Com frequência somos confrontados com notícias sobre inflação e deflação. Mas, afinal, em que consistem estes "fenómenos" económicos? Quais as suas consequências para os consumidores e para a economia em geral? Neste artigo, simplificamos dois dos mais relevantes conceitos financeiros.
O que é a inflação?
A inflação não é mais do que a subida generalizada dos preços dos bens e serviços.
Um exemplo prático: se a inflação homóloga no mês de setembro deste ano tiver sido de 2%, quer dizer que os consumidores necessitaram de 102 euros para comprar um conjunto de bens e serviços que, em setembro de 2020, custava 100 euros.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a taxa de inflação em Portugal, no próximo ano, se situe nos 1,3% (ligeiramente acima de 1,2% estimado para este ano).
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Como se calcula a taxa de inflação?
A inflação é calculada mensalmente pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) através do Índice de Preços no Consumidor (IPC).
Para se calcular o IPC é necessário definir um cabaz com produtos e serviços essenciais para as famílias, nomeadamente, alimentação, vestuário, renda, água, energia e combustíveis.
Para determinarmos a taxa de inflação, primeiro subtraímos ao valor do IPC atual o do período que está a servir de base de comparação. Em seguida, dividimos o valor obtido pelo valor do IPC que está a servir de base e multiplicamos por 100.
Assim, considerando o exemplo anterior, a conta é a seguinte: (102-100)/100=0,02 (0,02 x 100=2%).
Logo, o mais comum é o cálculo da inflação homóloga, ou seja, é a comparação do preço do cabaz de bens e serviços num determinado mês, com o preço do cabaz no mesmo mês do ano anterior (exemplo que demos).
Por outro lado, o cálculo da inflação pode também ser mensal. Neste caso, é tido em conta o IPC de um mês comparativamente ao IPC mês anterior. Por exemplo, a comparação do valor do IPC de setembro com o de agosto de 2021.
Já a inflação anual calcula-se através da determinação da média dos 12 meses do IPC comparativamente à média dos 12 meses do ano anterior.
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Que tipos de inflação existem?
Existem quatro tipos de inflação: moderada, trotante, galopante e hiperinflação.
A inflação moderada ocorre quando a taxa é inferior a 3%, enquanto a trotante, se verifica quando a taxa de inflação ultrapassa os 3%.
Diz-se que estamos perante uma inflação galopante quando temos taxas superiores a 10%. Já as situações de hiperinflação verificam-se quando a taxa supera os 50%.
Quais as consequências da inflação?
A principal consequência da inflação para os consumidores é naturalmente a perda de poder de compra. Por esse motivo é que, na definição dos aumentos salariais, o valor da inflação deve ser tido em conta de forma a que os trabalhadores não percam o seu poder de compra.
É importante também que não tenha o seu dinheiro parado numa simples conta à ordem sem qualquer remuneração, pois pelo facto de existir inflação, o seu dinheiro está a desvalorizar.
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O que é a deflação?
Se a inflação é a subida generalizado dos preços, a deflação, por sua vez, é o oposto. Ou seja, é a descida generalizada do preço dos bens e serviços prolongada no tempo. Esta situação ocorre, por exemplo, quando a oferta de bens e serviços aumenta.
Quais as consequências da deflação?
A descida da generalidade de preços aumenta no imediato o poder de compra dos consumidores, contudo, uma descida prolongada no tempo pode ser prejudicial à economia. Isto porque, pode incentivar o adiamento do consumo, com os consumidores a esperar que os preços desçam ainda mais. Já as empresas, tendem a adiar os investimentos. Ou seja, a deflação pode levar a uma estagnação económica.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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