Finanças pessoais

O que é um depósito a prazo?

Os depósitos a prazo são o investimento escolhido por muitos portugueses. Saiba o que são, as vantagens e desvantagens, bem como quando os utilizar.

Finanças pessoais

O que é um depósito a prazo?

Os depósitos a prazo são o investimento escolhido por muitos portugueses. Saiba o que são, as vantagens e desvantagens, bem como quando os utilizar.

Um depósito a prazo pode ser considerado um empréstimo que um indivíduo (ou empresa) faz a um banco, recebendo como contrapartida juros. Os juros representam a remuneração que o banco paga para que lhe disponibilize o seu dinheiro.
Ganha o banco porque dispõe de capital adicional para a sua atividade, remunerado a baixo custo e ganha o indivíduo porque consegue, de forma segura, obter alguma valorização do seu capital, com muito baixo risco.
De facto, os depósitos a prazo são dos instrumentos de investimento mais simples e com menor risco (com exceção das obrigações do Tesouro):

  1. Os depósitos a prazo têm, essencialmente, uma taxa de juro (ver a diferença TANB e TAEL) - que representa a remuneração fixa - e uma duração (ou prazo) - que representa o prazo durante o qual o dinheiro estará cativo e a render juros;
  2. A nível de risco, é próximo do zero. As situações que podem dar origem ao não-pagamento de juros/capital seria a falência financeira da entidade bancária envolvida (o que tendo em conta os lucros brutais dos bancos Portugueses é quase impossível).

Vantagens

  • Risco próximo do zero;
  • Remuneração garantida;
  • Simples de perceber;
  • Não obriga a despesas adicionais (na maioria dos casos);
  • Oferta variada.

Desvantagens

  • Juros normalmente baixos;
  • Desmobilização antecipada do capital obriga, geralmente, a penalizações;
  • Depósitos a prazo com taxa atrativa têm, normalmente, duração superior a 6 meses;
  • Em determinados períodos económicos oferecem uma taxa de juro inferior à inflação.

Quando utilizar

Não se pode dizer que os depósitos a prazo sejam indicados para todos, independentemente da situação. Na realidade existem alguns critérios que podem auxiliar a decisão de investir o seu dinheiro num depósito a prazo.
Apenas deve investir num depósito a prazo se:

  1. Desejar obter um rendimento fixo, embora baixo, com um risco próximo de zero;
  2. Não tiver necessidade de utilizar o dinheiro investido num prazo entre 6 meses e 1 ano.

Adicionalmente, a percentagem do património investido em depósitos a prazo deve ser proporcional à idade. Ou seja, quanto maior a idade maior a percentagem de património investido em depósitos a prazo, pois o nível de risco suportado é menor e a garantia de remuneração maior.

Bons investimentos! 🙂

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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47 comentários em “O que é um depósito a prazo?
  1. Pedro, não é ignorância nenhuma, simplesmente os esquemas bancários são feitos de forma a baralhar e confundir os consumidores.
    Em relação às taxas de juro, são normalmente apresentadas na sua forma anual mas aplicam-se de acordo com a duração do depósito a prazo. Ou seja, como diz, têm de ser convertidas.
    A uma taxa anual de 4,25% vai corresponder uma semestral de IRS*4,25%/2 = 1,7%, exactamente como diz.
    Ainda bem que o Pedro levantou esta questão, de certeza que mais leitores teriam a mesma dúvida.

  2. Boa noite, estive a ler este excelente blog de uma ponta a outra e está mesmo muito bom. Pretendo fazer alguns investimentos com uma poupanças que consegui acumular, contudo há uma dúvida que ainda não consegui esclarecer a 100%.
    Um depósito a prazo com 4,25% de TANB a 6 MESES, significa que no final dos seis meses terei o capital investido mais os juros (0,8 (IRS) * 4.25 = 3,4%) sobre o mesmo, ou seja no caso de o capital ser 5000€ seria 5000€ * 3,4% = 170€?? então e se o prazo fosse de um ano não seria igual? visto o capital e a taxa ser a mesma. Ou teremos de converter a taxa de 3,4% (anual) para semestral (3,4 / 2) 1,7%, no caso dos 6 meses?? Peço desculpa a ignorância, mas ainda não compreendi isto muito bem.

