As grandes aprendizagens geralmente acontecem quando passamos por situações de maior aperto. Muitas famílias perderam casas, carros, entre outros bens pessoais na última crise financeira. Como tal, de forma a minimizar estes riscos na eventualidade de uma nova crise, é aconselhável que se tome algumas medidas preventivas.
Apesar de nos últimos anos ter-se verificado que o risco de pobreza tem diminuído e apresentar-se atualmente num nível historicamente baixo, não significa que estes valores não possam subir rapidamente num contexto de uma nova crise financeira. Como tal, é preciso ter e atenção algumas questões que podem tornar mais difícil algum ajuste que precise de fazer.
Eis algumas dicas preventivas que deverá seguir para uma crise financeira não o apanhar de surpresa.
Ter um fundo de emergência
Esta dica é uma das principais para ficar mais descansado, caso a economia global contraia.
O aconselhável é ter um fundo de emergência de 6 meses de despesas. No entanto, e dependendo da criticidade (cenários de desemprego, saúde, acidentes pessoais, entre outros), este fundo poderá ir até 1 ano de despesas. Por exemplo, se gastar todos os meses 1.000€ em despesas, então deverá ter um fundo de emergência mínimo de 6.000€.
Este fundo de emergência deverá estar num local de fácil acesso e que poderá mobilizar rapidamente, como por exemplo em depósitos a prazo. Não ceda à tentação de colocá-lo "debaixo do colchão". Embora as taxas de juro nos depósitos a prazo sejam baixas neste momento, existem sempre outras alternativas. Bancos que não cobram comissões de manutenção podem ser uma ótima opção para guardar o seu fundo de emergência. Pode não ganhar muito com ele, mas estará sempre acessível caso necessite urgentemente.
Começar a poupar agora, não durante a crise
Por vezes, até queremos poupar, mas existe sempre mais uma compra, ou mais um produto que nos leva a adiar a poupança.
Se só começar a poupar quando a situação apertar, verá que nesse momento já é tarde. Lembre-se: viva o dia de hoje, mas pense no amanhã. Assim sendo, é aconselhável que comece o quanto antes.
Existem variadas formas de poupar: organizar e definir quais as compras que irá fazer no supermercado, evitar alguns vícios (tais como tabaco ou álcool), reduzir as contas da luz ou água, entre outras. Há várias formas de poupar, sem mudar drasticamente a sua vida, e que podem ajudar.
Analisar quais são as suas despesas e definir um orçamento também o poderão ajudar inicialmente, de maneira a reduzir a quantidade de produtos ou serviços que não necessita e que simplesmente compra por lazer, ou por impulso.
Não contrair demasiadas dívidas
Uma das situações que se complica imenso na eventualidade de uma crise financeira é o número de dívidas que tenha no momento.
Temos o exemplo do passado com o aumento das taxas de juro, spreads, etc. muitas famílias começaram a não ter capacidade para lidar com todos os encargos. A juntar a isso, com o incumprimento das prestações mensais, esta situação torna-se progressivamente mais difícil de sair. Por isso, enquanto tem possibilidade, aproveite para amortizar algumas dívidas que tenha, sem contrair novas.
Se fizer as contas aos juros que não pagará se amortizar, verá que a diferença normalmente compensa. Se tiver condições para poupar todos os meses, considere utilizar parte das suas poupanças para amortizar alguma dívida que tenha, total ou parcialmente. Não só ficará com mais rendimento disponível todos os meses, como também será menos uma preocupação.
Se pretender saber quanto pode poupar ao amortizar uma dívida, recorra ao simulador de prestação após amortização da antecipada do crédito habitação.
Adaptar o seu estilo de vida durante a crise
Adaptar o seu estilo de vida a uma nova realidade é um dos primeiros passos para ultrapassar momentos de maior aperto. Tendo em conta que durante uma crise financeira o seu nível de rendimentos poderá ser menor, então o seu nível de vida também terá de se ajustar, de forma a suportar as despesas fixas que continuará a ter.
Uma das principais medidas a adotar é reduzir alguns gastos, que identifica como desnecessários.
Outra possível medida será substituir hábitos mais caros por outros que sejam mais em conta.
Não é necessário que tenha de cortar totalmente no lazer, mas deve sim adaptar. A comunicação, especialmente se tiver filhos, é importante para que estes percebam que certas atividades a que estavam habituados, poderão ter que sofrer algumas alterações em situações de aperto.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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