Finanças pessoais

9 mitos sobre alimentação que podem afetar as suas poupanças

Mitos e alimentação são dois termos que andam juntos? A desinformação pode levar à compra de produtos mais caros, nem sempre mais saudáveis.

Finanças pessoais

9 mitos sobre alimentação que podem afetar as suas poupanças

Mitos e alimentação são dois termos que andam juntos? A desinformação pode levar à compra de produtos mais caros, nem sempre mais saudáveis.

Mitos e alimentação: andam sempre lado a lado? Desde logo, é importante estar informado, para poder tomar decisões conscientes e adequadas às suas necessidades. Os chamados mitos alimentares resultam, muitas vezes, em maiores gastos para o consumidor. Porquê? Porque as opções oferecidas como "melhores" são bastante mais dispendiosas que as originais.

Desta forma, pode ter mais gastos, sem qualquer tipo de benefício associado. Assim, neste artigo, reunimos 9 mitos associados à alimentação que podem levar a gastar mais dinheiro e acrescentamos pequenas trocas que podem traduzir-se em poupança.

Pão engorda mais

O pão é, sem dúvida, um dos alimentos com mais mitos associados. Mas, coloquemos o foco na expressão "o pão engorda". Todos os alimentos que comemos podem "engordar", na medida que o que vai fazer a diferença é o nosso balanço energético. O balanço energético é a diferença entre as calorias ingeridas e as gastas.

Por exemplo, se ingerir 1000 kcal e só gastar 800kcal, terá um balanço energético positivo, o que vai contribuir para um aumento de peso. Se, por outro lado, tiver um balanço energético negativo (mais calorias gastas do que consumidas) perde peso. O pão, por si só, não engorda mais, nem menos, do que outros alimentos. Pela sua composição, o pão, é uma fonte de hidratos de carbono, sendo estes os principais macronutrientes.

Assim, o principal problema associado ao pão passa pelas opções que são "aconselhadas" para substituir o pão. Além de, na maioria das vezes, não serem nutricionalmente melhores, são quase sempre mais dispendiosas. Por exemplo, muitas pessoas optam por reduzir ou eliminar o seu consumo e substituem-no por bolachas ou barras energéticas. No que diz respeito a estes alimentos, além do seu valor energético ser, muitas vezes, superior ao do pão, o seu preço é mais elevado.

Logo, não existe necessidade de eliminar o pão da sua alimentação, com medo que ele engorde. Todos os alimentos podem fazer parte da alimentação, desde que sejam consumidos nas quantidades adequadas.

Leia ainda: 10 dicas para poupar na alimentação com a subida de preços

Água alcalina faz melhor à saúde

Quanto a mitos alimentares, um muito comum tem a ver com a água alcalina. Água alcalina é um tipo de água com pH elevado, superior a 7,5. Já a água mineral, mais consumida, tem um pH ligeiramente mais ácido. Além das diferenças de pH, existem, também, notórias diferenças de preço. A água alcalina é bastante mais cara do que a água mineral.

No entanto, será que existem grandes benefícios para a saúde? Não. Os benefícios associados a esta água, quando em comparação com a mineral não justificam o seu preço elevado. Além disso, é importante salientar que o nosso estômago tem um pH extremamente ácido, ou seja, qualquer substância que entre em contacto com esse pH ficará, também ácida. Daí não haver benefícios comprovados  em beber desta água. Assim, evite gastar mais dinheiro em águas alcalinas. Beba água da torneira que é potável e faz bem à saúde.

Leia ainda: Quer poupar na alimentação? Tenha uma horta em casa

Sal rosa é mais saudável do que o normal

Já ouviu falar no sal rosa dos himalaias? Pois bem, esse é o próximo mito alimentar que vamos abordar. Este sal é extraídos de minas numa região no Paquistão e tem, como o próprio nome indica, uma coloração rosada. Além disso, tem uma composição rica em minerias, assim como benefícios a nível da pressão arterial e função cardiovascular, entre outros. No entanto, nenhum destes benefícios está claramente estudado ou comprovado. Quanto à sua composição em minerais, a verdade é que para as quantidades de sal ingeridas no dia-a-dia não há acréscimo nenhum, logo, seria irrelevante.

E existem diferenças de preço entre o sal rosa e o normal? Sim. O sal rosa dos Himalaias custa cerca de oito vezes mais que o sal normal. O que, para um produto que não apresenta benefícios comprovados, é claramente demasiado. Assim sendo, não gaste dinheiro desnecessário. Sal é sal, com todos os seus benefícios e malefícios, apenas muda o lugar de onde é extraído.

