. Além disso, não se esqueça dos seus contratos de eletricidade, gás natural e telecomunicações. É fundamental comparar os preços e ver onde pode obter as melhores condições.

os gastos não essenciais, devem ser revistos ao detalhe. Afinal, pode ganhar uma folga no seu orçamento familiar ao fazer alguns cortes ou reduzir certas despesas diárias. E isto não significa que tem de abdicar destes encargos. Apenas deve estipular um valor limite para as refeições fora, momentos de lazer, etc. Quanto a subscrições de serviços que raramente utiliza, está na altura de avaliar se não é preferível abdicar deles.

Leia ainda: Quais são os principais erros de quem tenta poupar?

Atenção ao guiar-se pelo seu orçamento

No caso de ter feito o seu orçamento familiar no início do ano, é natural que passado estes meses esteja desatualizado. Ao longo de 2024 as taxas de juro têm baixado e certos produtos têm sofrido alterações nos preços devido à inflação. Além disso, podem estar contempladas despesas no seu orçamento que já não tem ou terem surgido novos encargos.

Por isso, antes de organizar as suas finanças pessoais, precisa de atualizar o seu orçamento familiar para preparar o próximo ano. Para conseguir guiar-se pelo seu orçamento e ter uma noção real do dinheiro que sobra mensalmente, faça um levantamento de todos os seus rendimentos e encargos atuais.

Se ainda não tem um orçamento familiar, antes de terminar o ano, aproveite esta oportunidade e crie o seu. Ao criar um orçamento familiar pode tomar decisões mais conscientes, saber exatamente quanto pode gastar e definir estratégias de poupança e de investimento.

Reveja o seu crédito habitação

Por norma, as prestações do crédito habitação representam uma grande fatia do orçamento familiar dos portugueses. E depois da subida da taxa Euribor, foram muitas as pessoas que viram as suas prestações da casa disparar para quase o dobro do valor.

Contudo, ao longo de 2024 as taxas Euribor têm descido progressivamente, aliviando um pouco o orçamento de algumas famílias. Este contexto vai continuar a ter impacto no próximo ano, uma vez que as taxas de juro vão continuar a descer. Esta é, pelo menos, a estimativa dos especialistas.

Além da descida das taxas Euribor, a oferta das instituições de crédito continua competitiva. É comum os bancos oferecerem spreads de 0,7% nesta altura, havendo mesmo ofertas ainda mais baixas, mediante o cumprimento de algumas condições.

No entanto, importa realçar que, independentemente das condições fantásticas que possam oferecer-lhe, é determinante comparar propostas, nomeadamente a TAEG e o MTIC de cada simulação. Isto porque, por vezes, o spread mais baixo nem sempre representa a proposta mais atrativa. Afinal, se tiver de suportar encargos elevados com os seguros do crédito habitação e ainda contratar outros produtos, como cartões de crédito com anuidades elevadas, pode não compensar.

Mas se ficar de braços cruzados, pode perder uma excelente oportunidade de entrar em 2025, com um encargo menor no seu crédito habitação.

Leia ainda: Comprar casa até aos 35 anos: Um guia para perceber os apoios

O que fazer para poupar no seu crédito habitação e organizar as suas finanças pessoais?

Em primeiro lugar, deve tentar negociar as condições do seu crédito habitação junto da entidade onde contratou o seu financiamento. Saiba que pode negociar as seguintes condições:

Regime da taxa de juro

A nível do regime da taxa de juro pode optar por uma taxa variável, taxa mista ou taxa fixa no seu crédito habitação. Se não estiver satisfeito com o seu regime atual, pode pedir a sua alteração.

Impacto da taxa variável

É importante perceber que a taxa variável está associada à Euribor. Logo, os juros (e, consequentemente, a prestação) podem subir ou descer durante o prazo do contrato. Quando opta por este regime os valores que vai pagar no futuro podem oscilar bastante face aos que está a pagar, seja para mais ou para menos.

Para ter uma referência, em janeiro de 2024, a taxa Euribor a 12 meses encontrava-se nos 3,606%. Já em novembro do mesmo ano estava próximo dos 2,5%. Mas mais do que perceber a evolução, importa perceber o impacto financeiro.

