Finanças pessoais

Abril: Segundo mês de ganhos para as carteiras de investimento

O balanço dos dois primeiros meses das carteiras de investimento é positivo. Em abril, o dólar travou os ganhos, mas o retorno foi positivo.

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Abril: Segundo mês de ganhos para as carteiras de investimento

O balanço dos dois primeiros meses das carteiras de investimento é positivo. Em abril, o dólar travou os ganhos, mas o retorno foi positivo.

No início de março lançámos um desafio: constituir duas carteiras de investimento, com dois perfis distintos (conservador e dinâmico) e acompanhar o seu desempenho ao longo dos meses, tentando explicar o que é que pode influenciar o comportamento do mercado de capitais. Este é o segundo mês em que conseguimos fazer um balanço e o retorno potencial é positivo.

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O mês de abril foi positivo em quase toda a linha. Do conjunto de ativos que compõem as nossas duas carteiras, apenas um segmento apresentou uma (pequena) desvalorização, juntamente com a desvalorização cambial, que também contribuiu negativamente para a performance da carteira.

A rentabilidade do mês de abril foi boa, apesar de mais baixa do que a obtida em março (que foi um mês excecional).

Outro ponto interessante é que em abril, começámos a apresentar outro indicador, que consiste na valorização da carteira desde o seu inicio. A realidade é que em dois meses a rentabilidade obtida nas duas carteiras ( moderada e dinâmica) são muito interessantes e lançam-nos várias perguntas: A abertura da economia poderá gerar ainda maiores retornos? Será que os Bancos Centrais vão reduzir os estímulos que implementaram para dinamizar a economia?

Com o aumento dos programas de vacinação, as diferentes economias estão a conseguir dar passos efetivos no sentido de retoma, o que por si só é um ponto positivo, pela euforia que pode trazer aos consumidores que têm estado ao longo dos últimos meses confinados ou isolados, sem poderem ter uma vida social ativa. Assim sendo, a reabertura progressiva das diferentes economias globais pode originar um período fulgurante de consumo em diferentes áreas.

Leia ainda: A constituição da carteira de investimento

Procura vs Oferta

A questão que devemos colocar é se do lado da oferta, os agentes económicos estão preparados para satisfazer as necessidades dos consumidores? O consenso é que será difícil isso acontecer, existindo um mecanismo automático da procura e oferta que consiste em que quando a procura é maior que a oferta, os preços sobem.

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Este é até ao momento o ponto que está a gerar maior apreensão por parte dos investidores. Mas porquê? Porque se os preços dos bens sobem pela pressão da procura ( e pela subida recente do preço das matérias-primas), então a inflação aumenta. E qual o problema relacionado com a inflação? A inflação é algo positivo numa economia se for consequência do aumento de salários, o que não é o caso. Em todo o modo, uma das missões dos Bancos Centrais consiste na estabilização dos preços (controlo da inflação). Caso este indicador dispare, poderá existir a necessidade de alteração dos atuais programas de compra de ativos e/ou subida de taxas. Caso a política monetária sofra esta inversão, os mercados poderão sentir um impacto negativo importante, porque a realidade é que todas estas valorizações a que temos assistido nos últimos meses se devem, em grande parte, ao aumento de liquidez/suporte proporcionado pelos diferentes Bancos Centrais de todo mundo.

Racionalidade nas decisões de investimento

O parágrafo anterior pretendeu chamar a atenção para a forma como rapidamente podemos passar de um sentimento muito positivo para um sentimento negativo, reforçando a importância e necessidade de sermos sempre racionais nas nossas decisões de investimento e de termos sempre uma estratégia devidamente fundamentada e diversificada.

Performance mensal e desde que a carteira foi criada

Relativamente às carteiras, a moderada apresenta uma performance mensal de 0,7% e 2,7% desde que criámos a carteira. Já a dinâmica apresentou um crescimento mensal de 0,8% e 3,9% desde que a criámos.

Composição das duas carteiras:

Conforme referido anteriormente, a performance foi positiva nas duas carteiras, apesar de ter sido prejudicada pela desvalorização do dólar (alguns ativos estão cotados em dólares).

O segmento dos emergentes destacou-se pela negativa, porque foi o único que teve uma performance efetivamente negativa (sem a desvalorização cambial), tanto nas obrigações como na exposição ao mercado acionista. Tal facto deveu-se em grande parte ao aumento de tensões que envolveram a China – tensões internas, associadas a aumento de regulação ou coimas a aplicar a empresas que estão a ter um crescimento enorme e, tensões externas, nas relações institucionais com outros países.

Como sempre, realçamos a importância de termos um racional de investimento bem definido, ativos de qualidade e uma enorme diversificação e equilíbrio que permitam que os ativos que compõem a carteira se complementem entre si.

Leia ainda: Quero começar a investir: qual o caminho que devo seguir?

Desempenho de cada ativo e global das carteiras

Nota: Os desempenhos das carteiras e dos ativos integrantes das mesmas indicados neste artigo foram calculados por referência ao período entre 1 de março e 30 de abril e correspondem ao desempenho bruto absoluto, ou seja, diferença entre as cotações dos ativos nas datas de referência:

Nas tabelas em baixo é possível ver qual o desempenho de cada ativo e da carteira no último mês (abril) e desde que foi criada:

Constituição da carteira dinâmica e o desempenho de cada ativo e da totalidade da carteira

Nota: As carteiras do Doutor Finanças não são nem devem ser entendidas como um conselho a investir neste ou naquele tipo de instrumento financeiro. As nossas carteiras foram criadas apenas para permitir ilustrar quais os riscos e os benefícios potenciais de investir, direta ou indiretamente, em instrumentos financeiros como ações e obrigações.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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