Olhar para o futuro da sua vida financeira e traçar um plano de como é que pode melhorar a sua situação atual é o primeiro passo para conseguir alcançar os seus objetivos. Isto, porque sem um plano traçado ou objetivos bem definidos, poupar ou investir pode tornar-se numa tarefa árdua, principalmente quando sobra pouco dinheiro no final do mês. Embora cada orçamento familiar seja único, uma boa gestão financeira pode ser a grande diferença entre alcançar o sucesso ou colocar o seu orçamento familiar em risco.
Desde o início da pandemia do Covid-19, segundo o Observador, 48% dos portugueses pouparam menos com a pandemia, mesmo com um terço dos inquiridos a garantir que diminuiu os seus gastos. Por isso, se está com dificuldades em implementar boas práticas de poupança, de seguida partilhamos 7 dicas que podem melhorar o futuro da sua vida financeira, a médio/longo prazo.
1 - Adote uma boa gestão do seu dinheiro
Tal como referimos no início deste artigo, para melhorar a sua vida financeira vai precisar de saber gerir bem o seu dinheiro. Mas afinal, como é que se gere bem o dinheiro? Bem, a verdade é que existem inúmeras técnicas de gestão financeira que facilitam bastante a gestão a curto, médio e a longo prazo. No entanto, aconselhamos que se sente e perca umas boas horas a criar um orçamento familiar. Depois, não se esqueça que deve seguir o seu orçamento e mantê-lo sempre atualizado.
De seguida, existe uma questão relevante nos dias atuais, que é: onde tem o seu dinheiro? Pode parecer pouco importante, mas a verdade é que a escolha de uma conta bancária pode ter um impacto significativo nas suas finanças. Atualmente, existem contas que não cobram comissões de manutenção nem anuidade dos cartões. Para além disso, em alguns casos também pode ser vantajoso, caso só tenha uma conta bancária em seu nome, passar para uma conta bancária de serviços mínimos. Contudo, faça sempre bem as contas e veja os termos e condições antes de tomar uma decisão, de forma a garantir que todos os serviços de que precisa estão incluídos.
2 - Esteja sempre atento ao nível de endividamento
Nunca é demais alertar para a utilização desregrada dos cartões de crédito e das contas ordenado. Não existe nenhum problema na utilização do cartão de crédito ou de recorrer à conta ordenado. No entanto, essa utilização deve ser regrada e sempre que possível deve fazer pagamentos a 100%. Caso necessite de estender o pagamento por algumas prestações, tente sempre que o valor seja liquidado o mais rápido possível. Lembre-se que as situações excecionais devem ser encaradas como tal, de forma a não ter uma taxa de esforço demasiado elevada, que pode levar a um alto risco de sobreendividamento.
3 - Poupar pouco é melhor do que não poupar nada
Poupar pouco é melhor do que não poupar nada. Mas a verdade é que quando o dinheiro não é abundante, acabamos por deixar cair esta questão. Hoje em dia, a maioria das contas poupança já não oferecem juros atrativos. No entanto, se o intuito é apenas começar a juntar dinheiro, pode perfeitamente definir um valor mensal e transferir de forma automática para uma conta poupança ou para outro tipo de conta. Esta transferência deve ser feita logo no início do mês, como se se tratasse da conta da luz ou da renda da casa.
Caso tenha dificuldades em começar a criar uma poupança, existem vários métodos que o podem ajudar. Por exemplo, alguns métodos conhecidos passam por atribuir uma percentagem do seu ordenado a uma poupança. Ou seja, há quem prefira utilizar o método dos 50/30/20, onde o salário é dividido entre as necessidades, desejos e poupança. Neste caso, 50% deve cobrir as necessidades, 30% os seus desejos e os restantes 20% devem ir para a sua poupança. Há quem opte pelo método dos 80%-20% e ainda quem prefira desafios de poupança. Independentemente da solução que resultar para si, o mais importante é começar a poupar todos os meses, mesmo que o valor não seja para já o ideal.
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4 - Comece pelo fundo de emergência
Se está a começar a poupar, o seu dinheiro deve em primeiro lugar destinar-se a um fundo de emergência. E isto porquê? Porque caso aconteça algum imprevisto, é esta poupança que vai ser usada para fazer face às despesas que tiver. Um fundo de emergência garante que as suas despesas estão pagas durante um determinado tempo, caso fique sem rendimentos. Segundo a maioria dos especialistas, o mínimo aconselhável do fundo de emergência deve corresponder a seis vezes as suas despesas mensais. Ou seja, se tem de despesas 1.000 euros, então o seu fundo deve corresponder no mínimo a 6.000 euros.
Mas não se assuste. Não conseguirá ter esta poupança do dia para a noite. O objetivo é começar a criá-la até atingir o valor ideal.
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5 - A sua poupança precisa de aumentar
Quando pensamos em melhorar a nossa situação financeira, devemos saber que se não rentabilizarmos as nossas poupanças, elas ficam estagnadas, e não ganhamos nada com isso. No entanto, isso não quer dizer que deve pegar em todas as suas poupanças e investi-las. O ideal é só começar a pensar em rentabilizar as suas poupanças após já ter o seu fundo de emergência assegurado. A partir daí, o dinheiro que conseguir juntar deve ser visto como um montante ideal para ser rentabilizado.
O mais aconselhável é colocar o montante definido da sua poupança em produtos de investimento de baixo risco. Existem vários produtos no mercado, como os certificados de aforro, Planos de Poupança Reforma, seguros de capitalização, etc. Nesta fase é importante que veja bem as condições dos produtos que está a analisar, e escolha a melhor opção para os seus objetivos, mas também consoante o seu perfil de investidor.
6 - Quer investir para melhorar o futuro da sua vida financeira? Invista primeiro em literacia financeira
A chave do sucesso para alcançar uma vida financeira melhor, passa por adquirir boa informação, e ter um conhecimento afundo sobre literacia financeira. Atualmente existe uma vasta informação online, mas também existe diversos cursos sobre finanças pessoais, iniciação a investimentos, entre outros. A verdade é que opções não faltam para aumentar a sua literacia financeira, e começar apenas a investir quando tiver os conhecimentos necessários para tal.
7 - Chegou a hora de investir? Estabeleça regras
No mundo dos investimentos existem várias regras que deve ter em consideração, antes de aplicar o seu dinheiro. Assim, deve:
- Definir o montante que vai investir;
- Perguntar-se se pode suportar a perda do valor definido;
- Medir sempre o risco de cada investimento;
- Definir objetivos e qual é o seu perfil de investidor;
- Avaliar se há custos associados
Por fim, não se esqueça que deve:
- Conhecer o mercado e os produtos disponíveis de baixo, médio e alto risco;
- Procurar informações fidedignas;
- Diversificar os seus investimentos;
- Simular comportamentos;
- Saber que promessas de bons rendimentos, trazem mais riscos associados;
- E saber que bons resultados no passado não significam um futuro promissor;
Se começar lentamente a poupar, certamente que a médio/longo prazo irá conseguir melhorar a sua vida financeira.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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