Um crédito de 150 mil euros, a 25 anos e com um spread de 0,8%, corresponde a uma prestação de quase 826 euros, com uma Euribor de 3,606%. A descida da Euribor para valores em torno dos 2,5% reduz a prestação deste empréstimos em mais de 90 euros.

Taxa fixa é sinónimo de estabilidade

No caso de optar por uma taxa fixa, não tem de se preocupar com as oscilações da Euribor. Isto porque a taxa de juro e a prestação são as mesmas do início ao fim do contrato. Mas há uma questão que é preciso ter em consideração: por regra, quando se contrata um crédito com taxa fixa, os juros são mais elevados quando comparados com uma proposta a taxa variável.

Este é o "preço" a pagar pela estabilidade. Esta realidade pode inverter-se ao longo do contrato, isto se as taxas Euribor subirem de forma significativa.

Taxa mista um mix de estabilidade com imprevisibilidade

Há ainda uma terceira opção: a taxa mista. Estamos a falar de um regime que combina a taxa fixa com a taxa variável. Ao optar por este regime, o contrato tem uma taxa fixa durante um período acordado entre o cliente e a instituição de crédito. Assim que esse período termina aplica-se a taxa variável com o indexante estipulado no início, acrescido do spread, também definido aquando da assinatura do contrato.

De realçar que, independentemente da opção inicial, há sempre a possibilidade de se negociar com o banco a alteração do indexante. Ou, em alternativa, trocar de instituição financeira (sendo importante referir que uma transferência de crédito habitação com uma taxa fixa implica o pagamento de uma comissão de 2% sobre o valor da dívida, o que é bastante mais elevado do que os contratos a taxa variável - 0,5%).

Importa ainda salientar que os últimos anos foram muito atípicos. Depois de mais de uma década de taxas de juro em mínimos históricos, houve uma subida consecutiva das taxas de juro, o que elevou os custos com o crédito habitação. O impacto em Portugal foi elevado uma vez que mais de 90% das famílias tinha crédito habitação indexado às taxas Euribor.

Este contexto levou a que muitas famílias negociassem as condições que tinham, para travar o impacto da subida de juros, ou a transferir o seu crédito para outra instituição. Entre janeiro e outubro de 2024, a taxa mista foi a opção mais escolhida por quem contratou um crédito habitação, dadas as campanhas promocionais atrativas após um período em que a Euribor registou valores muito elevados. Para ter uma ideia, as novas operações de crédito habitação com uma taxa mista em outubro representaram 77%.

Leia ainda: Taxa fixa, variável ou mista. O que escolher no crédito habitação?

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Spread

Uma das condições que pode ser negociada é o spread. O spread do crédito habitação é definido livremente pelo banco, tendo em conta uma análise de risco da operação, em causa estão questões como o rácio entre o valor do empréstimo e o valor do imóvel (LTV), o risco de incumprimento e o custo do financiamento.

Imagine um financiamento com um capital em dívida de 100 mil euros a 30 anos, com uma TAN de 3,7% (Euribor de 2,5% e spread de 1,2%), a prestação é de 460,28 euros. Se conseguir baixar o spread para 0,7%, passa para uma prestação mensal de 432,47 euros. Ou seja, só esta redução do spread vai gerar uma poupança mensal de 27,81 euros, o que a nível de juros totais representa uma poupança total superior a 10 mil euros.

O prazo do indexante

Outra alteração que pode querer fazer é, se tiver o contrato indexado a uma taxa Euribor, o prazo desta taxa. No crédito habitação, as taxas usadas são a Euribor a três, seis ou 12 meses. A escolha do prazo do indexante determina qual a regularidade de alterações que vai sentir ao longo de um ano. Se optar por uma Euribor a três meses, a sua prestação via mudar trimestralmente, se optar pela Euribor a seis meses, semestralmente vai sentir diferenças e se optar por uma taxa a 12 meses terá alterações apenas uma vez por ano.

