Novembro foi muito intenso. Até à última semana estava a ser um mês muito positivo, mas alguns acontecimentos acabaram por (praticamente) eliminar todos os ganhos até então.
Nas primeiras 3 semanas do mês, os investidores mantiveram-se particularmente otimistas, com muitos índices (sobretudo os americanos) a renovarem máximos de uma forma sucessiva.
Empresas como Apple ou Amazon, pela dimensão que têm em alguns índices, deram um forte contributo para a performance que assistimos.
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Novas medidas de confinamento + Ómicron
A última semana de novembro foi marcada pelo regresso das preocupações em torno da pandemia. Surgiram notícias de novos confinamentos e medidas mais restritivas um pouco por toda a Europa, o que naturalmente acaba por ter influência no desenvolvimento económico, gerando preocupação e precaução nos investidores.
Este tema foi ainda agravado pelo aparecimento de mais uma variante Covid-19, a Ómicron, que numa primeira fase e sem grandes dados de análise, parece ser mais contagiosa do que as variantes anteriores, desconhecendo-se ainda se é resistente às vacinas, que entretanto foram implementadas. A realidade é que por ser uma variante relativamente desconhecida mas de rápido contágio, criou maior incerteza relativamente ao futuro próximo. Como sabemos, os investidores lidam muito mal com incertezas, preferindo resguardar-se em momentos de maior stress, até terem uma melhor definição dos diferentes acontecimentos.
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FED: Alterações
Outro facto que gerou algum receio nos investidores foi uma pequena alteração apresentada nas minutas da FED. Até novembro, a Reserva Federal Americana abordava o tema da inflação como passageira. Neste último mês, em função de uma análise mais aprofundada, a FED chegou à conclusão de que a inflação apresenta um caracter mais permanente.
Esta alteração afeta a política monetária até agora seguida, havendo inclusivamente uma nota por parte de Jerome Powell (presidente da FED) que refere que possivelmente, a normalização monetária poderá ser mais rápida do que até agora estava previsto. Esta mensagem vai ao encontro do receio e alertas de muitos economistas conceituados, relativamente ao perigo de deixar sobreaquecer a economia.
Estes foram os factos mais relevantes e que maior influência tiveram no comportamento dos investidores e, em consequência, na performance dos ativos financeiros.
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Carteira: Evolução positiva
Mesmo tendo em conta o aumento da incerteza causado pelos factos anteriormente descritos e a queda verificada na última semana de novembro, as nossas carteiras apresentaram uma performance positiva. A carteira moderada teve o melhor comportamento, 1,35%, enquanto que a dinâmica apresentou um desempenho de 0,33%.
A justificação é simples. A carteira moderada, por estar mais exposta ao segmento obrigacionista e às componentes inflation linked + treasuries, acabou por beneficiar do atual contexto de mercado. As treasuries são o ativo de refúgio quando os receios dos investidores aumentam e o investimento em inflation linked permite uma exposição a obrigações com cupão variável e indexado à inflação.
A componente obrigações da China está também a apresentar uma boa consistência, tendo tido mais um mês positivo.
No segmento acionista, a exposição ao Nasdaq acabou por ter uma performance muito positiva que compensou (de certa forma) as quedas verificadas nas restantes exposições geográficas (Global, Europa, Emergentes e Ásia). Outro ponto que ajudou a que a valorização fosse positiva foi a valorização do dólar face ao euro, uma vez que temos alguns ativos em carteira em dólares.
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Desempenho da carteira com perfil moderado
A composição da carteira com perfil moderado
Desempenho da carteira com perfil dinâmico
A composição da carteira com perfil dinâmico
Nota: As carteiras do Doutor Finanças não são nem devem ser entendidas como um conselho a investir neste ou naquele tipo de instrumento financeiro. As nossas carteiras foram criadas apenas para permitir ilustrar quais os riscos e os benefícios potenciais de investir, direta ou indiretamente, em instrumentos financeiros como ações e obrigações.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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