O aumento generalizado de preços, a perda de poder de compra e a necessidade de aumentar rendimentos podem despertar o interesse pelos investimentos. Neste artigo, mostramos-lhe algumas estratégias e conselhos para começar a investir e identificamos algumas das soluções disponíveis.
Conselhos para começar a investir
Antes de aplicar as suas poupanças em qualquer produto financeiro, há um conjunto de passos que deve dar. Listamos em baixo tudo o que deve ter em conta.
Identifique o seu perfil de risco
Primeiramente, é fundamental identificar o seu perfil de investidor. Isto é, qual o seu nível de tolerância ao risco, objetivos e forma como lida com as situações.
Existem investidores conservadores, que não querem perder o que investem e apostam em ativos com capital garantido, e os moderados, que tanto investem em ativos com capital garantido como em produtos com algum risco. Há ainda os investidores agressivos, que investem em produtos com alta rentabilidade e, ao mesmo tempo, elevado risco de perda do capital.
Estabeleça os seus objetivos
Antes de tomar qualquer decisão deve, acima de tudo, refletir e definir os seus objetivos. Por exemplo, pode ter como objetivo aumentar o seu rendimento para a altura da reforma, ou adquirir algo no curto ou médio prazo.
Por outras palavras, com os seus objetivos previamente estabelecidos, terá uma visão mais clara do tipo de investimento que faz mais sentido para si.
Saiba que não existem “melhores investimentos”
O que queremos dizer com isto? As pessoas não fazem o mesmo tipo de investimento: existem pessoas que apenas investem em ações, ao contrário de outras que nem arriscam. Ou seja, cada pessoa tem a sua estratégia de investimento, os seus objetivos e os seus montantes disponíveis.
Logo, não existem investimentos considerados os melhores, pois dependem de muitos fatores. O importante é apostar na pesquisa de informação e obter conhecimento sobre as diferentes formas de investir para, assim, atingir os seus objetivos.
Tenha paciência
Por vezes, o erro de várias pessoas que começam a investir é ambicionar obter lucro de uma forma rápida. Porém, os investimentos necessitam de algum tempo para atingirem bons resultados.
Diversifique a sua carteira
Uma estratégia muito importante para qualquer investidor é a diversificação. Isto porque os ativos não se comportam todos da mesma forma, em todos os momentos. Com uma carteira diversificada, a perda num deles poderá ser compensada por ganhos nos restantes.
Aposte no conhecimento
Num mundo cada vez mais digital, em que todas as pessoas podem partilhar as suas histórias, informações e ideias, é fulcral termos um filtro. Ou seja, deve pesquisar informação em fontes fiáveis que lhe permitam aumentar os seus conhecimentos sobre esta área.
Da mesma forma, esta contínua procura de informação também o mantém informado sobre as atualizações nos mercados e na economia, de um modo geral.
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Investimentos: algumas das opções disponíveis
Para minimizar os efeitos da inflação ou simplesmente aumentar o seu património, existem vários tipos de investimento. Uns com maior e outros com menor risco.
Depósitos a prazo
Adequados para investidores conservadores, os depósitos a prazo são seguros e podem ser usados, por exemplo, para iniciar um fundo de emergência ou poupar para conseguir adquirir algo. Neste tipo de investimento não existe risco de perder capital mas o retorno também é baixo.
Seguros de capitalização
São investimentos de baixo risco comercializados por seguradoras, que não têm, contudo, um fundo de garantia como os depósitos a prazo.
Como aderir a estes seguros que permitem aumentar as suas poupanças a longo prazo? Aplica o seu capital pagando um prémio no início do contrato do seguro ou paga esse prémio periodicamente.
Planos Poupança Reforma (PPR)
Este é um produto financeiro adequado à poupança a longo prazo, para lhe permitir ter algum dinheiro durante a sua reforma ou resgatar dinheiro em situações de necessidade específicas. Qualquer pessoa pode investir em diferentes tipos de PPR como, por exemplo:
- Fundos PPR: não têm capital garantido e são geridos por entidades gestoras de fundos de investimentos;
- Seguros PPR: estes garantem capital e um mínimo de rendimento, sendo geridos por seguradoras.
Os PPR têm benefícios, ao nível fiscal, e podem ser transferidos com alguma facilidade.
Certificados de Aforro
Os Certificados de Aforro são produtos de dívida pública emitidos pelo Estado. Na prática, empresta dinheiro ao Estado e este paga-lhe juros pelo empréstimo. São produtos com capital garantido, um mínimo de subscrição de 100 euros, e um prazo máximo de 10 anos.
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Certificados do Tesouro
Tal como os Certificados de Aforro, são produtos de dívida pública com capital garantido. Todavia, neste caso, o mínimo de subscrição é de 1.000 euros com um prazo máximo de 7 anos.
Contrariamente aos Certificados de Aforro, que têm uma taxa variável e que lhe permitem resgatar o seu dinheiro 3 meses após a subscrição, os Certificados do Tesouro têm uma taxa fixa e só consegue resgatar no final do primeiro ano.
Obrigações
As obrigações são títulos de dívida do Estado ou de uma empresa. O que significa que, ao investir neste tipo de ativos, está, na prática, a emprestar dinheiro a estas entidades, em troca do pagamento de um juro, que pode ser fixo ou variável.
Neste tipo de investimento não há garantia de capital, o que significa que pode perder parte do dinheiro que investiu.
Ações
As ações são uma parcela do capital de uma empresa, o que significa que, ao investir nestes ativos, está a tornar-se num dos seus acionistas.
Com o investimento em ações pode beneficiar do crescimento da empresa e da sua rentabilidade, através da valorização da sua participação e, em alguns casos, obter rendimentos periódicos, através da distribuição de dividendos.
No entanto, falamos de um ativo de risco, que implica risco de perda de parte ou a totalidade do capital investido.
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Fundos de investimento
Também com algum risco envolvido existem os fundos de investimento, que captam o dinheiro de vários investidores para aplicá-lo num conjunto de ativos.
Encontramos, no mercado, vários tipos de fundos de investimento, que se distinguem pela composição das carteiras, ou seja, pelo tipo de ativos em que aplicam o dinheiro. Temos, assim, os fundos de investimento mobiliários, que investem sobretudo em ativos como ações, obrigações ou outros valores mobiliários, e os fundos de investimento imobiliários, que investem sobretudo em bens imóveis.
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Exchange Traded Fund (ETF)
Um ETF (Exchange Traded Fund) é um fundo de investimento negociado em bolsa, gerido de forma passiva e que segue um determinado cabaz de ativos. O investimento em ETF permite um elevado grau de diversificação, de uma forma simples e com custos mais reduzidos, quando comparando com um fundo de investimento convencional.
Existem os ETF de acumulação e os ETF de distribuição, que se distinguem basicamente pelo destino que dão aos rendimentos obtidos, sejam eles dividendos, juros ou mais-valias. Um ETF de acumulação reinveste o rendimento no fundo, enquanto um ETF de distribuição entrega os rendimentos aos investidores.
Tal como os fundos de investimento, são produtos que envolvem risco de perda do capital investido.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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