FOMO é uma sigla inglesa que significa "Fear Of Missing Out", ou seja, "Medo de Ficar de Fora". Pode não soar a algo muito preocupante, contudo, afeta muito mais pessoas do que aquilo que se imagina. Este síndrome baseia-se num distúrbio psicológico e pode levar a graves consequências como depressão, crises de ansiedade e níveis elevados de stress. Estes são os sintomas no que diz respeito à saúde, no entanto, o FOMO também pode afetar negativamente a sua estabilidade financeira, quando não controlado.
Neste artigo, abordamos o conceito do síndrome de FOMO, as principais causas, o impacto que pode ter e como tentar contornar os seus efeitos.
O que é o síndrome de FOMO?
O síndrome de FOMO é um fenómeno psicológico que se caracteriza pelo medo que uma pessoa tem a não acompanhar as tendências atuais, sejam elas quais forem. Podemos estar a falar de tecnologias, moda, experiências, como férias e estilo de vida, entre muitas outras coisas. Esta patologia, apesar de não parecer relevante, é a causa de muitos casos de depressão e crises de ansiedade na sociedade atual. Por outro lado, é também causa de muitas situações de instabilidade financeira em agregados, particularmente jovens.
O termo FOMO tem sido estudado nas últimas décadas, especialmente desde 1996. O medo de ficar de fora refere-se a uma sensação de que os outros estão a ter uma vida melhor que a nossa, divertem-se mais, têm mais coisas, estão mais felizes. Associados a este síndrome estão sentimentos de inveja e baixa auto-estima. O facto de outros estarem numa festa e nós não, de terem sido promovidos e nós não. Situações como estas criam sentimentos de impotência, pois achamos que à algo importante do qual não estamos a fazer parte.
Apesar de já existir há muito tempo, foi estabelecida, entretanto, uma ligação entre o aumento de casos de FOMO e a criação das redes sociais. Estas permitem a constante comparação entre pessoas e, consequentemente, as situações de depressão e ansiedade acima mencionadas. As redes sociais criam uma plataforma para as pessoas se gabarem do que têm ou fazem. Para muitos utilizadores, nestas plataformas tudo é uma competição, o que temos, onde estamos, o que comemos, até a própria felicidade é motivo de comparação.
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Quais as principais causas do síndrome de FOMO?
O síndrome de FOMO pode ter diversas causas, mas as mais comuns surgem associadas às redes sociais. Fazer um mau uso destas plataformas e consumir informação excessiva na internet, são os principais motivos que podem levar a esta perturbação. No entanto, também problemas de autoestima, défice de satisfação e solidão estão muito ligados a este síndrome.
No que diz respeito às redes sociais, como já referimos, o principal problema está nas comparações. O facto de estas serem plataformas de partilha de imagens e vídeos, permite que estejamos em constante contacto com a vida de outras pessoas.
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Quais os sintomas de FOMO?
Pessoas que tenham síndrome de FOMO, tendem a adotar certos comportamentos característicos que leva à identificação os casos. Assim, se conhecer alguém com algum destes comportamentos, pode estar perante um caso de FOMO:
- Dedicar bastante tempo às redes sociais;
- Usar o telemóvel a toda a hora, seja às refeições, no trabalho ou a conduzir;
- Preocupar-se mais com tirar fotografias dos momentos do que em aproveitá-los;
- Ir constantemente a festas e eventos, por medo de perder algo ou ser excluído;
- Estar frequentemente de mau humor, irritado e preferir estar sozinho.
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Quais as consequências a nível de saúde?
Algumas das principais consequências deste síndrome passam por depressão, ansiedade e medo constante. Além disso, também baixa autoestima, que apesar de ser uma causa, pode também ser uma consequência, e comportamentos de risco, como, por exemplo, participar em atividades perigosas sem medir as consequências.