É importante realçar que as taxas não têm valores iguais e que em ciclos de subidas ou descidas de juros reagem de forma mais rápida ou mais lenta, dependendo do prazo e das expectativas do mercado. É também importante perceber que se optar por uma taxa as 12 meses e apanhar o pico de um ciclo de subidas de juros, vai ficar com a prestação mais alta por mais tempo. Em sentido contrário, se apanhar o valor mais baixo de um ciclo também vai beneficiar por mais tempo de uma prestação mais baixa.

Não há uma taxa melhor do que a outra. Depende sempre do período em causa e não é possível antecipar qual será a mais vantajosa para a duração de todo o contrato.

Prazo de amortização do empréstimo

Além das condições anteriores, pode ainda negociar o prazo do seu crédito habitação. No entanto, saiba que existem limites definidos pelo Banco de Portugal que têm de ser cumpridos.

Quem tem até 30 anos de idade, pode ter um contrato com uma duração máxima de 40 anos. Já quem tem entre 31 e 35 anos de idade, não pode ultrapassar os 37 anos de contrato. Se tem mais de 36 anos, o prazo máximo é de 35 anos.

Embora o aumento do prazo de um contrato baixe a sua prestação, esse alargamento tem um impacto no custo total do seu financiamento. Afinal, vai pagar mais juros, tornando mais caro o seu crédito habitação.

Vamos a dois exemplos para perceber a diferença. Suponha que tem uma dívida de 130 mil euros com uma taxa de juro de 4,2% e o prazo de amortização é de 30 anos. Paga uma prestação de 635,72 euros e os juros totais representam um custo de 98.860,04 euros.

Se aumentar o prazo para 35 anos, a sua prestação passa para 591,31 euros, poupando mais de 44 euros por mês. Contudo, os juros totais sobem para 118.348,36 euros, o que representa um aumento de quase 19,5 mil euros.

Caso pretenda reduzir o prazo para 25 anos, fica a pagar uma prestação de 700,63 euros. Ou seja, mais 64,90 euros do que paga atualmente, contudo, em termos de juros totais vai poupar mais de 18,5 mil euros.

Leia ainda: Redução da prestação ou do prazo no crédito habitação: qual a melhor opção?

Outras alterações

Por fim, os clientes que queiram negociar o seu crédito habitação por estarem com dificuldades em pagar as suas prestações, podem falar com o banco e tentarem alterar a modalidade de reembolso. Existem três modalidades de reembolso: padrão, carência de capital e diferimento de capital.

Na modalidade padrão, está a amortizar o seu empréstimo em prestações constantes de capital e de juros. Ao longo do contrato, a parte da prestação que corresponde ao capital aumenta e a parte dos juros diminui.

Contudo, pode optar por um período de carência de capital ou diferimento de capital se tiver com dificuldades em cumprir as suas obrigações.

Caso chegue a um acordo para uma modalidade de carência de capital, durante o período acordado, não amortiza o capital e fica a pagar apenas os juros. Assim que esse período terminar, retoma o reembolso padrão. No entanto, tenha em consideração que esta modalidade aumenta o custo total do empréstimo, uma vez que os juros têm como base o capital em dívida. E durante o período de carência, o capital em dívida não diminui.

Já se acordar no diferimento de capital, está a adiar o reembolso de uma parte do capital para o final do financiamento. Isto significa que as prestações vão ser mais baixas em comparação ao reembolso padrão, mas o montante diferido é pago na última prestação. Também esta opção, torna o seu crédito mais caro, pois o capital em dívida é mais elevado durante mais tempo.

Leia ainda: Todas as pessoas podem renegociar o crédito habitação?

Baixar os custos do crédito habitação pode passar pelos seguros

Num crédito habitação, os bancos só concedem este financiamento se for contratado um seguro de vida e um seguro multirriscos. Esta "exigência" serve de proteção para o banco em caso de ocorrer algum imprevisto. Ainda assim, nenhum cliente é obrigado a subscrever estes seguros junto da instituição onde contrata o crédito habitação.

Ou seja, pode optar por subscrever os seguros através de outra instituição. Mas há uma diferença: os bancos oferecem condições de financiamento mais atrativas, como uma bonificação no spread, se subscrever estes seguros no banco que está a financiar a operação.

