Quando se trata de gerir as finanças pessoais, é importante estar preparado para imprevistos. Logo, é fundamental ter um fundo de emergência. Este fundo é uma poupança de, pelo menos, seis meses de despesas, que pode ser utilizada em situações inesperadas ou urgentes.
No entanto, por vezes pode ser difícil saber quando é que devemos utilizá-lo, nomeadamente em tempos de inflação alta. Saiba o que deve ter em consideração antes de tomar uma decisão.
Questione-se, as despesas são urgentes e inesperadas?
Ao avaliar se uma despesa é, de facto, urgente, deve começar por questionar-se se esta é realmente necessária ou inadiável. Este fator é essencial para determinar se deve recorrer ao fundo de emergência ou não. Assim, o seu fundo de emergência deve servir como uma salvaguarda em casos urgentes ou inesperados, nomeadamente em caso de acidente, doenças, desemprego, ou incapacidade para o trabalho, por exemplo.
Por outras palavras, para situações que não controla totalmente. Se tiver outras poupanças que possa utilizar para cobrir estas despesas, então deve optar por essa solução. Isto, se de facto se tratar de um gasto inesperado ou urgente. Ainda assim, existem outras alternativas que podem ajudá-lo a reduzir o impacto destes aumentos, como rever o seu orçamento mensal.
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Reveja o orçamento mensal para evitar recorrer ao fundo de emergência
Um fundo de emergência deve cobrir, pelo menos, cerca de seis meses de despesas. Isto significa que, quanto mais elevadas as suas despesas forem, mais dinheiro vai precisar de ter no seu pé de meia para fazer face a uma situação repentina. Muitas vezes, certas despesas podem ser diminuídas, ou até mesmo evitadas, ao reavaliar o seu orçamento mensal. Se nunca teve oportunidade de o fazer, então comece por criar uma lista com todas as suas despesas mensais. Tenha também em mente os seus rendimentos, pois as suas despesas nunca devem ultrapassá-los, de forma a não colocar a sua estabilidade financeira em risco.
Após criar essa lista, organize os gastos por categorias. Por exemplo, entretenimento, saúde, encargos com créditos ou alimentação. Esta simples organização irá ajudá-lo a determinar onde está a gastar o seu dinheiro e conseguir definir ações concretas para diminuir estes gastos. Compras por impulso ou subscrições de serviços que já não utiliza são algumas despesas que podem fazer toda a diferença no final do mês. Outra possibilidade para reduzir os seus gastos é renegociar os seus contratos, nomeadamente seguros, telecomunicações e, se for caso disso, as suas condições de crédito.
A redução destas despesas permite-lhe contribuir mais todos os meses para o seu fundo de emergência ou para outras poupanças. Dessa forma, sempre que surja uma emergência ou uma subida repentina dos preços, consegue estar melhor preparado para fazer face a essas eventualidades. Saiba também que, se a situação de rendimentos ou despesas se alterar (ficar desempregado ou contrair um novo crédito, por exemplo), então deve refletir isso no seu orçamento.
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As despesas elevadas vieram para ficar?
Além de analisar se uma despesa é inesperada antes de recorrer ao seu fundo de emergência, deve também assegurar que esta não se torna recorrente. Caso contrário, o dinheiro que acumulou durante vários meses no seu pé de meia pode desaparecer rapidamente.
No caso da inflação, deve ponderar se os preços permanecem elevados devido a uma situação esporádica, como um problema de abastecimento nos combustíveis, ou se os preços vieram para ficar, sem qualquer sinal de descida. No primeiro caso, pode ser melhor esperar até que o problema de abastecimento seja resolvido e os preços estabilizem. Já no outro caso em que os preços certamente não voltarão a descer, então deve procurar outras opções para não recorrer ao seu fundo de emergência. Nomeadamente, rever o seu orçamento mensal ou procurar aumentar os seus rendimentos.
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Trabalho extra para repor o que retirou do fundo de emergência
Além de reduzir as despesas para não recorrer ao fundo de emergência, deve também procurar aumentar os rendimentos para ter uma folga financeira todos os meses. Se já teve a necessidade de tirar algum dinheiro do seu pé de meia devido à inflação e precisa de repô-lo novamente, então um trabalho extra pode ser a solução. Este rendimento adicional pode trazer-lhe não só mais estabilidade, mas também experiência.
Outra vantagem de ter um trabalho extra é que, no caso de perder o seu emprego, não fica totalmente sem rendimentos. Ainda assim, tenha em consideração que um trabalho extra irá exigir mais do seu tempo. Por isso, deve sempre procurar manter um equilíbrio entre a sua vida profissional e pessoal.
Além deste fator importante, também deve ter em consideração que, dependendo da quantia que levantou da sua reserva de emergência, pode demorar mais ou menos ao repor esse dinheiro.
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E se ficar sem emprego?
Outro aspeto que deve considerar antes de recorrer ao fundo de emergência é se vai precisar do dinheiro caso perca emprego. Geralmente, situações de inflação alta representam uma maior incerteza económica, o que por vezes pode levar ao aumento do desemprego. Na eventualidade de perder o emprego e se não tiver um fundo de emergência para fazer face às despesas, pode sentir a necessidade de recorrer a potenciais créditos para cobrir os gastos mensais. Por essa razão, antes de utilizar dinheiro do seu pé de meia para combater o aumento dos preços, pondere se esse dinheiro pode vir a fazer-lhe falta caso perca o emprego.
Pondere ainda eliminar despesas que considere "desnecessárias", de forma a compensar os efeitos da inflação. Pequenas mudanças no seu estilo de vida podem ser suficientes para reduzir o esforço financeiro todos os meses. Diminuir as refeições fora de casa ou dar preferência aos transportes públicos para se deslocar são algumas soluções.
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