O mundo enfrenta um enorme desafio ambiental e climático e, por isso, é urgente mudar os nossos hábitos de consumo. Caso esteja a questionar-se sobre que pequenos passos pode dar para contribuir para um melhor meio ambiente, pondere começar por implementar um regresso às aulas "eco-friendly".
Todos os anos, as famílias acabam por ceder a um consumismo excessivo na hora de comprar os materiais escolares para um novo ano letivo. Ainda assim, saiba que existem opções amigas do ambiente que pode, facilmente, implementar. Estas também servem para ir ensinando ao seu filho a importância de um comportamento sustentável e "eco-friendly".
Partilha desta preocupação e quer passar à ação? Acompanhe as 7 dicas que se seguem para conseguir, efetivamente, promover um regresso às aulas ecológico e amigo do meio ambiente.
1 - Regresso às aulas "eco-friendly" começa dentro de casa
Se este ano quer inverter a tendência consumista e optar por um regresso às aulas mais amigo do ambiente, o primeiro passo é analisar o que tem em sua casa. Ou seja, se o seu filho o ano passado já estava na escola, o mais provável é ter materiais escolares que podem ser reutilizados.
Embora seja tentador estrear, anualmente, materiais escolares, existem sempre compras desnecessárias e que acabam por pesar na carteira. Por isso, em conjunto com o seu filho, analise os materiais ficaram do ano passado ou de anos anteriores.
Veja, por exemplo, os cadernos que não foram utilizados ou têm poucas folhas usadas, as canetas que ainda têm tinta ou estão na gaveta por estrear, os dossiers em bom estado, mochilas, estojos, etc. No decorrer desta "caça ao tesouro", aproveite para explicar ao seu filho a importância de reutilizar materiais. Fale sobre a escassez dos recursos naturais, o impacto ambiental do plástico, e o porquê de fazer escolhas mais sustentáveis.
As crianças são bastante sensíveis às questões ambientais. Por isso, explique que pequenos gestos podem fazer a diferença no futuro do planeta. Sem sobrecarregar os seus filhos com informações que podem não saber processar, tenha uma conversa com o objetivo de sensibilizar a criança para esta temática, e mostrar-lhe o lado positivo de não ter todos os materiais escolares novos.
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2 - Compre no comércio local e apenas o que tem na lista
As grandes superfícies comerciais, como os hipermercados, por norma, são a escolha para comprar o material escolar. Porém, se pretende que este ano seja um regresso às aulas "eco-friendly", porque não fazer as suas compras no comércio local?
Em termos de sustentabilidade, adquirir os produtos de que precisamos em papelarias de rua ou pequenos negócios locais pode trazer inúmeras vantagens. O primeiro benefício prende-se com o apoio aos pequenos negócios e à economia local. Mas, existem outros benefícios. Por exemplo, se comprar os materiais escolares numa papelaria, por norma, vai evitar o excesso de embalagens plásticas. Além disso, também evita a compra em quantidades que não precisa, podendo optar por produtos de maior qualidade e longevidade.
No entanto, antes de sair de casa para fazer estas compras, é fundamental que faça uma lista. A esta altura, já deverá ter analisado o que tem em sua casa e, agora, só precisa de identificar, entre aquilo que é essencial, o que ainda precisa de comprar.
Lembre-se que uma lista previne compras por impulso, e ajuda-o a comprar a quantidade exata daquilo que necessita. Além disso, as listas de compras são ótimas aliadas para cumprir o orçamento definido para certos gastos.
3 - Tenha atenção aos materiais escolares que compra
Feita a lista com todos os materiais escolares de que precisa, é hora de fazer escolhas amigas do ambiente. Assim sendo, deve olhar para os componentes dos materiais que vai comprar, ao mesmo tempo que avalia se esses produtos têm uma boa durabilidade.
Por exemplo, ao comprar uma mochila, avalie a qualidade do material e a intemporalidade do modelo. Afinal, se comprar uma mochila temática, o mais provável é que daqui a um ano ou dois, o seu filho não a queira usar. Ao comprar uma mochila clássica e de boa qualidade, o investimento pode ser superior, mas esta pode durar vários anos. O mesmo se aplica ao estojo.
Em termos de componentes, prefira a origem vegetal, à madeira e ao metal, ao papel e materiais reciclados. Já no caso das esferográficas, informe-se sobre as opções recarregáveis. Esta é uma opção que evita as compras de kits com dez esferográficas de plástico.
Caso tenha dúvidas sobre a compra de materiais escolares, na ótica de um regresso às aulas "eco-friendly", visite o site da Quercus, pode encontrar dicas úteis sobre os componentes a ter em conta ao comprar o material escolar.