Leia ainda: Alimentos com IVA 0% até outubro: Conheça a lista

Bebidas vegetais são melhores que o leite

É comum ouvirmos que o "leite é mau para a saúde" e que este deveria ser substituído por bebidas vegetais. No entanto, esta afirmação assenta em poucas bases científicas. O leite é um alimento muito consumido em todo o mundo e é, também, considerado um dos alimentos mais completos, uma vez que funciona como fonte de proteína, hidratos de carbono e, também, gordura, em menores quantidades.

Relativamente às bebidas vegetais, em primeiro lugar é importante perceber em que aspetos estas bebidas são melhores que o leite, pois a nível nutricional nem sempre é o caso. Estas bebidas são industrializadas, pois não acontecem naturalmente. Além disso, muitas vezes são adicionados açúcares para melhorar o seu sabor, o que nutricionalmente não é benéfico. Por fim, temos as questões associadas ao preço. As bebidas vegetais são mais caras que o leite e não apresentando nenhum benefício, não existe motivo para fazer esta troca.

Existem, no entanto, situações em queo consumo de leite não é possível e aí, sim, as bebidas vegetais são uma opção válida. Situações como alergias ou vegetarianismo/veganismo são exemplos. No entanto, caso goste de leite e não tenha nenhum tipo de restrição, pode continuar a consumi-lo. A sua carteira agradece.

Leia ainda: Como aproveitar ao máximo o IVA zero nas compras

carrinho do supermercado com vários alimentos

Alimentos congelados não têm nutrientes

Outro dos mitos alimentares frequentes está associado a alimentos congelados e à sua qualidade nutricional em micronutrientes (vitaminas e minerais). É comum ouvirmos que os alimentos são melhores frescos, pois se forem congelados não têm nutrientes. No entanto, não é verdade. A congelação é uma técnica de conservação muito utilizada e das melhores para manter a qualidade nutricional dos alimentos. Assim sendo, não existe qualquer problema em optar por versões congeladas dos alimentos. Inclusive, consegue, muitas vezes, encontrá-las a preços mais baixos do que as versões frescas, nomeadamente, frutas e legumes.

Um aspeto importante a ter em consideração quando comparamos preços entre produtos frescos e congelados é a parte que, efetivamente, é ingerida. Por exemplo, quando compramos uma manga, vamos pagar o peso exato que ela tem quando comprada fresca. No entanto, não vamos ingerir toda essa quantidade, pois temos de remover a casca e o caroço. Ou seja, vamos pagar partes da fruta que iremos acabar por deitar fora. Pelo contrário, quando compramos frutas ou legumes congelados, toda a quantidade que estiver na embalagem é edível, ou seja, vai ser ingerida.

Assim, é normal que, por vezes, alimentos congelado tenham preços ligeiramente mais altos. No entanto, quando faz as contas às partes não edíveis que são desperdiçadas no alimentos frescos, a diferença de preço não é praticamente nenhuma.

Leia ainda: Refeições mais baratas? Estas 7 aplicações podem aliviar o seu orçamento

Produtos detox são bons para "limpar" o organismo

Este é um daqueles mitos mais problemáticos, especialmente no verão. O conceito de detox é comercial e pode ser pouco verdadeiro. Segundo as marcas, estes produtos são capazes de eliminar toxinas e gorduras do seu organismo, fazendo, assim, uma desintoxicação do mesmo. No entanto, a funcionalidade destes produtos não está cientificamente esclarecida, nem a forma como fazem a dita "desintoxicação". Estes artigos vêm sobre as mais diversas formas, tais como: comprimidos ou cápsulas, bebidas para dissolução, chás, entre outros. Além disso, os seus preços nada têm de convidativo.

