Os débitos diretos são uma forma prática e automática de pagar contas recorrentes (água, gás, eletricidade, entre outras), mas serão uma boa ideia para quem quer gerir eficazmente as suas finanças pessoais?
Os débitos diretos representam as seguintes vantagens:
- Comodidade;
- Segurança;
- Potencial de poupança.
Leia ainda: Como pode poupar no envio da Fatura Eletrónica e no Débito Direto
Comodidade
Ao automatizar os pagamentos recorrentes vai poupar tempo e paciência, que pode utilizar noutras atividades de maior valor acrescentado ou de lazer. Se contabilizar o tempo que demora a pagar cada uma das contas (nunca menos de 5-7 minutos por cada) e comparar isso com os 5 minutos que vai passar a necessitar para conferir o extrato bancário (confere o extrato, não confere?), vai rapidamente aperceber-se que pode ganhar muito tempo para si.
Segurança
Se pensa que os débitos diretos são uma carta branca para as empresas lhe cobrarem o que bem entendem, desengane-se:
- Quando cria uma autorização de débito direto pode (e deve) colocar um limite por cada débito. Desta forma qualquer débito acima desse valor é automaticamente rejeitado pelo banco;
- Se por acaso lhe cobrarem um valor que considera indevido, pode exigir ao seu banco que lhe credite a conta até 30 dias após o crédito, sem ter de dar qualquer explicação.
Potencial de poupança
Automatizar os pagamentos é uma das vertentes de uma gestão financeira equilibrada (automatizar a poupança e os investimentos são outras, mas isso fica para um próximo artigo). Ao fazê-lo vai dispor de mais tempo para analisar os seus custos, sendo que certamente encontrará oportunidades de os baixar.
Adicionalmente, evitará o pagamento de multas e reativações de serviços porque se esqueceu de pagar alguma conta a tempo.
Sugestões importantes
Para que tudo corra bem com os débitos diretos, deixo-lhe as seguintes sugestões:
- Coloque sempre um limite de valor para as autorizações de débito direto que criar;
- Não se esqueça de guardar 5 minutos por mês para confirmar que os débitos efetuados correspondem às faturas que lhe dizem respeito;
- Garanta que a sua conta dispõe dos fundos necessários;
- Se detetar alguma inconformidade numa fatura, mande cancelar imediatamente a autorização de débito direto e se a sua conta já tiver sido debitada peça ao banco para reverter a operação;
- Não use os débitos diretos como forma de se esquecer das suas obrigações. Periodicamente verifique as suas contas e veja se é possível optar por alternativas mais baratas;
Já agora! Mantenha as suas finanças controladas nas compras na internet e leia o artigo "5 regras para proteger os seus cartões em compras online".
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
Etiquetas
- #bancos,
- #instituições financeiras,
- #literacia financeira,
- #utilidades
Existe ainda um outro problema com os débitos directos, e que a maioria das pessoas acaba por deixar andar e não deveria.
Os próprios bancos confirmam que as pessoas têm um crédito a ser pago por débito directo. Após o seu término, devemos de nos dirigir ao banco (ou fazê-lo através da internet, que também é possível) cancelar essa autorização da nossa conta.
Mesmo em relação aos bancos temos que estar atentos, a mim aconteceu-me à pouco tempo, que apesar de ainda ter uma conta jovem, com débitos na conta, com domiciliação do ordenado, debitaram-me a anuidade do cartão. Liguei para a CaixaDirecta (para mim um serviço essencial), fiz a minha reclamação por telefone e restituiram-me o dinheiro na conta.
Se todas as pessoas tivessem atentas talvez eles não continuassem a tentar…
Bom trabalho
http://clientebancario.bportugal.pt/ , convém saber que nós consumidores finais temos uma palavra a dar, de consentimento ou não. Neste link, exclarece as dúvidas frequentes deste tipo de operações.