Contudo, mesmo com a bonificação do spread, pode estar a ter encargos mais elevados do que se optasse por subscrever estas apólices noutra seguradora. Dito isto, precisa de fazer contas e ver qual é a melhor opção para si. Por vezes, a perda da bonificação no spread, compensa a mudança dos dois seguros para outra seguradora. E em alguns casos, pode obter uma poupança significativa, dado que existem seguradoras com preços bastante atrativos.

Leia ainda: Como poupar nos seguros associados ao crédito habitação?

Avalie transferir o seu crédito habitação para outra entidade

Encontrar as melhores condições de crédito habitação pode implicar ter de pedir propostas a diferentes bancos. Existem várias instituições de crédito a operar em Portugal e muitas estão dispostas a oferecer melhores condições para atrair novos clientes. Estude a hipótese de transferir o seu crédito habitação para outra entidade.

Ao transferir o seu crédito habitação tem a possibilidade de:

Vamos usar como exemplo um crédito habitação com um capital em dívida de 150 mil euros a liquidar em 300 prestações e que tem uma TAN de 4,6%. Neste caso, a prestação mensal é de 842,29 euros enquanto o valor da Euribor não se alterar (os juros totais representam 102.685,67 euros). Já em seguros do crédito habitação paga 200 euros. Ou seja, no total está a pagar 1.042,29 euros.

Tal como já referido, nesta situação podemos tentar negociar a taxa de juro, o prazo do contrato e os seguros. E, tratando-se de uma transferência devemos avaliar várias propostas, seja por pedirmos diretamente a vários bancos, seja com a ajuda de um intermediário de crédito que faça parte do trabalho por nós.

Independentemente das alterações que conseguir fazer, é possível reduzir os encargos em centenas de euros por mês. Claro que o valor potencial de poupança depende de situação para situação. No caso acima descrito, que corresponde a um cliente do Doutor Finanças, foi possível reduzir os encargo mensal em mais de 270 euros, através da revisão das condições do crédito e dos seguros. Ao final de um ano, houve uma poupança superior a três mil euros.

Nota: Antes de fazer a transferência do seu crédito habitação, certifique-se se a entidade cobre os encargos com a transferência e leia com atenção as condições apresentadas na Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE). Caso precise de ajuda para encontrar a melhor solução para si, recorra a um intermediário de crédito com experiência.

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Tem outros créditos? Reveja as condições para organizar as suas finanças pessoais

O crédito pessoal é uma das três grandes modalidades do crédito ao consumo. E se tem um crédito pessoal contratado sem uma finalidade específica, pode estar a pagar uma taxa de juro um pouco elevada. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, tal como num crédito habitação, num crédito pessoal também pode negociar as condições (ou procurar uma alternativa mais em conta).

Através de uma negociação de um crédito pessoal pode alterar o regime de taxas de juro, o valor dos juros que paga ou alterar o prazo do contrato. E, já sabe, se aumentar o prazo diminui a prestação, mas aumenta o custo total do crédito.

Leia ainda: É possível transferir um crédito pessoal para outro banco? 

Poupe no seu crédito automóvel ao transferir o seu contrato

São muitas as pessoas que têm um crédito automóvel ainda por liquidar e nunca ponderaram negociar as condições ou tentar perceber se há alguma entidade que lhe ofereça melhores condições.

Se este é o seu caso, saiba que pode transferir o seu crédito automóvel e obter uma poupança de dezenas de euros por mês. Mas para evitar pagar mais juros, mude apenas de entidade se conseguir encontrar uma instituição que esteja disposta a conceder-lhe uma taxa de juro mais baixa. Afinal, se quiser apenas alargar prazo, a sua prestação diminui, mas o custo do seu crédito vai aumentar.

A poupança vai depender de cada situação, mas para perceber quanto pode poupar ao transferir o seu crédito automóvel, apresentamos um exemplo: o João (nome fictício) recorreu ao Doutor Finanças para tentar reduzir os encargos com seu crédito automóvel. Tinha uma dívida de 11.000 euros e uma taxa de juro de 12%, faltando pagar 84 prestações. A sua mensalidade era de 194,18 euros. O objetivo era reduzir o encargo imediato. Neste caso foi possível apresentar uma proposta com uma taxa de juro de 8,5% e reduzir os seus encargos para 174,20 euros, gerando uma poupança de 239,76 euros por ano.

