Os bancos aumentaram a concessão de crédito a particulares e empresas em setembro, mesmo com os custos de financiamento a subir. No total, foram concedidos 3.821 milhões de euros em novos empréstimos, mais 670 milhões de euros do que no mês anterior.
Aos clientes particulares, os bancos concederam um total de 2.006 milhões de euros de novos créditos, em setembro, o que representa um aumento de 136 milhões de euros face a agosto. A maior parte - 1.338 milhões – foi crédito habitação, mais 121 milhões de euros em relação ao mês anterior (1.217 milhões de euros), de acordo com os dados revelados pelo Banco de Portugal.
Os bancos voltaram assim a aumentar os novos empréstimos para a compra de casa depois de três meses consecutivos de queda. Desde junho que o montante de novos créditos habitação vinha a baixar, tendo agora crescido em setembro, mesmo num contexto de agravamento das taxas Euribor e subida das prestações.
Em sentido contrário, o montante de novos créditos ao consumo diminuiu de 482 milhões de euros, em agosto, para 467 milhões de euros, em setembro, enquanto os empréstimos para outros fins aumentaram de 171 para 201 milhões de euros.
No que respeita às empresas, o montante de novos empréstimos concedidos pelos bancos foi de 1.815 milhões de euros, mais 534 milhões de euros do que no mês anterior. Uma análise por escalão de montante mostra que foram emprestados 966 milhões de euros nos empréstimos até 1 milhão de euros (822 milhões em agosto) e 849 milhões de euros nos empréstimos acima de 1 milhão de euros (460 milhões em agosto).
Juros da casa atingem nível mais alto desde 2015
Nos novos empréstimos à habitação, a taxa de juro média subiu para 2,23%, um valor acima do observado em agosto (2,01%) e que representa um máximo desde outubro de 2015. Uma evolução que, segundo o Banco de Portugal, “está em linha com a subida das taxas médias da Euribor em agosto”.
Em setembro, 87% do montante dos novos empréstimos à habitação utilizou como indexantes a Euribor a 6 ou a 12 meses. No caso do stock de empréstimos à habitação que está vivo no final de setembro, o indexante mais comum é a Euribor a 12 meses.
Olhando para os novos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média foi de 7,85%, ligeiramente abaixo dos 7,94% do mês anterior.
No caso dos empréstimos às empresas, os juros voltaram a aumentar, fixando-se nos 3,04% (2,73% em agosto). Desde fevereiro de 2017 que os juros não ultrapassavam a barreira dos 3%.
A taxa de juro média subiu tanto nos empréstimos até 1 milhão de euros (de 2,96% para 3,30%) como nos empréstimos acima de 1 milhão de euros (de 2,32% para 2,74%).
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Remuneração dos depósitos volta a descer
Com a subida dos juros de referência por parte do Banco Central Europeu (BCE), seria de esperar uma repercussão tanto nos créditos quanto nos depósitos. Porém, as subidas têm-se limitado aos créditos, já que os bancos continuam sem aumentar a remuneração dos depósitos. Aliás, nestes produtos de poupança, os juros não só não subiram, como caíram, em setembro, pelo segundo mês consecutivo.
Os dados do Banco de Portugal mostram que, em setembro, o montante de novos depósitos a prazo de particulares foi de 3.901 milhões de euros, dos quais 3.445 foram aplicados em depósitos a prazo até um ano, remunerados a uma taxa de juro média de 0,05%. Esta taxa representa uma diminuição face ao juro médio de 0,07% de agosto, que já havia caído em relação a julho (0,09%).
Já os novos depósitos a prazo de empresas totalizaram 1.112 milhões de euros, dos quais 1.066 foram aplicados em depósitos a prazo até um ano, remunerados a uma taxa de juro média de 0,25%.
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