O mês de dezembro encerrou um ano positivo nos mercados financeiros. No que respeita às carteiras Doutor Finanças, o saldo final do ano (que começou em março) é igualmente muito positivo.
Construção de carteiras
Optámos pela construção de duas carteiras com perfis diferentes, um mais moderado e outro mais dinâmico.
Evolução económica: Temas relevantes a ter em conta em 2022
Ao longo do percurso fomos analisando a carteira, esmiuçando os fatores que tiveram influência (positiva ou negativa) nos diferentes períodos. Num certo momento fizemos uma alteração nas carteiras, tornando-as mais protegidas, tendo em conta o contexto que estávamos ( e estamos) a atravessar, mas também para explicar que a performance da própria carteira pode e deve ter influência na nossa gestão.
A isto chama-se estratégia, que não é mais do que o caminho que queremos seguir num dado momento, analisando todo o contexto macro que influencia a nossa carteira, mas também a vertente micro que caracteriza as nossas opções, objetivos e expetativas.
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Dezembro em retrospetiva
O mês que terminou foi marcado por alguma volatilidade e por uma menor liquidez, o que é normal tendo em conta que em dezembro temos períodos em que os mercados encerram, para celebrar o Natal e o Ano Novo. Por norma, (especialmente) a última semana do ano é caracterizada por um menor volume de transações que caracterizamos como menor liquidez.
O que continuou a “guiar” os investidores foram os temas que temos abordado com frequência, como a inflação e o posicionamento dos Bancos Centrais face a este indicador que começa a ser encarado como um fenómeno permanente e não transitório. A antecipação da normalização da política monetária voltou a ser abordada na reunião de dezembro da Reserva Federal Americana (FED), sendo que os mercados estão a descontar uma tomada de decisão mais rápida do que a anunciada pela FED.
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Classe de obrigações
Este facto, acabou por ser determinante para a performance das nossas carteiras e dos ativos financeiros no geral. O segmento obrigacionista foi mais penalizado, sobretudo as obrigações estatais, descontando a mais que provável subida das taxas de juro ao longo do ano de 2022. Neste segmento, as obrigações indexadas à inflação (inflation linked) acabaram por conferir uma boa proteção à carteira e à exposição a esta classe de ativos.
Segmento accionista
No segmento acionista, apesar das constantes oscilações ao longo do mês, o sentimento continuou a ser positivo. Os EUA continuaram a liderar, com os seus principais índices a encerrarem em máximos de sempre. Ao longo do último ano, os índices bateram 70 vezes o máximo histórico, o que demonstra a força e o sentimento que os investidores atravessam.
Os mercados emergentes, em especial a China, voltaram a contribuir negativamente para a performance da carteira.
Tendo em conta os fatores atrás referidos, a carteira moderada apresentou uma desvalorização de -0,22% no mês de dezembro, sendo que a carteira dinâmica valorizou 0,36%. De março a dezembro, a carteira moderada valorizou 8,66% e a carteira dinâmica teve uma performance de 8,16%.
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Desempenho da carteira com perfil moderado
A composição da carteira com perfil moderado
Desempenho da carteira com perfil dinâmico
A composição da carteira com perfil dinâmico
Prudência
Como sempre, gostamos de realçar e reforçar a prudência que devemos ter na abordagem ao investimento. Os mercados são feitos de ciclos.
A forma como os Bancos Centrais inundaram as economias de dinheiro, permitiu que tudo pareça fácil e que exista apenas uma direção. A principal questão será perceber o que pode suceder quando existir a normalização das políticas monetárias (subidas de taxas de juro e fim dos programas de compras de ativos por parte dos Bancos Centrais), tanto para os mercados financeiros (mais propriamente acionistas), como para a economia real, que está alicerçada num nível de endividamento nunca antes visto.
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Balanços mensais
Desde março, altura da "constituição" das carteiras de investimento que temos acompanhado a evolução dos ativos de forma regular. Todos os meses mostramos qual a evolução e explicamos o que condicionou a negociação. Leia (ou releia) os textos que fomos publicando, que ajudam a perceber melhor as dinâmicas do mercado.
Evolução mensal das carteiras
Ver todos- Março: Carteira de investimento com um bom desempenho
- Abril: Segundo mês de ganhos para as carteiras de investimento
- Maio: Perspetivas provocam um mês neutro nas carteiras de investimento
- Junho: Bancos Centrais e economia animam carteiras de investimento
- Julho: Receio da inflação e China penalizaram as carteiras de investimento
- Agosto um mês com muito Powe(ll)r nas carteiras de investimento
- Setembro: O 1.º mês negativo para as carteiras de investimento
- Outubro: Prego a fundo nas carteiras de investimento
- Novembro: Mês de altos e baixos nas carteiras de investimento
Assumimos um compromisso
Da nossa parte iremos continuar a analisar o contexto macroeconómico e a acompanhar as nossas carteiras com decisões lógicas, fundamentadas e racionais, sem entrar em euforias. Para nós é importante saber explicar o motivo pelo qual as nossas carteiras sobem ou descem, até porque investir não é um jogo!
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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