Gerir as nossas finanças nem sempre é uma tarefa fácil, mesmo quando somos organizados. Em Portugal, o nível de literacia financeira tem vindo a aumentar nos últimos anos, e muitas famílias já gerem as suas finanças através de um orçamento familiar. No entanto, se não preparar o seu orçamento para as épocas do ano de maior esforço financeiro, pode acabar por gastar demais, principalmente em dezembro e nos meses de verão.
Com dezembro à porta, os portugueses tendem a usar o subsídio de natal para colmatar as despesas extras com presentes, ceia de Natal, passagem de ano e até férias de inverno. Mas, mesmo com a ajuda deste subsídio, muitos acabam por gastar demais em dezembro.
Se conhece bem este cenário, o mais provável é que inicie o próximo ano a fazer contenção de custos para equilibrar as suas finanças.
Para evitar esta situação, é fundamental que prepare o seu orçamento familiar. Idealmente, deve implementar algumas estratégias com antecedência para a gestão ser ainda mais simples, diminuindo o peso financeiro que este mês representa.
Assm sendo, precisa de algumas dicas para organizar melhor o seu orçamento? Mostramos-lhe como pode preparar o seu orçamento.
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6 dicas para não gastar demais em dezembro
1 - Adapte o orçamento
Se a sua família gere as finanças através de um orçamento familiar, certamente está habituado a fazer um levantamento das despesas e rendimentos.
No entanto, um dos erros mais comuns na gestão do orçamento familiar é que muitas famílias definem estes valores anualmente, de forma a terem uma ideia dos ganhos e gastos mensais, mas não voltam a rever o seu orçamento.
E porque é que esta não é a forma correta de controlar as suas finanças pessoais? Porque há meses em que ganha mais, como nos meses que recebe o subsídio de férias e de natal, mas também há meses onde as despesas são mais elevadas.
Para uma boa gestão das finanças pessoais é fundamental atualizar e adaptar o orçamento familiar ao longo do ano.
Dito isto, o primeiro passo para preparar o seu orçamento para o mês de dezembro é sentar-se e analisar as suas finanças. Faça um levantamento de todos os seus rendimentos, despesas (fixas e variáveis) mensais e anuais, e defina um montante total para os seus gastos em dezembro.
Não se esqueça que o seu orçamento deve garantir um montante fixo para reforçar o seu fundo de emergência ou as suas poupanças.
2 - Divida o montante total por despesas adicionais
Como referimos, o mês de dezembro é marcado pelo Natal e Ano Novo. No entanto, também tem feriados e, para muitos, este também é mês de férias.
Se este é o seu caso, conte com três categorias onde vai ter gastos acrescidos:
- Férias de Inverno: Custos com viagens, estadias, alimentação, despesas extras com lazer, etc.
- Natal: Despesas com presentes, decoração, ceia de Natal e até eventuais deslocações para visitar familiares.
- Passagem de Ano: Se gosta de celebrar fora de casa, podem existir despesas com deslocações, jantar, estadia, entre outras.
Identificadas as categorias, é hora de pegar no montante total que definiu para os seus gastos adicionais em dezembro e dividi-lo por estas categorias. A divisão não tem de ser por três partes iguais. Aliás, os custos com férias tendem a ser muito superiores.
Contudo, o mais importante é definir um valor exato para cada categoria, tendo em consideração as despesas previstas. Lembre-se que este será o teto máximo para os seus gastos.
3 - Seja meticuloso nos valores para não gastar demais em dezembro
O espírito consumista marca a época natalícia. Dadas as inúmeras tentações durante este período, muitas pessoas acabam por gastar mais do que pretendiam ou podiam.
Por isso, entre novembro e dezembro é necessário não ceder a impulsos. Lembre-se que tem um objetivo para cumprir, e para alcançá-lo precisa de ser meticuloso com o dinheiro que vai alocar a cada categoria.