No que diz respeito a esta última situação, damos como exemplo algo muito recente, que são os desafios do Tik Tok. Para quem não conhece, o Tik Tok é uma plataforma mais recente de partilha de vídeos de curta duração, muitos deles incluindo coreografias. Recentemente, nesta plataforma, foram criados alguns "desafios", que basicamente, promoviam comportamentos perigosos, como por exemplo, ficar sem respirar até perder os sentidos ou vandalizar propriedades privadas. Algumas das consequências destes atos foram bastante severas, incluindo a perda de vidas.
Alterações do estado emocional são muito frequentes em pessoas que sofram de FOMO, desde irritabilidade, constante tristeza e insatisfação, incapacidade de lidar com mudança, entre outros. Todos estes sintomas podem culminar em depressão que é, sem dúvida, o mais comum nestes casos. Estas situações devem ser intervencionadas o mais cedo possível, de modo maximizar a eficácia da intervenção e diminuir os riscos associados.
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Quais as consequências a nível financeiro?
Apesar do síndrome de FOMO ser do foro psicológico, as suas consequências traduzem-se em várias frentes, inclusive na saúde da vida financeira. Diante da "necessidade" de não ficar de fora, muitas pessoas acabam a gastar bastante dinheiro para garantir que têm o mesmo do que os outros. Algumas chegam mesmo a endividar-se para o fazer.
Por exemplo, as tecnologias são um universo que se encontra em constante mudança. Todos os anos as marcas lançam um novo modelo de smartphone, smartwatch ou qualquer outro aparelho. No entanto, apesar de já termos um telemóvel ótimo e que funciona em perfeitas condições, sentimos que precisamos de ter o modelo mais recente. Afinal, "todos os outros o têm". Este sentimento constante de insatisfação e de comparação, levam muitas vezes a dificuldades financeiras. O síndrome de FOMO prejudica o raciocínio lógico, ou seja, por muito que saibamos que não temos dinheiro para comprar certo item, acabamos por fazê-lo, independentemente das consequências. Torna-se difícil pensarmos no que vai acontecer a longo prazo com a nossa situação financeira, pois o foco é a necessidade imediata de ter o que os outros têm.
Assim, as pessoas com síndrome de FOMO tendem a viver situações de "aperto financeiro". Este problema pode atingir qualquer pessoa, de qualquer faixa etária e qualquer nível social. Logo, é errado pensar que apenas acontece a quem tem mais riqueza. Não é verdade. Em muitas das situações encontramos pessoas com baixos rendimentos e as consequências podem ser devastadoras. Desde dívidas, pagamentos importantes em atraso, entre muitas outras.
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O que fazer para evitar o síndrome de FOMO?
Existem diversas estratégias para diminuir e, possivelmente erradicar, o síndrome de FOMO. Em primeiro lugar, e visto que o principal causador são as redes sociais, deve fazer um chamado "detox digital". Isto é, deve afastar-se das redes sociais por algum tempo. Desative as aplicações do seu telemóvel para evitar cair na tentação de as abrir. Assim, vai poder focar-se no que é realmente importante e naquilo que tem, em vez daquilo que queria ter.
Outra estratégia importante passa por procurar mais contacto pessoal, ou seja, encontrar-se com outras pessoas, família ou amigos, e enriquecer essas ligações. O contacto pessoal é a melhor forma de relacionamento, ao contrário das mensagens e chamadas. Assim, vai estar mais presente e não estará a pensar nas suas redes sociais, nem em comparar-se com os outros.
Por fim, mas não menos importante, crie um diário. Embora possa ter caído em desuso, já foi muito comum. Com a crescente evolução das redes sociais, as pessoas, agora, procuram a aprovação dos outros, em vez da sua própria aprovação. Muitas vezes, fazemos das redes sociais o nosso diário digital, no entanto, se os outros não respondem da forma que queríamos acabamos por sentir que a nossa experiência não teve valor. Procure passar o seu diário do digital para o pessoal. Escreva sobre as suas experiências para seu próprio proveito e memórias, de forma despreocupada, apenas focando-se nos aspetos importantes do que viveu. Desta forma, é expectável que passe a dar mais valor às suas experiências, a aproveitá-las e a não se preocupar com a opinião dos outros.
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