Um depósito a prazo pode ser considerado um empréstimo que um indivíduo (ou empresa) faz a um banco, recebendo como contrapartida juros. Os juros representam a remuneração que o banco paga para que lhe disponibilize o seu dinheiro.
Ganha o banco porque dispõe de capital adicional para a sua atividade, remunerado a baixo custo e ganha o indivíduo porque consegue, de forma segura, obter alguma valorização do seu capital, com muito baixo risco.
De facto, os depósitos a prazo são dos instrumentos de investimento mais simples e com menor risco (com exceção das obrigações do Tesouro):
- Os depósitos a prazo têm, essencialmente, uma taxa de juro (ver a diferença TANB e TAEL) - que representa a remuneração fixa - e uma duração (ou prazo) - que representa o prazo durante o qual o dinheiro estará cativo e a render juros;
- A nível de risco, é próximo do zero. As situações que podem dar origem ao não-pagamento de juros/capital seria a falência financeira da entidade bancária envolvida (o que tendo em conta os lucros brutais dos bancos Portugueses é quase impossível).
Vantagens
- Risco próximo do zero;
- Remuneração garantida;
- Simples de perceber;
- Não obriga a despesas adicionais (na maioria dos casos);
- Oferta variada.
Desvantagens
- Juros normalmente baixos;
- Desmobilização antecipada do capital obriga, geralmente, a penalizações;
- Depósitos a prazo com taxa atrativa têm, normalmente, duração superior a 6 meses;
- Em determinados períodos económicos oferecem uma taxa de juro inferior à inflação.
Quando utilizar
Não se pode dizer que os depósitos a prazo sejam indicados para todos, independentemente da situação. Na realidade existem alguns critérios que podem auxiliar a decisão de investir o seu dinheiro num depósito a prazo.
Apenas deve investir num depósito a prazo se:
- Desejar obter um rendimento fixo, embora baixo, com um risco próximo de zero;
- Não tiver necessidade de utilizar o dinheiro investido num prazo entre 6 meses e 1 ano.
Adicionalmente, a percentagem do património investido em depósitos a prazo deve ser proporcional à idade. Ou seja, quanto maior a idade maior a percentagem de património investido em depósitos a prazo, pois o nível de risco suportado é menor e a garantia de remuneração maior.
Bons investimentos! 🙂
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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Pedro, não é ignorância nenhuma, simplesmente os esquemas bancários são feitos de forma a baralhar e confundir os consumidores.
Em relação às taxas de juro, são normalmente apresentadas na sua forma anual mas aplicam-se de acordo com a duração do depósito a prazo. Ou seja, como diz, têm de ser convertidas.
A uma taxa anual de 4,25% vai corresponder uma semestral de IRS*4,25%/2 = 1,7%, exactamente como diz.
Ainda bem que o Pedro levantou esta questão, de certeza que mais leitores teriam a mesma dúvida.
Boa noite, estive a ler este excelente blog de uma ponta a outra e está mesmo muito bom. Pretendo fazer alguns investimentos com uma poupanças que consegui acumular, contudo há uma dúvida que ainda não consegui esclarecer a 100%.
Um depósito a prazo com 4,25% de TANB a 6 MESES, significa que no final dos seis meses terei o capital investido mais os juros (0,8 (IRS) * 4.25 = 3,4%) sobre o mesmo, ou seja no caso de o capital ser 5000€ seria 5000€ * 3,4% = 170€?? então e se o prazo fosse de um ano não seria igual? visto o capital e a taxa ser a mesma. Ou teremos de converter a taxa de 3,4% (anual) para semestral (3,4 / 2) 1,7%, no caso dos 6 meses?? Peço desculpa a ignorância, mas ainda não compreendi isto muito bem.
Se não te aproveitares vou é utilizar as duas ideias. Vou fazer aqui um exercício de simulação próprio e lançar um desafio aos leitores.
Obrigado pela excelente ideia, vai ser muito interessante.
Tenho uma ideia mais engraçada, vamos propor aqui no BLOG a realização colectiva desse exercício. Criamos um tópico em que se define: Valor do capital, prazo e outras regras. E cada utilizador pode participar.
Exemplo:
Capaz 1 (aplicações seguras): 10.000€
Capaz 2 (aplicações com risco): 10.000€
Prazos: 60 dias
E um prémio de valor muito simbólico ou não monetário.
Acho que fomentava a participação, a comparação e comentários sobre os diferentes riscos e aplicações.
“Vale a pena pensar nisto” – RFM
Esse é um exercício bem engraçado. Vou fazer isso, sim.
Obrigado pela ideia.
Acho que a melhor forma de desmistificar conceitos é criando uma simulação de 3 cabazes de produtos financeiros, o primeiro podia conter unicamente aplicações a prazo, o segundo uma aplicação mista e o terceiro aplicações de alto risco.
Assim todos os utilizadores poderiam analisar os prós e contras, e o efeito comparação (benchmark). A ideia era para o Pedro criar 3 propostas e passado 6 meses estaríamos a ver o efeito gerado e se valeu a pena considerar o risco.
Embora acredite que tenha passado a mensagem que referes, não é essa a minha convicção.
Eu acredito que os depósitos a prazo são atractivos (em certas situações), mas que não devem ser vistos como a única hipótese.
Mesmo no campo dos instrumentos de baixo risco temos as Obrigações do Tesouro, Certificados de Aforro, aplicações financeiras desenvolvidas à medida, etc…
Quanto ao tal jogo (simulação), que sugeres?
A maioria dos utilizadores, normalmente só tem conhecimento das aplicações tradicionais de investimento (depósitos a prazo).
Este artigo dá a entender que não são atractivos, assim gostaria de saber o que sugere?
Era engraçado realizarmos um pequeno jogo (simulação) de investimento a título teórico de aplicações financeiras.
Viva Óscar.
Fico contente que não concordes inteiramente comigo.
Os depósitos que anuncias são muito atractivos, mas é preciso ter em conta que só podem ser utilizados uma vez, i.e. não são renováveis e visam apenas atrair, como dizes, novos clientes. De qualquer forma é um ponto a ter em conta.
Quanto à idade, a prudência é a chave. Quanto mais velho menor deve ser a nossa exposição a mercados voláteis, nomeadamente accionistas, pelo que os depósitos a prazo são uma alternativa conservadora interessante.
Como regra, diz-se, a % de investimento em acções deve ser igual a 100% – Idade.
Em relação à oferta, estava de facto a falar das taxas.
Cumprimentos e obrigado pelos excelentes pontos levantados.
Bom artigo Pedro.
Mas gostaria de dizer que não concordo com algumas das desvantagens anunciadas:
– “Depósitos a prazo com taxa atractiva têm, normalmente, duração superior a 6 meses;”: Se verificarmos os bancos que citou com foco online, verificamos que as taxas mais atractivas são de curto prazo (1-2 meses) para captação de novo dinheiro.
Best: 7% (50 dias); BIG: 8% (1 Mês); Activo 7% (1 Mês).
A regra da idade tb não concordo, quanto mais idade mais se ganha (supostamente, lol) e menos investimentos se pretende fazer procurando-se rentabilidades maiores, aplicando mais dinheiro em outras aplicações.
As pessoas com menos idade, necessitam de maior mobilização de capital em curto espaço de tempo.
Sobre a vantagem da “oferta variada” a que se refere a taxa?
Cumprimentos