  3. Tenho uma ideia mais engraçada, vamos propor aqui no BLOG a realização colectiva desse exercício. Criamos um tópico em que se define: Valor do capital, prazo e outras regras. E cada utilizador pode participar.
    Exemplo:
    Capaz 1 (aplicações seguras): 10.000€
    Capaz 2 (aplicações com risco): 10.000€
    Prazos: 60 dias
    E um prémio de valor muito simbólico ou não monetário.
    Acho que fomentava a participação, a comparação e comentários sobre os diferentes riscos e aplicações.
    “Vale a pena pensar nisto” – RFM

  4. Acho que a melhor forma de desmistificar conceitos é criando uma simulação de 3 cabazes de produtos financeiros, o primeiro podia conter unicamente aplicações a prazo, o segundo uma aplicação mista e o terceiro aplicações de alto risco.
    Assim todos os utilizadores poderiam analisar os prós e contras, e o efeito comparação (benchmark). A ideia era para o Pedro criar 3 propostas e passado 6 meses estaríamos a ver o efeito gerado e se valeu a pena considerar o risco.

  5. Embora acredite que tenha passado a mensagem que referes, não é essa a minha convicção.
    Eu acredito que os depósitos a prazo são atractivos (em certas situações), mas que não devem ser vistos como a única hipótese.
    Mesmo no campo dos instrumentos de baixo risco temos as Obrigações do Tesouro, Certificados de Aforro, aplicações financeiras desenvolvidas à medida, etc…
    Quanto ao tal jogo (simulação), que sugeres?

  6. A maioria dos utilizadores, normalmente só tem conhecimento das aplicações tradicionais de investimento (depósitos a prazo).
    Este artigo dá a entender que não são atractivos, assim gostaria de saber o que sugere?
    Era engraçado realizarmos um pequeno jogo (simulação) de investimento a título teórico de aplicações financeiras.

  7. Viva Óscar.
    Fico contente que não concordes inteiramente comigo.
    Os depósitos que anuncias são muito atractivos, mas é preciso ter em conta que só podem ser utilizados uma vez, i.e. não são renováveis e visam apenas atrair, como dizes, novos clientes. De qualquer forma é um ponto a ter em conta.
    Quanto à idade, a prudência é a chave. Quanto mais velho menor deve ser a nossa exposição a mercados voláteis, nomeadamente accionistas, pelo que os depósitos a prazo são uma alternativa conservadora interessante.
    Como regra, diz-se, a % de investimento em acções deve ser igual a 100% – Idade.
    Em relação à oferta, estava de facto a falar das taxas.
    Cumprimentos e obrigado pelos excelentes pontos levantados.

  8. Bom artigo Pedro.
    Mas gostaria de dizer que não concordo com algumas das desvantagens anunciadas:
    – “Depósitos a prazo com taxa atractiva têm, normalmente, duração superior a 6 meses;”: Se verificarmos os bancos que citou com foco online, verificamos que as taxas mais atractivas são de curto prazo (1-2 meses) para captação de novo dinheiro.
    Best: 7% (50 dias); BIG: 8% (1 Mês); Activo 7% (1 Mês).
    A regra da idade tb não concordo, quanto mais idade mais se ganha (supostamente, lol) e menos investimentos se pretende fazer procurando-se rentabilidades maiores, aplicando mais dinheiro em outras aplicações.
    As pessoas com menos idade, necessitam de maior mobilização de capital em curto espaço de tempo.
    Sobre a vantagem da “oferta variada” a que se refere a taxa?
    Cumprimentos

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