Atualmente, há cada vez mais soluções para aumentar a eficiência energética das casas. E, com o período de crise na energia que a Europa está a ultrapassar, consequente da invasão russa à Ucrânia, é importante procurar opções que ajudem a poupar na fatura mensal. Apesar de, na sua maioria, este tipo de intervenções requerer um investimento inicial, a longo prazo podem fazer a diferença me matéria de poupança mensal.
Assim, neste artigo, reunimos diversas melhorias que podemos realizar em casa para que esta se torne mais eficiente, bem como que tipos de ajuda existem do Estado e de que forma pode ter financiamento para estas melhorias.
7 formas de tornar a casa mais eficiente
1. Aproveitar os benefícios da orientação do imóvel
Quando procuramos um imóvel para habitar devemos ter em conta a localização relativamente ao sol. Se apanhar sol, é mais fácil entrar luz e calor para casa. O que ajuda em vários processos, como, por exemplo, secar roupa (evitando que utilize uma máquina de secar), ou a não necessitar de utilizar ar condicionado e aquecedores.
Ou seja, caso a orientação do imóvel seja ideal, consegue manter a casa fresca no verão e mais aquecida, naturalmente, no inverno.
Então, para isto, de acordo com a EDP, é importante que a orientação da casa esteja a sul, com as salas e as janelas maiores, e a norte deve estar o mínimo de janelas. Depois, a nascente e a poente devem estar os estores e as portadas, de forma a controlar a entrada de energia solar.
2. Isolamento térmico é essencial
O isolamento térmico é essencial para a eficiência energética da casa. Isto porque, durante o verão, vai evitar que a casa sobreaqueça e, ao longo do inverno, um bom isolamento permite que o calor gerado pelo sistema de aquecimento fique retido.
Através do isolamento da cobertura, perde-se, em média, 30% do calor: 25% de perdas nas paredes e portas e 20% nas janelas. Ou seja, ter isolamento térmico evita a perda de calor interior e pode significar uma poupança de até 10% na conta mensal do aquecimento do imóvel.
3. Instale janelas eficientes
Passos para aquisição de janelas eficientes e candidatura ao Fundo Ambiental
Para poupar na fatura mensal da energia, outra opção que tem é a escolher instalar janelas eficientes que fornecem conforto térmico e isolamento acústico.
No entanto, vai ter de realizar um investimento inicial para a instalação das janelas. Se avançar, vai precisar de recolher as seguintes informações: dimensões de cada janela (largura x altura) e quantidades; tipo de abertura (janela de correr, abrir, batente, oscilo-batente), e a orientação do imóvel.
Em seguida, ao escolher a empresa que vai realizar a instalação, garanta que são empresas que, para o desempenho da atividade, estejam inscritas no sistema de etiquetagem energética CLASSE+. E, depois, compare propostas que, dentro do valor que está disposto a pagar, disponham de qualidade, conforto e poupança de energia.
4. Aposte em aparelhos de eficiência energética
Devido aos aparelhos de aquecimento, no inverno a conta da energia pode subir consideravelmente (cerca de 20%). Mas pode reduzir esta percentagem caso utilize aparelhos com elevada eficiência energética, como um ar condicionado de maior qualidade. Saiba que um ar condicionado é cerca de quatro vezes mais eficiente que um aquecedor elétrico.
O investimento pode ser maior, mas a longo prazo acaba por poupar, uma vez que diminui a fatura da energia todos os meses.
Também existem sistemas de produção de água quente, como as bombas de calor e termoacumuladores híbridos, que reduzem mais de 50% do consumo de energia para aquecer água.
5. Invista em painéis solares
Outra opção que implica um grande investimento inicial, mas torna o imóvel mais eficientemente energético são os painéis solares para casa. Pode ajudá-lo a reduzir cerca de 60% do consumo. Então, caso tenha uma moradia, pode instalar os seguintes painéis:
- Painéis solares térmicos – energia solar diária que aquece a água acumulada num depósito;
- Painéis solares fotovoltaicos – captam a luz solar transformando-a em energia elétrica para utilizar de imediato na casa.
6. Lâmpadas LED são preferíveis
Também pode trocar as lâmpadas de sua casa por lâmpadas LED, uma vez que são muito mais eficientes e duram mais: até 30.000 horas. São ainda mais rápidas a iluminar comparando com as lâmpadas tradicionais.
Deve, contudo, ter os mesmos cuidados: desligar as luzes sempre que não as estiver a utilizar e ligar só em caso de necessidade.
7. Compre equipamentos de baixo consumo
Se precisar ou puder comprar eletrodomésticos novos, opte por equipamentos de baixo consumo e que ofereçam eficiência energética. Os eletrodomésticos de maior dimensão, como máquinas de lavar ou frigoríficos, podem representar mais de 40% do consumo de energia em casa.
Então, se puder comprar os que consomem menos energia vai passar a poupar todos os meses. Tal como as dicas anteriores, implica um investimento inicial, mas que a longo prazo compensa. Para isso, tente optar por eletrodomésticos com a classe energética A++ ou superior.
Leia ainda: Janelas eficientes contribuem para a redução da fatura energética
Existem apoios do Estado para tornar a casa mais eficiente?
Para quem quer fazer obras ou melhorar a eficiência energética da sua casa, em 2022 o Estado criou o Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis. As candidaturas estão encerradas desde o dia 2 de maio, porém não se sabe se vão existir novos reforços e se o programa vai reabrir.