Qual o problema dos produtos detox e quais as suas implicações na poupança? O nosso organismo tem a capacidade de fazer todo o detox que nós precisamos, sendo que, para isso utiliza o fígado e os rins. Estes dois órgãos são responsáveis por filtrar as toxinas existentes no nosso organismo e prodecer à sua eliminação. Para melhorar as suas funções biológicas e garantir que a eliminação de toxinas por parte do seu organismo é maximizada, deve:

  • Adotar um estilo de vida saudável
  • Fazer exercício regularmente
  • Beber entre 1.5 a 2L de água por dia
  • Consumir regularmente fruta e legumes
  • Não fumar e evitar bebidas alcoólicas

Leia ainda: 10 dicas para poupar na conta do supermercado

Alimentos biológicos são mais saudáveis

Quanto a mitos alimentares, os produtos biológicos são incontornáveis. Produtos biológicos são aqueles provenientes de agricultura biológica, ou seja, produtos sem organismos geneticamente modificados, onde não foram utilizados pesticidas ou adubos químicos. A sua forma de produção é mais natural e, por essa razão, estes são mais sustentáveis e garantem melhores características, como sabor e aroma. Todas estas características associadas aos produtos biológicos têm validade.

No entanto, será correto dizer que eles são mais saudáveis? Não necessariamente, pois a nível nutricional não existem diferenças significativas entre produtos de origem biológica ou não. As principais diferenças entre estes dois tipos de produtos baseiam-se na sustentabilidade dos métodos e em questões ambientais de produção.

Contudo, quando falamos dos preços de ambos os tipos de produtos, podemos verificar que produtos biológicos são mais caros que produtos não biológicos. Assim, e uma vez que não se verificam diferenças nutricionais, pode optar pelas versões não biológicas.

Leia ainda: As armadilhas no supermercado a que deve atento

Alimentos sem glúten são mais saudáveis

Certamente, já ouviu dizer que o glúten faz mal à saúde, no entanto, será verdade? O glúten é uma proteína presente em cereais como o trigo, a cevada, o malte e o centeio. Esta proteína quando misturada com água, confere aos alimentos características elásticas, como podemos ver a massa do pão e bolachas. Assim, é possível encontrar glúten nos mais diversos produtos, desde pão, bolachas, massas, bolos, entre muitos outros.

Existem pessoas que, por questões de saúde, não podem consumir produtos com glúten. Normalmente, pessoas com doença celíaca ou outras intolerâncias ao glúten. Por esta razão, começaram a ser disponibilizados no mercado produtos sem glúten. Estes produtos são semelhantes aos outros, no entanto, as farinhas utilizadas são provenientes de outras fontes, isentas de glúten.

Faz sentido uma pessoa que não seja intolerante ao glúten comprar estes produtos? Não. Pois não existe nenhum benefício direto do consumos destes produtos por não intolerantes. Da mesma forma, também não existe nenhum benefício económico na aquisição destes produtos, pois na maioria dos casos são mais caros.

Leia ainda: Comparar preços ao peso ou à unidade? Saiba quando e como fazer

Todos precisamos de tomar multivitamínicos

Por fim, mas não menos importante, vamos abordar um mito alimentar não relacionado com alimentos, mas sim com suplementos. Suplementos alimentares são produtos muito utilizados pelas mais diversas razões. Podem ser usados em casos de défices de vitaminas, para suprir défices calóricos, entre outras situações. No entanto, atualmente, muitas pessoas tomam suplementos vitamínicos sem terem necessidade de o fazer.

Mas os seus benefícios só são sentidos caso a pessoa tenha défice de alguma vitamina ou mineral. Por exemplo, por se sentir cansado, não significa que tenha de tomar um suplemento de ferro . O ferro é um mineral que quando em défice está associado a anemias e cansaço/fadiga. No entanto, deve fazer análises para avaliar estes valores.

Numa alimentação saudável e equilibrada, o aporte de vitaminas e minerais é suficiente para suprir as necessidades do organismo. Assim sendo, a toma de suplementos, muitas vezes, não é necessária. Evite gastar dinheiro em produtos de que pode não precisar.

Leia ainda: O que liga a poupança à redução do desperdício?

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

Partilhe este artigo
Tem dúvidas sobre o assunto deste artigo?

No Fórum Finanças Pessoais irá encontrar uma grande comunidade que discute temas ligados à Poupança e Investimentos.
Visite o fórum e coloque a sua questão. A sua pergunta pode ajudar outras pessoas.

Ir para o Fórum Finanças Pessoais
Deixe o seu comentário

Indique o seu nome

Insira um e-mail válido

Fique a par das novidades

Receba uma seleção de artigos que escolhemos para si.

Ative as notificações do browser para receber a seleção de artigos que escolhemos para si.

Ative as notificações do browser
Obrigado pela subscrição

Queremos ajudá-lo a gerir melhor a saúde da sua carteira.

Não fique de fora

Esta seleção de artigos vai ajudá-lo a gerir melhor a sua saúde financeira.