Todos os dias ouvimos falar de investimentos e dos seus benefícios. No entanto, parece sempre um bicho de sete cabeças. Investir não tem de ser complicado, mas deve assegurar que está por dentro das questões básicas. Investidores principiantes não necessitam de planos de investimento complexos. É importante cobrir os conceitos básicos, tais como, quanto dinheiro necessita para iniciar, que tipo de investidor quer ser, analisar os riscos e escolher o melhor tipo de investimentos.
Como qualquer outra decisão que tome, deve estar por dentro dos assuntos e perceber sobre o que está a decidir. No que diz respeito a investir, a estratégia é a mesma. Antes de o fazer, deve garantir que está informado.
Como é que os investimentos funcionam?
Investir é, nada mais nada menos, que comprar e manter títulos de investimento, tais como, ações, obrigações ou fundos com o objetivo que, no futuro, consigam superar os níveis de inflação. De forma mais simples, investir é uma forma de rentabilizar o dinheiro para que este tenha mais valor amanhã do que tem hoje.
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Poupança vs Investimento
Poupar e investir são duas formas de pôr dinheiro de parte para o seu futuro. No entanto, existem algumas diferenças entre elas. Poupar significa pôr dinheiro de parte em segurança, normalmente com juros bastante baixos e fácil acesso, como acontece numa conta poupança.
Investir significa aplicar o seu dinheiro em produtos com o objetivo de construir património a longo prazo. Estes ativos são mais voláteis, pois têm associado um maior risco de perda, mas também maior retorno potencial. Neste caso, a escolha prende-se com o facto de querer arriscar mais ou menos, e também com o período de tempo durante o qual está disposto a ter o dinheiro inacessível.
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Negociação ("trading") vs Investimento
Os termos negociar e investir são, muitas vezes, usados de forma equivalente. Ambos têm como objetivo a obtenção de ganho financeiro. No entanto, existem algumas diferenças entre eles.
A primeira diferença passa pelo tempo de detenção do bem. Os traders preferem períodos de tempo mais curtos, tirando partido da volatilidade para comprar e vender com base na tendência dos mercados. Neste caso, os ganhos são menores, mas mais frequentes.
Pelo contrário, o foco de um investidor é o longo prazo. Um investidor não acompanha os seus investimentos diariamente, podendo passar longos períodos de tempo sem analisar a sua evolução. O foco, aqui, são ganhos mais expressivos num horizonte temporal mais alargado.
Outra diferença passa pelo fator risco. Apesar de um investidor não apresentar, normalmente, ganhos tão frequentes como um trader, as suas perdas são também menores. Uma vez que os traders flutuam dentro e fora do mercado regularmente, isto implica mais tomadas de decisão e mais transações, o que se pode traduzir em maiores ganhos, mas também maiores perdas.
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Quando começar os investimentos?
Por questões legais a idade mínima para adquirir ações ou outros ativos é de 18 anos. No entanto, nada impede que um adulto crie uma conta de investimento para um menor. Muitos pais, inclusive, tomam essa decisão para iniciar as poupanças dos seus filhos e preparar o seu futuro financeiro. No entanto, o fator idade não é a única coisa que deve ter em consideração antes de investir. Deve garantir que está financeiramente preparado.
Garanta que tem um fundo de emergência
É importante ter dinheiro posto de lado para emergências, ou por outras palavras, ter um fundo de emergência. Um fundo de emergência é diferente de ter poupanças. Deve ter ambos. Poupanças para fazer face a alguma despesa maior ou para adquirir algo para o qual tem vindo a juntar dinheiro há algum tempo. Um fundo de emergência serve para fazer face a despesas inesperadas, por exemplo, uma situação de doença, uma reparação de automóvel, uma possível situação de desemprego. Não deve investir dinheiro do qual possa vir a precisar num futuro próximo. Ou seja, se o que tem de lado não for suficiente, então ainda é cedo para investir.
Garanta que está livre de dívidas com juros elevados
Garanta que está livre de dívidas, especialmente, das que tenham uma taxa de juro elevada. Ter dívidas, por si só, não é problemático, especialmente se for um crédito habitação com taxas de juro baixas. No entanto, se estiver a pagar dívidas com taxas de juro elevadas, deve considerar pagá-las primeiro antes de pensar em investir.
Se decidir investir enquanto paga as suas dívidas, o retorno que vier a ter dos seus investimentos será anulado pelas taxas de juro que está a pagar. Ou seja, suponha que está com retornos de 5% em investimentos, e a pagar taxas de juro do cartão de crédito, por exemplo, de 15%. Os 5% que está a ganhar não são suficientes para cobrir os juros, e significa que está a pagar o triplo dessa quantia em juros.
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Quanto dinheiro devo ter?
A quantia que deve ter para investir depende do tipo de conta investimento que quiser ter e do tipo de investimentos em si. Assim, o valor mínimo a investir pode variar entre os 10€ e os 3000€ ou mais. Não fique com a ideia de que precisa de ter centenas ou milhares de euros para investir. Por vezes, pequenas quantias são mais do que suficientes. Claro que quanto mais dinheiro tiver, mais alargadas serão as suas opções. No entanto, a quantia de que dispõe não é um fator limitador.
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E agora, já posso investir?
Os investimentos podem proporcionar-lhe grandes retornos, muitas vezes superiores aos que obteria com simples contas poupança. Podem oferecer-lhe oportunidades fantásticas como comprar uma casa, ou usufruir de uma reforma mais folgada. No entanto, não se deve precipitar.
Os fatores mencionados ao longo deste artigo são apenas indicadores. Pode preencher todos estes requisitos e, ainda assim, ter receio de investir. Provavelmente gostaria de ter ainda mais dinheiro de lado. Não existe qualquer problema em esperar mais um pouco. O facto de decidir que não quer investir neste momento não significa que não possa continuar a preparar-se para o fazer no futuro. Continue a ler e a informar-se o máximo possível, elabore formas de maximizar as suas poupanças, crie planos de pagamento, se necessário. Lembre-se, vale mais aguardar um pouco e tomar uma decisão ponderada do que fazê-lo sem pensar.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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