O consumo colaborativo tem feito seguidores nos mais diversos quadrantes da sociedade portuguesa nos últimos tempos, muito em parte após a crise financeira, que levou muitas famílias a adotar novos padrões de consumo.
A Economia de Partilha teve influência nestes novos padrões de consumo.
O termo economia de partilha apareceu na década de 1990, altura em que começou a ser debatida uma nova visão de otimização dos recursos financeiros, económicos, sociais e ambientais, por grupos de economistas e empresários nos EUA. Passados 20 anos, pode ver-se no dia a dia como a Economia de Partilha já faz parte das sociedades europeias.
A Economia de Partilha revoluciona a forma como a sociedade encara a utilização, por exemplo, dos bens materiais. Em vez de despender dinheiro na aquisição de algo novo, há a mentalidade de reutilizar algo ou pedir a alguém esse produto ou serviço.
A Economia de partilha é, por isso, toda e qualquer partilha de recursos sejam eles manifestados sob a forma física e material, seja sob a forma de conhecimento ou intelectual.
Depois da crise financeira
O conceito de Economia de Partilha ganhou força no seio da crise económica que, em conjunto com a revolução virtual e tecnológica, gerou condições ideais para que este modo de vida se dinamizasse.
A crise e o seu impacto nas famílias levou a uma mudança de mentalidade, preferindo-se a partilha de bens e serviços na tentativa de com isso poupar dinheiro. Assistia-se assim a uma mudança do consumo das pessoas.
As partilhas de automóvel a caminho do trabalho são o exemplo mais visível deste conceito bem como o aparecimento de novas formas de mobilidade.
A era digital e os avanços e comodidades que esta veio trazer proporcionou um aumento de consumo online de produtos e serviços a preços mais acessíveis, fomentando e intensificando a troca de recursos com a ajuda da internet.
Os princípios deste conceito
A economia de partilha rege-se essencialmente por três princípios: o valor das coisas, a importância do acesso e o índice de confiança.
O valor que se dá ao não usar as coisas é entendido como um desperdício de recursos. Um caso paradigmático é a proliferação de sites e grupos de boleias nas redes sociais, que permite poupar tempo, dinheiro e combustível, podendo haver a possibilidade de as despesas serem partilhadas por todos os ocupantes em igual modo.
A importância do acesso ganha ao ter. A maior parte das pessoas vê mais utilidade em pedir emprestado ou em alugar algo do que gastar dinheiro a comprar um produto. Assim trocou-se a posse pelo aluguer por algum tempo para reduzir custos.
Por último, mas não menos importante, o sentimento de confiança de que funciona e que há bons serviços faz com que o passa-a-palavra converta mais pessoas. Um caso típico exemplificativo deste princípio de confiança tem a ver com plataformas como Airbnb, em que é possível arrendar um alojamento local para férias através da Internet sem conhecer o proprietário.
A economia de partilha veio modificar a maneira de pensar os bens e serviços, em que não tem de comprar um produto ou serviço para ter os benefícios do mesmo. Cria-se também um sentimento de comunidade em que recursos partilhados podem unir sociedades, ajudando também a poupar a carteira e o planeta.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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