4 - Reciclar evita um regresso às aulas "eco-friendly" aborrecido
Prepare-se para ter de contornar a falta de entusiasmo do seu filho para com este tipo de escolhas e com a hipótese de usar materiais escolares antigos. Para contornar esta situação, nada melhor do que dar um cunho pessoal ao material escolar, socorrendo-se do "poder" da reciclagem.
Uma ótima forma de dar uma nova vida aos materiais escolares do ano anterior é decorá-los. Ou seja, por exemplo, nos cadernos e dossiers antigos, e em conjunto com o seu filho, podem ganhar uma nova, e bem criativa, capa. Pode usar recortes, desenhos, imprimir imagens ou até criar algo abstrato com materiais usados. Além de ser uma oportunidade para melhorar as aptidões do seu filho em trabalhos manuais, pode ser também um momento lúdico e educativo.
Não se esqueça de separar os materiais escolares que não já não estão em condições e reciclá-los, de acordo com as regras da reciclagem: materiais de papel e cartão no ecoponto azul; embalagens de plástico no ecoponto amarelo. Atenção, as esferográficas devem ser encaminhadas para o lixo comum, e não para o ecoponto amarelo. As pilhas, coloque-as no pilhão e os materiais elétricos ou eletrónicos devem ser entregues no Ecocentro.
5 - Orçamento limitado? Tem opções em 2.ª mão
Caso tenha um orçamento limitado, vai sentir dificuldades em comprar alguns materiais escolares mais dispendiosos, nomeadamente, as calculadoras gráficas. Estas, entre outros materiais mais, regra geral, representam um investimento elevado que não está ao alcance de todas as famílias. Nestes casos, a solução pode passar por obter estes artigos em segunda mão.
Se o seu filho só precisa de certos materiais por tempo limitado, será que vale a pena este tipo de investimento? Na verdade, depois de terminar a escola, muitas pessoas vendem esses artigos nos mais variados sites de vendas de usados. Contudo, é importante que teste os materiais antes de oficializar a compra e opte por fazer o pagamento de forma segura.
Outra opção, ainda mais económica, é perguntar entre o seu grupo de amigos e familiares se alguém tem estes materiais em casa e se pode emprestá-los ao seu filho.
Lembre-se ainda que também pode ajudar quem mais precisa ao doar materiais escolares antigos, já sem utilidade para a sua família.
6 - Planeie e adquira com antecedência produtos para a lancheira
Um regresso às aulas "eco-friendly" não engloba apenas os materiais escolares, existem outros fatores que deve ponderar. Um dos pontos que pode fazer a diferença ao nível da gestão do desperdício, passa pelo que coloca na lancheira do seu filho. Ou seja, as escolhas que faz em termos da própria lancheira, termos e marmitas, guardanapos, talheres e copos.
Atualmente, existem soluções bastante amigas do ambiente, que podem diminuir o consumo de recursos, mas também o desperdício. Por exemplo, existem lancheiras de algodão, marmitas e termos em inox, guardanapos de pano, copos e garrafas reutilizáveis. Evite ao máximo a compra de produtos descartáveis, visto que estes representam um grande problema para o meio ambiente.
Se o seu objetivo passar por introduzir uma dieta alimentar mais saudável e amiga do ambiente, este ano, deixe de fora os produtos processados, as bolachas e bolos revestidos em plástico, etc. Neste caso, o melhor é planear com antecedência a ementa, optando por escolhas mais saudáveis, como frutas e vegetais.
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7 - Regresso às aulas "eco-friendly" faz-se a pé ou de bicicleta
Os meios de transporte têm um forte impacto na poluição, logo, se o objetivo passa por um regresso às aulas "eco-friendly", vai ter de refletir sobre a escolha destes meios.
Se a escola não for longe de casa, pode ter chegado a hora de dispensar o uso do carro e de transportes públicos em prol das deslocações a pé ou de bicicleta. Além de estas duas últimas opções não serem poluentes, o seu filho vai fazer exercício físico e, isso, reflete-se na saúde e no seu bem-estar.
Por outro lado, se a escola ficar a uma distância significativa, a opção passa por veículos, exclusivamente, elétricos ou por usar os transportes públicos.
Para muitas famílias a opção mais prática passa pelo seu automóvel. No entanto, mesmo que não deixe o seu carro à porta diariamente, o uso de outros meios, para curtas distâncias, deve ser ponderado, não só pelo meio ambiente, mas, também pela sua saúde.
Certamente que, se colocar em prática a maioria destas dicas, o seu filho terá uma maior consciência ambiental e poderá seguir estes ensinamentos na sua vida adulta. Não se esqueça que, para esta mudança se tornar um hábito, tem de haver consistência e toda a família deve estar envolvida no processo.
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