Leia ainda: Compensa amortizar um crédito automóvel?

Pondere amortizar um crédito pessoal

Em muitos casos, a amortização antecipada pode ser uma solução para se conseguir criar uma poupança. Sabendo que é preciso já ter algum dinheiro de parte, a amortização de dívidas ajuda a reduzir os encargos imediatos e, por outro lado, faz com que poupemos no longo prazo.

Os primeiros créditos que devemos amortizar são os de menor prazo, porque, por regra, são os que têm as taxas de juro mais elevadas. Assim, importa referir que podemos reembolsar antecipadamente um pessoal na totalidade, saldando assim toda dívida, ou podemos amortizar parcialmente.

Ao amortizar poderá conseguir eliminar ou reduzir um encargo mensal, ou pode diminuir o valor em dívida, manter a prestação, mas reduzir o prazo do contrato.

Exemplo para poupar na mensalidade e organizar as finanças pessoais

A título de exemplo, contratou um crédito pessoal com um capital em dívida de 6.000 euros, com uma taxa de juro de 12% e tem 48 prestações por liquidar. Isto significa que paga de prestação mensal 158 euros. Se fizer uma amortização parcial de 2.000 euros, a sua prestação mensal desce para 105,34 euros. Ou seja, por mês vai poupar 52,66 euros.

Mas atenção que a amortização antecipada pode ter uma comissão associada se tiver uma taxa fixa associada ao seu crédito pessoal. Segundo o Banco de Portugal, esta comissão não pode ser superior a:

  • 0,5% do valor da amortização- se faltar mais de um ano para terminar o contrato;
  • E de 0,25% valor do reembolso antecipado - caso falte menos de um ano para terminar o crédito pessoal.

Neste caso, pagaria, no máximo, 0,5% de comissão de reembolso antecipado, que teria um custo de 10 euros.

Leia ainda: Tenho uma poupança extra. Devo amortizar um crédito pessoal?

Tem vários empréstimos? Avalie consolidar os créditos

Há várias formas de reduzir os encargos com créditos, como já vimos neste artigo. Mas há uma outra forma de conseguirmos poupanças caso tenhamos vários empréstimos. Se tem mais de dois créditos ao consumo (crédito automóvel, crédito pessoal e/ou dívidas em cartões de crédito), o crédito consolidado pode ser a solução mais vantajosa. A consolidação de créditos permite juntar todos os financiamentos num só e ficar com uma única prestação mais baixa.

Esta redução deve-se ao crédito consolidado conseguir uma taxa de juro mais baixa do que a média das taxas de juros de todos os créditos. E quando os juros são mais baixos, dependendo do valor em dívida, número de créditos, juros associados e prazos dos contratos, pode poupar centenas ou até milhares de euros.

Porém, para que o seu crédito consolidado tenha luz verde, não pode estar em incumprimento (ter prestações em atraso). E, reunindo as condições necessárias para ser aprovado o empréstimo, é possível poupar até 60% na mensalidade.

Vamos analisar um caso verídico, para perceber melhor o potencial da consolidação de crédito. A Rita e o José (nomes fictícios) tinham cinco créditos, que representavam um encargo total por mês de 1.100 euros. Consolidaram estes empréstimos e conseguiram ficar com uma prestação única de 715 euros, ou seja, menos 385 euros por mês (ou 35%). Contas feitas, no final de um ano, conseguiram poupar 4.620 euros.

Leia ainda: Crédito consolidado: O que é e como pode reduzir os seus créditos

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Se é proprietário de um imóvel, o crédito multiopções pode ser amigo da sua carteira

Tal como o crédito consolidado, o crédito multiopções também é uma boa solução para liquidar outros financiamentos, reduzindo assim os seus encargos. No entanto, este é um crédito hipotecário, o que significa que tem características diferentes.

