Tal como qualquer outra decisão, uma decisão financeira mal tomada também pode desencadear um conjunto de eventos indesejados. Assim, devemos ter cuidado e pensar bem antes de tomar qualquer decisão.
No que diz respeito a questões financeiras, a lógica é exatamente a mesma: antes de dar qualquer passo, deve ponderar bem os prós e contras. Questões como, será que é mesmo necessário, ou não haverá uma opção melhor, são algumas das que podem surgir.
Assim, neste artigo, abordamos seis decisões financeiras relevantes e das quais, dificlmente, se vai arrepender.
Ter dinheiro de lado para uma emergência
Esta deve ser uma das primeiras decisões a tomar assim que ganha o seu primeiro vencimento. A criação de um fundo de emergência é, sem dúvida, relevante para responder a imprevistos. Ainda que a tendência seja, sobretudo enquanto somos jovens, de não darmos tanta importância a estas questões, já pensou o que faria se lhe surgisse uma situação médica dispendiosa? Ou um internamento prolongado? Ou, até mesmo, uma situação de desemprego súbita? Como faria face às suas despesas mensais se não tiver dinheiro de lado?
Um fundo de emergência, como o próprio nome indica, é uma quantia monetária que é posta de lado para situações de emergência. Este valor deve ser suficiente para assegurar, no mínimo, três meses de despesas. No entanto, atualmente, recomenda-se que sejam seis meses de despesas, e se possível um pouco mais
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Guiar as suas finanças através de orçamentos
Outra decisão de peso passa por fazer orçamentos. Orçamentos são os "melhores amigos" das finanças pessoais e, sobretudo, da poupança. Um orçamento contempla um valor máximo que atribui a cada categoria de despesas que tem. Por exemplo, se mensalmente gasta por volta dos 200€ em alimentação, esse é o seu orçamento para essa despesa. O que deve tentar todos os meses é manter-se dentro desse orçamento, se possível reduzi-lo.
A mesma estratégia deve ser aplicada para todas as outras despesas, desde contas da casa, gastos automóveis, férias, entre muitas outras. Este não é um método punitivo, ou seja, nada lhe acontece se não cumprir um orçamento. Este método baseia-se em autocontrolo e vontade de poupar o máximo possível. Assim, deve estabelecer um compromisso consigo e, se não cumprir um orçamento num mês, fazer o possível para recuperar no mês seguinte.
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Contribuir para a sua reforma
Esta é daquelas decisões que, muitas vezes, só nos lembramos já tarde. Quando somos jovens a reforma parece longínqua, no entanto, à medida que os anos passam percebemos que o valor ao qual iremos ter direito pode ser insuficiente. Assim, para prevenir esta situação deve começar a preparar a sua reforma assim que começa a trabalhar.
Existem diversas formas de colocar dinheiro de parte para a sua reforma. Entre as mais comuns está o PPR - Plano Poupança Reforma. No que diz respeito aos PPR existem alguns tipos. Pode ter um onde mensalmente um certo valor da sua conta à ordem seja depositado, ou seja, funciona de forma muito semelhante a um débito direto na sua conta à ordem, no entanto o valor reverte para a sua poupança reforma. Por outro lado, existe o formato de ir fazendo depósitos a seu gosto. Le,bre-se que, para além de estar a colocar dinheiro de lado para a sua reforma, obtém, ainda, benefícios fiscais pela subscrição de um PPR.
Outra forma de poupar para a sua reforma passa por investir. Neste caso, tem primeiro de definir o seu perfil de investidor (mais ou menos conservador ou mais ou menos dependente da rapidez dos resultados) e depois ter presente que está dependente das volatilidades de mercado, ou seja, o seu dinheiro pode render mais ou menos consoante o mercado está em crescimento ou em queda. Apesar de mais arriscado do que um PPR, os lucros dos investimentos podem ser muito superiores a longo prazo, no entanto, nunca são garantidos.
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Estratégia para investimentos
Poupar ou investir: o que devo fazer?
A juntar às decisões de que, dificilmente, se vai arrepender, falamos agora de investimentos. Este tipo de investimentos requerem bastante pesquisa antes de atuar. Ou seja, primeiramente deve investir na sua literacia financeira e garantir que está a par de todos os aspetos inerentes aos investimentos financeiros, incluíndo os riscos. Investir o seu dinheiro pode resultar em grandes ganhos no futuro, especialmente a longo prazo.
No entanto, deve garantir que qualquer dinheiro que esteja a investir, não lhe faz falta, pelo menos num futuro próximo. Um dos principais erros associados a investimentos financeiros é fazê-los antes de estar preparado, ou seja, investir antes de ter dinheiro para o fazer. Investimentos são bons e podem ser lucrativos, no entanto, não é o ponto de partida. Antes de investir deve ganhar "músculo financeiro", isto é, trabalhar para que as suas finanças estejam estáveis e as suas prioridades definidas.
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Tentar poupar mais
Poupar deve ser a base de toda a sua estratégia financeira. Independentemente da razão pela qual o faz ou qual o objetivo, ter sempre dinheiro disponível e minimizar os seus gastos são regras chave de uma boa situação financeira.
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Poupar significa gastar o menos possível em qualquer situação. Por exemplo, se por 1kg de maçãs consegue pagar 1.10€ num determinado supermercado, porque razão vai gastar 2€ noutro? O mesmo se aplica a todas as suas despesas. Se, por exemplo, pode poupar num serviço de televisão em determinada operadora, deve mudar se a sua for mais cara. Todos os meses, após receber o seu vencimento, deve garantir que sobra dinheiro para pôr de parte. Pode poupar com um determinado intuito, por exemplo, para umas férias, ou poupar para o futuro, sem ter nenhum objetivo definido.
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Não apressar decisões importantes
Por fim, e não menos importante, nunca apresse a tomada de decisões financeiras importantes. Antes de tomar decisões, informe-se, pesquise, esteja informado, tome o seu tempo e não deixe que stress externo influencie as suas decisões. Escolhas informadas levam a maior sucesso do que quando são feitas de forma apressada.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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