No entanto, como em tudo convém estarmos atentos e isso é uma responsabilidade que cabe a cada um de nós individualmente.
@Maria,
Compreendo perfeitamente a sua preocupação, mas há que distinguir comodidade de desleixo.
Os débitos directos devem ser vistos como uma forma de nos facilitar a vida, mas não devemos incorrer no erro de deixar de confirmar os débitos efectuados e compará-los com as facturas recebidas.
O seu caso é um daqueles (supondo que esse tipo de operação é débito directo e não se enquadra noutro regime) em que podia ter exigido ao banco a anulação imediata e incondicional do débito. Atenção que isto não é um favor, é um direito que tem (veja no link do BdP que deixei no artigo) e para o qual nem sequer precisa de dar qualquer explicação.
Digamos que no caso dos débitos directos, em caso de lapso, deve agir-se da seguinte forma:
1 – A entidade credora manda debitar X na conta;
2 – Esse valor está errado;
3 – O devedor (nós) exige ao banco o cancelamento do débito;
4 – O banco cancela (obrigatoriamente) o débito;
5 – Falamos com a entidade credora para perceber o que se passou.
Caro Pedro, sou uma leitora apenas ocasional (e acho o seu blog fantástico!), mas em relação a este post, não podia discordar mais:
– ao colocar um limite devemos sempre dar uma margem para meses em que gastamos mais e aí, uma factura errada pode ter cabimento,
– o débito directo, a não ser para pessoa extremamente regradas é mais uma forma de “desgoverno”, porque acho que a maioria das pessoas não confirma nada.
– por outro lado, saber que a conta cai e é paga automaticamente faz com que olhemos menos para a factura e detectar gastos exagerados e perder oportunidades de controlar o que se gasta
– aconteceu-me com o seguro da casa. Eu já o havia cancelado, mas a funcionária do banco, por descuido (desleixo? de propósito?) perdeu a informação e não fez o cancelamento, resultado, paguei um seguro que não tinha que pagar e o estorno foi reduzido dos dias que passaram até a situação se resolver…
Sinceramente, a insistência das empresas no débito directo pareceme uma vantagem só para elas. Perder algum tempo a controlar pagamentos e gastos parece-me um investimento e não uma perda.
Há dias fui confrontada inclusivamente com uma ONG em que os donativos só podiam ser feitos por débito directo, fiquei indignada.
Bem haja
Aconselho vivamente a não se optar por esta modalidade na TVCabo…que agora se chama ZON. É altamente inseguro pois são de uma desorganização arrepiante.
Concordo inteiramente com o comentário da D.Esperança Silva pois com a comidade de hoje em dia, pago as contas no mesmo dia em que elas chegam ao correio, no conforto do sofá, no banco online. Conferir extractos e cruzá-los com as facturas recebidas demora a meu ver muito mais.
São só os meus 5 escudos.
Grande abraço e continuação de um dos blogs mais úteis que conheço!
@Pedro
Excelente.
Corroboro a sua opinião, pois os bancos enganam-se mais vezes do que supomos, salvaguardando a dedicação extrema da maioria dos bancários.
Bons conselhos que deveriam ser adoptados por todos.
@João Seabra,
Não sei se o problema era a construção frásica, mas se sim já está corrigido.
Pedro:
“… qualquer explicação, até 30 dias após o …” débito.
Sobre os débitos directos, na minha modesta opinião não são só vantagens, tem até uma grande desvantagem, o pormenor da maioria das entidades não seguirem rigorosamente um dia certo para o débito, muitas das vezes oscilam entre vários dias diferentes e complica a vida a quem tem o orçamento definido por datas! A EDP até define um calendário anual e segue-o á risca, mas existem muitas entidades que não o fazem!
Hoje em dia com o sistema on-line fazemos os nossos pagamentos com toda a comodidade sem ter de perder tempo em filas intermináveis nas mais diversas secções que precisamos ;-))
Fiquem bem
Muito útil 😉