Então, o programa engloba quatro grandes áreas: descarbonização, eficiência energética, eficiência hídrica e a economia circular em edifícios.
O objetivo é que os candidatos possam ser parcialmente reembolsados pela instalação de sistemas de climatização e produção de água quente sanitária, de forma a melhorar os índices de eficiência energética de sua casa.
Através deste programa pode, por exemplo, colocar painéis fotovoltaicos, janelas mais eficientes e bombas de calor.
Como concorrer ao Programa Edifícios Mais Sustentáveis 2022?
Apesar da incerteza sobre a reabertura do Programa Edifícios Mais Sustentáveis 2022, saiba que este é de cobertura nacional e podem concorrer pessoas singulares proprietárias de edifícios de habitação unifamiliares existentes e ocupados (moradias), frações autónomas em edifícios multifamiliares (apartamentos), ou de edifícios multifamiliares (prédios na sua totalidade).
Este ano, o regulamento permite habitações mais recentes para tipologias de intervenção relativamente a sistemas de aquecimento/arrefecimento, ambiente e/ou águas quentes sanitárias, instalação de painéis fotovoltaicos, intervenções de eficiência hídrica ou de incorporação de soluções de arquitetura bioclimática. Tudo isto em imóveis construídos ou com licença de habitação até 1 de julho de 2021.
Para poder concorrer, não pode ter dívidas ao Fisco nem à Segurança Social, tendo mesmo de entregar um comprovativo da situação regularizada para avançar. Depois, precisa também de entregar os documentos de identificação e dos dados do imóvel (caderneta predial urbana e licença de habitação).
A comparticipação das despesas é feita através de reembolso, depois de realizar as obras ou alterações no imóvel. Deve reunir toda a informação relativa aos gastos para que se possa candidatar. Faturas essas que só podem ter data posterior a 7 de setembro de 2020. E atenção, pois as empresas que realizarem as intervenções têm de estar registadas nos portais das respetivas áreas: Classe+, Casa Eficiente 2020, Agência Portuguesa do Ambiente, Portal Casa+, Portal aplicacional da DGEG e SCE.
Deve enviar a candidatura por cada tipologia de intervenção, ou seja, caso tenha sido mais do que uma, deve enviar as várias candidaturas para as várias áreas de intervenção realizadas. Pode iniciar o processo de candidatura no site do Fundo Ambiental.
Leia também: Eficiência energética: Em que investir para ter maiores poupanças?
Quais os limites de comparticipação?
Em cada uma das intervenções, as despesas são comparticipadas até 85%, com um valor de reembolso máximo até 7.500 euros por edifício unifamiliar ou fração autónoma, para pessoas singulares com licença de habitação emitida até ao final de 2006.
Em caso particular de edifício multifamiliar (prédio) em propriedade total, a comparticipação pode ser estendida até 15.000 euros, considerando-se os montantes apoiados desde 7 de setembro de 2020.
O cálculo dos reembolsos é efetuado sem o valor do IVA suportado. Este imposto é suportado pelo consumidor final, mas não conta para os reembolsos, o que reduz o valor investido recuperável.
Relativamente aos limites máximos de incentivo, depende dos projetos. Se quiser o acompanhamento técnico e certificação energética do imóvel, durante ou após as intervenções, recebe uma taxa de comparticipação de 85%, até ao máximo de 200 euros, só atribuído uma única vez ao mesmo edifício ou fração autónoma.
Todas as candidaturas são aceites?
Deve ter em atenção que, caso o programa reabra, nem todas as candidaturas são aceites: podem ser recusadas e não ter direito a reembolso. Ou seja, nada garante que o investimento que faça inicialmente possa ser aceite e comparticipado. Depende se o programa considera a candidatura elegível.
Por isso, tente garantir antecipadamente se o investimento que vai realizar será elegível e se as despesas podem ser sustentadas.
Formas de financiar a transição
Crédito para Energias Renováveis
Também pode recorrer a um crédito pessoal para financiar as melhorias que quer fazer na sua casa a nível de eficiência energética. Alguns bancos têm créditos específicos para este tipo de intervenções, denominado Crédito para Energias Renováveis.
Através deste tipo de financiamento, consegue ter o dinheiro rapidamente disponível, porém as taxas de juro são elevadas, podendo atingir os 13%, e tem custos com impostos, comissões, prémio de seguros, bem como outros encargos.
No Crédito para Energias Renováveis, consegue um financiamento entre 24 a 120 meses, entre mil a 75 mil euros. Este empréstimo pode ser utilizado na compra de qualquer equipamento de produção de energia renovável. Ou seja, despesas que possibilitem um melhor desempenho energético e ambiental, com foco na eficiência energética e hídrica, na utilização de energias renováveis e gestão de resíduos.
De forma a contratar o Crédito para Energias Renováveis, pode ter de disponibilizar os seguintes documentos: cartão de cidadão (ou bilhete de identidade com cartão de contribuinte); comprovativo de residência; comprovativo de IBAN nominativo de um dos titulares do contrato; último recibo de vencimento dos titulares do contrato; último Modelo 3 do IRS ou código de validação de entrega; comprovativo de pensão (caso seja pensionista) e o orçamento, fatura proforma ou nota de encomenda.
Para contratar este crédito, pode fazer todo o processo online: desde a simulação de propostas à efetivação da contratação. O Doutor Finanças é um intermediário de crédito que ajuda na comparação de propostas e o auxilia a escolher a melhor solução para o seu caso.
Leia ainda: Eficiência no consumo de energia e água: Como e porquê?
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
Deixe o seu comentário