Um crédito multiopções tem taxas de juros e prazos de financiamento mais atrativos do que outros empréstimos. Afinal, ele está associado a um imóvel (livre de ónus ou com um crédito habitação por liquidar), permitindo fazer, a chamada segunda hipoteca sobre o imóvel, para obter um valor extra de financiamento.

No entanto, nem tudo é um mar de rosas. Para este crédito ser aprovado, o banco avalia o valor do LTV e da taxa de esforço do cliente. Quanto ao LTV, num crédito habitação com garantia hipotecária ou equivalente, este pode alcançar o valor máximo de 80%. Mas, existem várias instituições de crédito que apenas aprovam este financiamento a clientes com um LTV entre os 60% e 70%.

Para saber o seu LTV, utilize a seguinte fórmula de cálculo: LTV = montante do empréstimo/valor do imóvel x 100% (o montante total do financiamento engloba o seu crédito habitação e o valor do multiopções).

Já a taxa de esforço não pode ser superior a 50%. Para o cálculo desta taxa são englobados todos os créditos que tem a decorrer e a nova prestação do seu crédito multiopções. No caso de ter dúvidas a calcular esta taxa, pode recorrer ao simulador da taxa de esforço.

Leia ainda: Crédito habitação: Em que situações é possível pedir um multiopções?

Reveja a sua carteira de seguros

Quando tem uma carteira de seguros composta por várias apólices, os prémios anuais representam uma boa fatia do seu orçamento familiar. E se não fizer uma revisão regular, no mínimo uma vez por ano, pode estar a perder bastante dinheiro.

Além dos seguros do crédito habitação já falados anteriormente, em muitas famílias, a carteira de seguros é composta por seguro automóvel, seguro de saúde, seguro de crédito e um seguro de animais domésticos. Já se no seu agregado familiar existirem trabalhadores independentes, é normal que ainda tenha um seguro de acidentes de trabalho.

É normal as famílias terem várias apólices. Ao não fazer uma revisão regular dos seguros, pode estar a perder dinheiro face aos preços praticados no mercado. O mercado dos seguros é extremamente competitivo. Logo, regularmente, existem campanhas promocionais e atualização de preços para atrair novos clientes.

Por isso, não deve ficar de braços cruzados à espera que as seguradoras ofereçam um desconto por ser um cliente fiel há vários anos. Se quer poupar, o ideal é começar a pedir simulações a outras seguradoras ou a um mediador de seguros para não deixar passar as melhores condições que o mercado oferece. Ao conhecer os valores praticados, tendo em conta as suas necessidades, pode renegociar as condições dos seus seguros ou mudar de seguradora.

Na hora de rever a sua carteira de seguros deve:

  • Avaliar se existem coberturas duplicadas em apólices distintas. Ao excluir coberturas duplicadas vai baixar o prémio dos seguros.
  • Verificar se todas as coberturas continuam a fazer sentido face às suas necessidades atuais. Se tem seguros contratados há vários anos, podem constar na sua apólice coberturas que eram essenciais há alguns anos, mas que já não são úteis nos dias de hoje.

Leia ainda: 9 formas de reduzir os encargos com seguros 

Desafie-se: Quanto consegue poupar e investir?

Por último, para fechar o capítulo de organizar as suas finanças pessoais antes de entrar em 2025, deve olhar para a poupança que consegue obter se efetuar algumas destas mudanças. Ao fazer certas alterações, ao todo, pode poupar centenas de euros por mês. E é essencial saber onde vai aplicar este dinheiro para aumentar a sua estabilidade financeira.

Se ainda não tem um fundo de emergência criado, aproveite o valor desta poupança para criar este pé-de-meia que é essencial perante imprevistos. Um fundo de emergência deve cobrir as suas despesas essenciais de três a 12 meses.

Caso já tenha o seu fundo de emergência constituído, está na altura de pensar como pode maximizar o seu dinheiro através de certos investimentos financeiros. Contudo, não se precipite nesta missão. Primeiro perceba qual é o seu perfil de investidor, que tipos de investimentos existem, quais é que são adequados ao seu perfil e como pode criar uma carteira de investimentos.

Use o simulador: perfil de investidor para dar os primeiros passos no mundo dos investimentos.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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