Os Planos Poupança Reforma (PPR) são produtos através dos quais pode rentabilizar as suas poupanças ao mesmo tempo que poupa com a ajuda dos benefícios fiscais. Estas vantagens têm como objetivo incentivar as pessoas a investir em produtos de poupança que possam ser úteis na reforma como complemento à pensão de velhice.
Saiba como pode poupar ao aplicar o dinheiro num PPR.
Poupar com o PPR à entrada
A poupança à entrada está relacionada com a possiblidade de deduzir à coleta de IRS 20% dos montantes investidos. É certo que a dedução tem limites, mas esta é uma possibilidade que não encontra noutros produtos.
As pessoas até aos 35 anos podem deduzir até 400 euros por ano, quem tiver entre 35 e 50 anos pode deduzir 350 euros e os subscritores com mais de 50 anos têm a possibilidade de abater até 300 euros à coleta de IRS.
Exemplo
Para ilustrar como é que os benefícios fiscais do PPR podem ajudar a poupar, vamos usar o caso de uma pessoa de 34 anos, solteira e sem dependentes. Em 2023, recebeu 1.700 euros por mês e investiu 1.000 euros no PPR. Assim, vai poder deduzir 200 euros com esta componente.
Considerando que as restantes deduções são de 942 euros, a diferença entre usar e não usar os benefícios fiscais reflete-se da seguinte forma no reembolso de IRS:
- Sem benefícios fiscais: 450,93 euros
- Com benefícios fiscais: 650,93 euros
Ou seja, as vantagens fiscais do PPR permitem poupar via reembolso de IRS e, alguns casos, podem até fazer a diferença entre ser ressarcido ou pagar imposto adicional.
Nota: antes de avançar para a dedução de parte dos montantes investidos no PPR, saiba se ainda tem margem para aproveitar os benefícios fiscais.
Leia ainda: PPR: O que são os benefícios fiscais à entrada?
Poupar com o PPR à saída
Se pedir o reembolso do PPR dentro das condições legais, o rendimento é tributado em 8%. Se compararmos com os 28% aplicados à generalidade dos outros produtos de poupança e investimento, vemos que também é possível poupar na hora de resgatar o PPR.
Caso o dinheiro seja levantado fora das condições legais, as taxas são mais altas, embora continuem a estar abaixo dos 28%. São de 21,5% se pedir o resgate até ao quinto ano, de 17,2% se o reembolso for feito entre o quinto e o oitavo ano e de 8,6% a partir do oitavo ano de contrato.
Exemplo
Como exemplo, vamos usar o melhor cenário possível de tributação do PPR, ou seja, 8%. Numa situação hipotética em que o Plano Poupança Reforma e outro produto de investimento tiveram mais-valias de 6.000 euros, a diferença é a seguinte:
- Reembolso líquido do PPR: 5.520 euros
- Reembolso líquido de outro produto: 4.320 euros
Neste caso, a diferença é de 1.200 euros.
Nota: também é possível optar pelo englobamento dos montantes das mais-valias aos restantes rendimentos obtidos durante o ano (em vez da tributação de 28%). Neste caso, é aplicada a taxa de IRS correspondente.
Leia ainda: Nem sempre os PPR pagam menos IRS
Isto quer dizer que os PPR são a melhor opção de investimento?
Depende. No exemplo acima considerámos que os dois produtos renderam exatamente o mesmo, mas a verdade é que existem opções de investimento com rendibilidade superior à de vários PPR (e cujas mais-valias podem compensar a falta de benefícios fiscais). No entanto, benefício e risco andam de mãos dadas. Ou seja, quanto maior for o possível retorno, mais alto é o risco desse investimento.
Assim, é importante que conheça o seu perfil de investidor antes de avançar. Se for mais conservador, é mais seguro apostar em produtos que garantem o capital investido. Se, pelo contrário, tem um perfil mais dinâmico, pode investir em produtos com um nível de risco superior.
Mesmo dentro dos Planos Poupança Reforma existem diferenças entre os Seguros PPR e os Fundos PPR.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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