O tabu dos problemas financeiros

No videojogo Misadventures in Money Management, ter uma amiga como Sonya, especialista em pesquisa e resolução de emergências financeiras, pode equivaler a safarmo-nos de situações financeiramente delicadas.

Vejamos, desta vez, o caso de Lalana, que Sonya encontra no parque, enquanto ambas fazem a sua corrida matinal. O pai dela acabou de morrer, e a militar pediu uma licença extra para ficar uns tempos em casa a ajudar a mãe. Ia ser duro, dizia ela. A família andava com problemas financeiros… Mas Lalana não queria falar disso.

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A vergonha e a culpa dos problemas de dinheiro

Numa das dicas iniciais sobre o caso de Lalana, somos avisados de que ajudar alguém que está a ter problemas financeiros passa, frequentemente, por convencer essa pessoa a falar do assunto. "Em muitas culturas, falar sobre dinheiro é tabu." De facto, falar sobre as finanças pessoais é um tema bastante difícil e complexo para muita gente; e, no entanto, trata-se de um dos maiores fatores de stresse na vida da maior parte de nós.

O dinheiro pode funcionar como símbolo de poder, do nosso valor ou até do nosso lugar na sociedade; por isso, falar sobre dinheiro pode facilmente levar a sentimentos de vergonha ou culpa. Por estas ou outras razões, as questões financeiras tornam-se um assunto privado; algo que não se partilha com mais ninguém.

Mas, para que servem os amigos? Sonya consegue quebrar a barreira, e Lalana, em lágrimas, diz que a mãe mal teve dinheiro para pagar o funeral do marido. E havia a hipoteca por pagar... Precisavam de dinheiro depressa. Chegados aqui, que conselho acertado poderia dar-lhe a super-heroína das emergências financeiras?

1. Usar o cartão de crédito como meio de obter algum dinheiro rápido;
2. Encontrar um sítio de Internet que ofereça empréstimos fáceis e sem demoras;
3. Ver se existem programas de apoio de emergência financeira;
4. Suspender momentaneamente o pagamento das prestações da hipoteca.

Pare, escute e… decida com critério

As primeiras opções, enfim, já devem calcular qual seria o resultado... Sacar dinheiro com o cartão de crédito é um modo caro de obter recursos rapidamente, devido às taxas de juro cobradas. E recorrer a um empréstimo online? Bom, como Lalana não pesquisou cuidadosamente, acabou por escolher um website que parecia de confiança, só por ser todo bonitinho, mas não deu a devida atenção às condições apresentadas nas letras miudinhas. Numa palavra: entalou-se.

E o mesmo acabaria por acontecer se parasse simplesmente de pagar a hipoteca ao banco, sem qualquer tentativa de lhe comunicar as suas dificuldades e negociar um entendimento.

No fundo, Lalana devia ter procurado mais e melhor, indo ao seu banco... Enfim, podia ter pedido ajuda a especialistas, a gente de confiança, em vez de tentar resolver tudo às escondidas, para que ninguém soubesse as aflições por que estava a passar. E, sobretudo, podia ter pedido ajuda à amiga Sonya, que até conseguiria explicar-lhe o que iria acontecer às dívidas que o pai tinha.

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Dois empregos para pagar uma dívida!

Será a mesma heroína, Sonya, a ajudar Mayra, uma antiga colega de escola. Encontra-a a trabalhar numa caixa de supermercado, com o cansaço estampado no rosto. Ela conta-lhe que tem dois trabalhos; os turnos consecutivos começam a deixar marcas. Sente-se exausta. Mas, sem esse esforço extra, como pode ela pagar a dívida do cartão de crédito? Mesmo com os dois ordenados, essa meta parece-lhe tão distante...

Mais uma vez, Sonya (e o jogador) podem navegar entre várias possibilidades. Não entrar em pânico, concentrar-se em não gastar dinheiro e pagar a dívida. Ir a correr ter com uma empresa que promete resolver os seus problemas financeiros com um estalar de dedos. E mais algumas possibilidades, que até poderiam resultar, se Mayra lesse bem as condições daquilo em que se estava a meter ou se tivesse um cuidado extremo com os seus gastos. Por exemplo, fazer um novo empréstimo para pagar uma dívida antiga pode ser apenas uma forma de empurrar o problema para a frente; um dia, ele voltará a bater-nos à porta.

A importância de um bom ombro e ainda melhor conselho

Quando em grande aflição, o melhor poderá passar por procurar aconselhamento apropriado. Com as ideias no sítio, com melhor conhecimento da sua situação e das suas hipóteses, Mayra poderia contactar a empresa do cartão de crédito, para verem as possibilidades de se baixar a taxa de juro e as prestações mensais. Afinal, ela não quer de deixar pagar a dívida; quer é ter condições para a pagar.

Felizmente que tinha Sonya para a ajudar. Talvez todos gostássemos de ter uma amiga assim. Além de boa conselheira, não se põe logo a fazer juízos morais. Escuta atentamente e, então, procura uma solução fundamentada, com conhecimento de causa, sabendo o que está a fazer. Com ela, parece menos difícil confidenciar problemas financeiros. É capaz de ser por isso que o videojogo a mostra como uma super-heroína.

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