Imprevistos acontecem a toda a gente. É por isso que se chamam imprevistos, porque são situações que ninguém consegue prever e que estão fora daquilo que foi planeado. É igualmente impossível saber quando é que estes vão acontecer, por isso, o melhor é mesmo estarmos preparados. Em termos financeiros, o que significa isso? Significa termos um fundo de emergência à mão, caso seja necessário.
O que é um fundo de emergência?
Imagine que num dia como outro qualquer, você liga o fogão e começa a cozinhar. No entanto, ao mesmo tempo começa a dar algo na televisão que o distrai e, quando dá conta, já começou um pequeno incêndio na cozinha. Nesta situação, o que preferia? Ter um extintor à mão apagar rapidamente o fogo e impedir que este alastrasse para a casa toda? Com certeza um extintor resolveria o problema de uma forma mais rápida, tal e qual como um fundo de emergência.
Um fundo de emergência é aquilo que na gíria chamamos de pé de meia. Trata-se de uma reserva, de uma almofada financeira que temos disponível para apagar algum “fogo” que possa surgir.
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Porque é importante ter um fundo de emergência?
Inevitavelmente, nalgum momento da sua vida, irá acontecer algo com a qual não está a contar. Pode ser uma doença repentina, um acidente, uma situação de desemprego ou simplesmente uma avaria no automóvel ou na sua casa. São situações que não estão programadas, que não tem como prever e, por isso, é sempre melhor ter ferramentas para se proteger.
É verdade que trabalhadores independentes, ou empreendedores, pela sua situação mais instável, estão mais suscetíveis a imprevistos e que, por isso, estes devem ter um cuidado acrescido. No entanto, ninguém está livre de sofrer algum tipo de emergência e isso aplica-se também aos trabalhadores a contrato ou mesmo efetivos. A única diferença aqui, é que pode ser mais fácil poupar se tiver um ordenado fixo todos os meses.
Voltando ao exemplo acima, sem o extintor, ou sem o fundo de emergência, pode ser necessário recorrer a empréstimos, quer pessoais quer de entidades de crédito, o que pode levar ao endividamento da pessoa, ou da família.
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Como fazer um fundo de emergência?
O primeiro passo é analisar as suas despesas mensais. Reúna todas as suas faturas, some todas as despesas e perceba qual é o tamanho desse valor. Este será o seu orçamento.
Nesta altura, é igualmente importante perceber quais são as despesas essenciais e quais são aquelas onde poderá cortar. Falamos de refeições fora, compras por impulso, idas ao cinema, saídas à noite, etc. Perceba o que é fulcral para si e para a sua família e analise que cortes poderá fazer para conseguir colocar algum dinheiro de parte.
Sabendo o valor mensal das suas despesas, o aconselhável é que o fundo de emergência seja, pelo menos, seis vezes esse valor. Ou seja, se as suas despesas totalizarem 1000€ por mês, idealmente deverá possuir uma reserva de 6 000€.
No caso de trabalhadores por conta própria, é aconselhável que estes possuam uma reserva que cubra 12 meses de despesas, o que neste caso, corresponderia a 12 000€.
Colocar de parte uma percentagem
Inicialmente, esta poderá ser uma tarefa complicada. Se atualmente já coloca de parte 5% ou 10% do ser ordenado, está no bom caminho. Avalie bem a sua situação e perceba quanto poderá começar a colocar de parte. Pode ser apenas 10€, ou pode ser um pouco mais. Cada situação é única, e deve ser avaliada como tal. Uma dica passa por aproveitar os subsídios de férias e de natal, ou prémios de trabalho, para reforçar essa poupança.
O ideal é que esta poupança seja de baixo risco, já que o que se pretende aqui não é rentabilizar mas sim reservar, ou guardar, para emergências, e, além disso, é também importante que a poupança possua facilidade de movimento. O extintor tem que estar acessível, certo? Se estivesse numa despensa fechada a cadeado, de pouco lhe serviria. Da mesma forma, recomenda-se que o fundo de emergência esteja numa conta à parte, à qual seja fácil aceder, caso seja necessário.
O importante é que perceba o objetivo desta poupança e que a utilize apenas em caso de emergência. Poderá ser tentador usar este dinheiro para um carro novo ou para umas férias. Nessa altura, pense na tranquilidade que esta reserva financeira lhe pode trazer. Pense que caso aconteça algo inesperado, você estará preparado e passará ao lado de todo o stress que situações de desespero financeiro podem originar.
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Obrigado pelo artigo.
No entanto, penso que fica a faltar sugestões de onde guardar esse dinheiro para render algum juro (não muito claro, porque não é o objetivo do fundo). Mas com taxas de juro dos bancos tão baixas, fará sentido talvez guardar o dinheiro para o fundo de emergência em certificados do estado por exemplo? Ou depósitos a prazo? Podem dar exemplos de aplicações líquidas para guardar este dinheiro ?