Investimentos

Maio: Um mês marcado pela volatilidade para as carteiras de investimento

O mês passado foi marcado por subidas e descidas acentuadas nos mercados bolsistas. E terminou negativo para quase todos os ativos.

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Maio: Um mês marcado pela volatilidade para as carteiras de investimento

O mês passado foi marcado por subidas e descidas acentuadas nos mercados bolsistas. E terminou negativo para quase todos os ativos.

Maio foi caracterizado por grandes oscilações nos mercados financeiros (negativas e positivas), em função da perceção cada vez maior que os investidores têm sobre o rumo das diferentes economias mundiais.

Reunião FED: Dentro da expectativa

A reunião da Reserva Federal Americana (FED) veio confirmar o esperado – uma subida de 50 pontos base na taxa de juro. O discurso que se seguiu ao anúncio desta medida acabou por gerar uma expectativa positiva nos investidores, que ficaram agradados com o facto de Jerome Powell ter afastado a hipótese de uma subida de 75 pontos base e, de ter reafirmado que a economia americana continua numa trajetória positiva e robusta.

China: Confinamentos condicionam

A política covid zero implementada pela China foi outro tema que teve muita influência no rumo que a economia global pode estar a seguir. O aumento dos casos nas grandes cidades chinesas teve uma resposta imediata por parte das autoridades, com o confinamento de milhões de pessoas. Numa fase em que ainda existem restrições nas cadeias de abastecimento, esta medida veio aumentar a preocupação dos diferentes agentes económicos, até porque a China é uma economia exportadora e com influência em muitas zonas do globo. Em termos internos, começa a ser difícil atingir a meta de crescimento proposta pelo plano chinês para o ano de 2022 (5,5%).

Leia ainda: Riscos nos investimentos: O exemplo Chinês

Guerra Rússia/Ucrânia

A invasão da Ucrânia pela Rússia continua a ser um tema dominante e que tem repercussões na economia real e, em consequência, nos mercados financeiros. Quanto mais longo for o conflito maior pressão irá existir sobre os preços de algumas commodities, com a energia em destaque. Em termos reais, preços de energia elevados são um fator que contribui de uma forma determinante para a manutenção da inflação em valores muito elevados.

BCE: Início da subida das taxas de juro?

Christine Lagarde já abordou este tema por diversas vezes, mas sempre de uma forma construtiva, uma vez que se trata de um tema muito sensível, em função do elevado nível de endividamento da maior parte dos países da Zona Euro. No fim do mês de maio, e tendo em conta os indicadores referentes à inflação, Lagarde abriu a porta para o início da inversão da política monetária (subida das taxas de juro) nas reuniões de junho/julho.

Inflação

Atualmente este é o tema que mais receio causa nos agentes económicos e é o reflexo de um conjunto de acontecimentos que estão a suceder em simultâneo. Os Bancos Centrais têm a perceção de que demoraram tempo demais a normalizar a política monetária e que têm de agir de uma forma mais dura para poder ter novamente controlo sobre a situação.

Tendo em conta os temas abordados, podemos perceber o cenário explosivo que se pode estar a formar, caracterizado por inflação alta, abrandamento do crescimento económico e aumento dos custos de financiamento (para controlar a inflação), a que juntamos o nível de endividamento histórico dos Estados que se tem vindo a verificar nos últimos anos.

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Evolução das carteiras de investimento

Ao fim de 15 meses (desde que iniciámos), as carteiras de investimento entraram em terreno negativo. Ao longo deste tempo, já tivemos valorizações expressivas e muito interessantes.

Ao simularmos uma carteira de investimento, o nosso objetivo é explicar os movimentos que são efetuados e os motivos pelos quais as carteiras (de perfis moderado e dinâmico) sobem ou descem. Mesmo em fases de maior performance, sempre alertámos para a euforia que se estava a assistir sem grande sustentação económica. Também temos vindo a realçar a possibilidade de acontecerem correções como as que estão a suceder.

Se relermos os vários artigos da evolução mensal das carteiras de investimento, podemos concluir que tocámos nos pontos que poderiam condicionar a performance das carteiras de investimento. Como exemplo, abordámos com frequência, o tema da inflação e as consequências de uma política monetária exagerada e demasiado ativa.

Outro fator que temos vindo a destacar é a perceção de que a “viagem” de investimento pode ser atribulada em vários momentos, mas que se tivermos investido em ativos de qualidade, no longo prazo o resultado será positivo e compensador.

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Mês de maio

O mês de maio foi mais uma vez negativo em praticamente todos os ativos. O segmento obrigacionista e o segmento acionista apresentaram desvalorizações.

Interessante verificar que em função das políticas monetárias que têm vindo a ser implementadas, deixaram de existir ativos de refúgio. Num cenário de mercado de receio/pessimismo, as obrigações de rating elevado eram consideradas como uma forma de proteção das carteiras. Nos dias de hoje, tal não acontece pela “viciação” da atuação dos diferentes Bancos Centrais.

Numa fase em que se estão a inverter as políticas monetárias, é normal que a volatilidade aumente, com períodos de euforia e de pessimismo. O mês de maio foi um exemplo claro da alteração rápida de sentimento dos investidores. Uns dias de enorme pessimismo e alguns dias de grande euforia, como foi o exemplo da última semana do mês.

Tendo em conta todos estes fatores, as carteiras moderada e dinâmica caíram, respetivamente 2,31% 1,80%.

Leia ainda: Para investir é preciso ter muito dinheiro?

Desempenho da carteira com perfil moderado

Tabela com o desempenho dos diferentes ativos da carteira de investimento com perfil moderado
Nota: As rendibilidades apresentadas não têm em consideração custos e impostos, designadamente comissões de custódia e custos de transação. As rendibilidades líquidas seriam sempre inferiores às rendibilidades brutas apresentadas.

A composição da carteira com perfil moderado

Desempenho da carteira com perfil dinâmico

Tabela com o desempenho dos diferentes ativos da carteira de investimento com perfil dinâmico
Nota: As rendibilidades apresentadas não têm em consideração custos e impostos, designadamente comissões de custódia e custos de transação. As rendibilidades líquidas seriam sempre inferiores às rendibilidades brutas apresentadas.

A composição da carteira com perfil dinâmico

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