O consumo de alimentos de origem vegetal tem sido uma tendência crescente nos últimos anos. Em face do crescimento deste setor, as opções de investimento nesta área são cada vez maiores.
Conheça, de seguida, algumas delas.
O que é a comida vegan?
O termo vegan surgiu pela primeira vez em 1944. Genericamente, trata-se de um tipo de dieta onde são excluídos todos os alimentos de origem animal, como por exemplo, a carne, peixe, ovos, laticínios, entre outros.
Assim, todos os alimentos incluídos neste tipo de dieta têm origem vegetal. Ou seja, incluem-se alimentos como a fruta, legumes, arroz, massa, entre outros.
O número de pessoas vegan tem aumentado significativamente ao longo dos últimos anos. Esta evolução tem sido motivada por vários fatores:
- Ética: a criação e a morte de animais é algo que traz bastante sofrimento para estes seres vivos. Assim, as pessoas vegan não consomem alimentos de origem animal para tentar quebrar este ciclo de sofrimento para os animais;
- Saúde: alguns alimentos de origem animal como, por exemplo, as carnes vermelhas, estão associadas a um aumento do risco de cancro, doenças cardiovasculares, entre outras. Assim, uma comida à base de vegetais traz maiores benefícios para a saúde, prevenindo também o excesso de peso;
- Benefícios ambientais: as criações de animais são um importante contribuidor para as alterações climáticas, devido ao facto de serem grandes emissoras de CO2. Por oposição, a produção de alimentos de origem vegetal origina menos emissões de CO2.
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O potencial do setor vegan nos próximos anos
O mercado da comida vegan tem tido um crescimento relevante nos últimos anos, sendo que a tendência se deverá manter nos próximos anos.
Assim, de acordo com um estudo da Precedence Research, espera-se um crescimento médio anual deste mercado superior a 10% até 2030. De acordo com esta entidade, em 2021, este mercado, atingiu um valor global de cerca de 27 mil milhões de dólares. A expectativa é que, em 2030, esse valor já ultrapasse os 65 mil milhões de dólares.
De acordo com este estudo, os principais fatores que vão contribuir para o crescimento deste setor são a crescente preocupação com as alterações climáticas e os seus impactos, e ainda o aumento da incidência de doenças cardiovasculares, levando a uma maior preocupação em manter uma alimentação saudável.
Em termos de distribuição geográfica deste mercado, espera-se que a América do Norte seja a maior contribuidora. No entanto, é esperado um crescimento muito significativo da região Ásia-Pacífico. As estimativas apontam para um crescimento médio anual superior a 13% até 2030 nesta região do globo.
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Opções de investimento neste setor
Tendo em conta o crescimento esperado nos próximos anos para este setor, existem algumas empresas atualmente cotadas em bolsa, que podem ser uma opção de investimento. Abaixo, destacamos duas delas.
Beyond Meat
Trata-se de uma empresa ligada ao setor vegan, cujo principal produto são os hambúrgueres à base de vegetais. Além deste produto, a empresa produz outros, nomeadamente salsichas, igualmente à base de vegetais.
É uma empresa com sede nos Estados Unidos e que foi fundada em 2009. No final de 2021, os seus produtos já eram distribuídos em mais de 90 países.
Nos últimos anos, esta empresa teve um grande crescimento das suas vendas, passando de cerca de 297 milhões de dólares, em 2019, para 465 milhões de dólares, no final de 2021.
A Beyond Meat distribui os seus produtos para o setor do retalho (hipermercados, entre outros) e ainda cadeias de restaurantes. As vendas para o setor do retalho representam cerca de 70% do negócio da empresa.
Ainda que a empresa venda para mais de 90 países, o mercado norte-americano é, claramente, o mais importante.
Tattooed Chef
A marca Tattooed Chef foi lançada em 2017. Trata-se de uma marca que produz congelados de origem vegetal, como pizzas, snacks, comida mexicana, entre outros.
No início da sua atividade, em 2017, esta empresa tinha apenas dois produtos. Em 2022, alcançou a marca dos 140 produtos comercializados, através de uma rede de retalhistas cada vez mais alargada e que inclui gigantes como a Walmart e a Costco.
Em termos de vendas, registou-se um crescimento muito significativo: de cerca de 85 milhões de dólares, em 2019, para 213 milhões de dólares, no fim de 2021. A expectativa é atingir um valor entre os 280 e os 285 milhões de dólares no final de 2022, e os 600 milhões de dólares em 2025. Para isso, a empresa tem investido na aquisição de novas fábricas. Em 2021, adquiriu três unidades de produção, duas no estado americano do Novo México e outra no Ohio.
Além das retalhistas, existe também um conjunto de grandes empresas ligadas ao setor alimentar, que estão a efetuar investimentos nesta área e a vender este tipo de produtos através de marcas próprias. Assim, destacam-se algumas empresas:
- Kraft Heinz através da marca Boca Foods;
- Unilever;
- Tyson Foods.
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ETF ligado ao setor vegan
Em setembro de 2019, foi lançado um ETF indexado ao setor vegan. Apesar desta designação, o mesmo agrega essencialmente empresas que não trabalham no setor da comida vegan, mas que são consideradas "amigas" do ambiente e dos animais.
Este ETF:
- Inclui empresas com elevada classificação ao nível do ESG;
- Exclui empresas que desrespeitam os animais e que lhes provocam sofrimento;
- Exclui empresas ligadas ao setor dos combustíveis fósseis, bem como empresas ligadas ao setor militar.
Assim, as principais empresas incluídas neste ETF são a Tesla, Visa, Mastercard, Nvidia e Google. Ou seja, empresas que não são produtoras de comida vegan.
De referir que, de acordo com dados a junho 2022, as empresas incluídas neste ETF geram cerca de sete vezes menos emissões de CO2 do que a média das empresas do S&P 500, índice que agrega as 500 maiores empresas cotadas na bolsa norte-americana. Adicionalmente, estas empresas gastam cerca de 14 vezes menos água do que a média das empresas do S&P 500.
Finalmente, em termos de rentabilidade, desde a sua criação, em setembro 2019, a média anual é de 10%, muito próxima da rentabilidade média do S&P 500 no mesmo período.
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