Segundo os dados do PORDATA, a taxa de poupança dos portugueses em 2018 foi cerca de 6,9%. Esta percentagem de poupança caiu para menos de metade em quase 25 anos. No entanto, nem tudo é alarmante, desde que saiba se está a aplicar bem o seu dinheiro.
O Doutor Finanças sugere sete formas de como (não) gastar o seu dinheiro com engenho.
Antes de tudo, mantenha o olho nas suas finanças
Antes de tentar perceber como poderá gastar o seu dinheiro com sabedoria, precisa de saber para onde o seu dinheiro está a ir. É sempre um mistério, não é?
Comece por fazer um orçamento e mantenha o registo dos seus rendimentos e das suas despesas. Quando souber onde o seu dinheiro está a ser gasto, então aí poderá começar a pensar em ideias de utilizá-lo de uma forma mais eficiente.
Existem várias aplicações móveis grátis disponíveis para gerir o seu orçamento como as ofertas internacionais Mint, PocketGuard, Prism, Albert, entre outros, bem como a aplicação portuguesa Boonzi.
Se preferir pode sempre usar o seu cartão Revolut caso já o tenha, sendo que este já agrupa as suas despesas em categorias.
Ler mais: Apps para poupar tempo e dinheiro
Pense nos benefícios a longo prazo e nas desvantagens de comprar no imediato
Muitas compras que fazemos são simplesmente impulsos do momento que geralmente não precisamos. Um Kit Kat pode custar apenas 1€, mas pense em quantas destas situações já não teve durante a sua vida. Ou as calças que estão a 50% de desconto e que lhe disseram que tem de aproveitar a promoção hoje, porque amanhã já estarão com o preço normal.
Antes de comprar algo, pense no quão isso vai afetá-lo(a) no futuro e se poderá comprometer a sua estabilidade financeira.
Quanto tempo é que vai durar? Será que vai colocar-se numa dívida desnecessária? O valor real daquilo que irá comprar compensa o risco que estará a correr? Estas são as questões que deverá colocar a si próprio antes de passar o seu cartão no terminal de pagamento.
Ler mais: Como controlar as compras por impulso com o Boonzi
Pare de tentar impressionar quem está à sua volta
Comprar um carro topo de gama ou o telemóvel do momento não são propriamente uma boa forma de gastar o seu dinheiro da melhor forma, até porque uma marca reconhecida, apesar de geralmente transmitir sinais de qualidade e confiança, nem sempre isso se reflete. Além disso, muitas decisões que tomamos por vezes são baseadas no que o outro irá pensar - não ceda a esta armadilha!
Tente avaliar caso a caso, explorando alternativas e quais os benefícios de um produto em relação ao outro, de forma a tomar a decisão financeiramente mais correta.
No final do dia, o que está a comprar é para si e ou para os outros?
Compre a crédito apenas aquilo que o seu dinheiro permite
Cartões de crédito não são um bicho de sete cabeças que muita gente faz crer. No entanto, os mesmos devem ser utilizados com prudência e deverá garantir que consegue pagar a(s) sua(s) despesa(s) no final do mês. Caso não consiga liquidar as dívidas que contraiu, então significa que está a gastar mais do que pode.
Se pagar as despesas do seu cartão de crédito no final do mês, não incorrerá em incumprimentos desnecessários e essencialmente será o mesmo que pagar em dinheiro, só que de uma forma mais flexível.
Se não gosta de utilizar cartões de crédito, uma boa maneira de manter as suas contas em ordem é utilizar os conhecidos sistemas de envelopes ou mealheiros, em que tem vários e cada um com o seu "destino" (férias, fundo de emergência, computador, etc...).
Pode parecer antiquado em pleno século XXI, especialmente com a quantidade de aplicações móveis disponíveis no mercado para este feito, mas não deixa de ser bastante eficaz.
Ler mais: Saiba como gerir melhor os seus cartões de crédito
Descubra quais os hábitos que estão a ter mais impacto no seu orçamento
Depois de manter o olho nos seus gastos, já poderá analisar e perceber quais os seus hábitos que estão a pesar no seu orçamento. Estes hábitos poderão incluir atividades dispendiosas, almoçar/jantar demasiadas vezes em restaurantes, vícios tais como tabaco e álcool, comprar roupas desnecessárias, ou outros hábitos que tenha que não trazem qualquer valor adicional para a sua vida.
Mais uma vez, os famosos envelopes poderão ajudar a saber para onde o seu dinheiro está a “fugir” mensalmente.
Lembre-se sempre: os hábitos podem ser alterados, desde que sejam definidos objetivos, e que não nos deixemos influenciar pelos fatores externos e mantenhamos o foco.
Valorize as suas poupanças e o seu dinheiro em vez de produtos
Muitas pessoas têm gosto em ver a sua capacidade financeira crescer e preferem poupar, outras gostam de aproveitar o seu salário para satisfazer os seus desejos. Nada errado quanto a qualquer uma destas abordagens. No entanto, numa perspetiva de longo prazo, verá que o dinheiro poupado ou investido será muito melhor do que gasto em produtos que desvalorizam rapidamente, ou que na verdade não necessitava na altura em que os comprou.
Pense no que poderá fazer com o dinheiro que pode poupar mensalmente. Poupar uma certa percentagem do seu salário ao final de alguns anos pode vir a ser bastante interessante, visto que as oportunidades que terá no futuro serão bem diferentes do que se tivesse gasto nos “produtos do momento”, o que leva ao último ponto deste artigo.
Ler mais: Onde guardar as minhas poupanças?
Comece a investir cedo o seu dinheiro (mas com prudência)
Os portugueses geralmente preferem produtos menos arriscados, tais como depósitos a prazo, Certificados de Aforro (CA), entre outros. No entanto, para quem é mais tolerante ao risco e assumindo sempre uma perspetiva de longo do prazo, poderá haver alternativas para aplicar o seu dinheiro, como os fundos de investimento e ações. Mas, nestes casos, é preciso ter em mente que o risco é maior e deve sempre informar-se junto de um especialista e estar atento às flutuações do mercado.
Outra alternativa poderá ser investir em si próprio, isto é, através de formações ou certificações, melhorar as suas capacidades de comunicação, entre outras possibilidades. Está mais que provado que esta alternativa é a que gera maior retorno a longo prazo.
Em suma, tenha em mente que o que faz uma pessoa rica não é o que ganha, mas sim o que poupa de forma continuada.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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