Estar cotada em bolsa permite a uma empresa obter financiamento, ter mais visibilidade e aumentar a sua liquidez. No entanto, entrar em bolsa não é uma tarefa fácil. O processo requer preparação e exige o cumprimento de alguns requisitos.
“As empresas que têm maior potencial de crescimento e precisam de capital para fazer esse crescimento são aquelas que normalmente procuram a bolsa”, explicou Isabel Ucha, CEO da Euronext Lisbon, a empresa que gere a bolsa de valores, durante a sua entrevista no Conversas sem Preço.
No entanto, a responsável afirma também que há uma série de critérios a cumprir e nem todas as empresas sentem a necessidade de passar pelo processo. “É um caminho que exige muita profissionalização, divulgação de informação, exposição, algumas exigências que nem todas as empresas sentem essa necessidade”, afirma.
Para uma empresa estar na bolsa tem de cumprir requisitos como:
- Ter as contas auditadas anualmente;
- Publicar relatórios e contas semestralmente;
- Divulgar a informação que pode ter influência sobre o preço das ações;
- Manter o diálogo com os investidores.
Entrar na bolsa de valores implica ainda custos de admissão e de manutenção, que vão variar de acordo com a dimensão da empresa e a forma de entrada.
Apesar de o mercado proporcionar às empresas cotadas um maior acesso a financiamento - fomentando o seu crescimento -, ainda há muitas que optam por não ter de passar por todo este processo. Ao entrar em bolsa, uma empresa assume um compromisso pautado por transparência e constante partilha de informação com os acionistas.
Além disso, existem atualmente muitas outras fontes de financiamento alternativas, como o crédito bancário e o capital privado.
“As empresas têm tido fontes de financiamento alternativas muito abundantes relativamente há 20 ou 30 anos. Designadamente o crédito bancário que desde a crise financeira de 2008 é extraordinariamente abundante e muito barato”, aponta Isabel Ucha.
Mas, na opinião da responsável, recorrer ao mercado de capitais é uma vantagem para as empresas portuguesas. "O que nós estamos a ver acontecer é que muitas boas novas empresas não fazem este caminho e acabam por ser compradas por multinacionais e passados alguns anos ou já não existem ou já não são portuguesas”.
“O mercado também tem essa vantagem porque permite ancorar as empresas no seu país de origem”, conclui.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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