Para ter uma ideia de como planear meticulosamente os seus gastos, vamos usar como exemplo a categoria Natal. Imagine que definiu o montante de 300 euros para gastar.
A primeira decisão a tomar é: quanto vai gastar em presentes? Por norma, a grande fatia do montante é dedicado aos presentes, sendo o restante valor aplicado à ceia e outras pequenas despesas.
Vamos supor que definiu 250 euros para a compra dos presentes. Então, para não cometer deslizes, faça uma lista de todas as pessoas a quem pretende oferecer presentes. Depois, defina os mais dispendiosos e os mais acessíveis. Por fim, estabeleça um limite máximo para cada presente. No entanto, não se esqueça de confirmar que a soma de todos não ultrapassa os 250 euros.
4 - Para não gastar demais em dezembro faça compras com antecedência
Certamente já ouviu dizer que as compras de Natal antecipadas permitem poupar. Saiba que existe verdade nesta afirmação.
Quando fazemos compras antecipadas de Natal, evitamos preços inflacionados e conseguimos comprar produtos em promoção em Portugal e no estrangeiro.
No entanto, para quem quer cumprir um orçamento à risca, as compras antecipadas são ainda mais relevantes. Quando temos um valor limite para cada presente e lembrança, as opções são limitadas. Logo, estas não podem ser feitas por impulso, mas sim através de uma comparação de preços.
Se deixar as compras para os últimos dias, fica sujeito a surpresas desagradáveis. Por exemplo, nos dias próximos do Natal podem já não existir alguns produtos pelo valor que estipulou. Perante o cenário de não ter o que oferecer a alguém importante, pode ceder ao impulso de gastar um valor superior ao definido.
5 - Derrapagem no orçamento? Saiba como reequilibrá-lo
Por vezes, acontecem imprevistos e as contas que fizemos acabam por não bater certo. O que compromete todo o orçamento.
Logo, o mais importante é reequilibrar o seu orçamento. Nestes casos, não existem fórmulas milagrosas que reorganizem as suas contas. Pelo menos, sem tomar decisões que têm prós e contras. Por norma, existem dois cenários possíveis:
- Ou aumenta o montante total que definiu para as despesas adicionais de dezembro (o que pode colocar em risco o seu orçamento mensal);
- Ou vai ter de fazer cortes no orçamento total dos gastos adicionais em dezembro (significa que uma ou mais categorias vão ter um valor inferior ao estipulado).
Independentemente da sua decisão, o mais importante é que refaça o seu orçamento de forma a conseguir segui-lo à risca. Analise as prioridades e faça contas para perceber se pode, ou não, suportar mais custos com despesas adicionais neste mês.
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6 - Pondere uma poupança mensal para dezembro
Dado que o mês de dezembro representa encargos acrescidos, pondere diminuir este peso financeiro criando uma poupança específica. Esta poupança pode cobrir apenas uma parte das despesas adicionais ou a totalidade do valor.
Mas, antes de começar a poupar, deve ter uma ideia exata de quanto gastou no último mês de dezembro. Por isso, é aconselhável que no início de janeiro faça um levantamento do montante total gasto. Após apurar o valor, deve definir se pretende criar uma poupança que cubra todos os seus encargos adicionais ou só uma percentagem.
Por exemplo, vamos supor que no mês de dezembro do ano passado o seu agregado familiar gastou no Natal, Passagem de Ano e férias cerca de 800 euros. Se quiser fazer uma poupança que cubra o valor total destas despesas em 2022, tem de juntar mensalmente um pouco mais de 66€ (800 euros / 12 meses).
Já se pretende ter uma pequena poupança para melhor enfrentar estas despesas adicionais, basta colocar 30 euros de parte todos os meses. Assim, vai chegar a dezembro do próximo ano com 360 euros a mais. Esta é uma forma simples de conseguir uma folga financeira, permitindo-lhe gerir melhor o seu orçamento e até o seu subsídio de Natal.
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