A decisão de investir o nosso dinheiro deve ser o mais informada e ponderada, possível. Logo, se se está a questionar sobre a possibilidade de perder dinheiro investido num PPR – Plano de Poupança Reforma, precisa de conhecer melhor as características deste instrumento financeiro, de forma a escolher a solução mais adequada para o seu caso, seja ela de menor ou maior risco.
Os PPR, instrumentos financeiros que permitem rentabilizar o nosso dinheiro a médio e logo prazo, são criados, na sua maioria, a pensar na reforma. Vistos como um complemento para o futuro, são uma solução de poupança com dois perfis de risco distintos. Ou seja, vai ter de optar entre ter o seu dinheiro garantido, mas com uma rendibilidade inferior, ou arriscar em produtos sem capital garantido, mas com ganhos potenciais superiores.
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Fundo PPR vs. Seguro PPR
Se escolher investir num fundo PPR, estará a optar por um instrumento com graus diferentes de risco. Deve por isso analisar se lhe interessam fundos sem risco, com garantia de capital e ou rendimento, mas com expectativa de baixa valorização; ou fundos com elevado risco e um retorno potencialmente mais elevado.
Sobre os fundos PPR importa ainda saber que o capital é constituído por unidades de participação e que estas têm um determinado valor, o qual aumenta e diminui consoante a sua rendibilidade. A gestão destes fundos fica a cargo de entidades especializadas, as chamadas sociedades gestoras de fundos de pensões. Tendo em conta a política de investimento do fundo que vier a escolher, caberá a uma destas entidades tratar de aplicar o valor que entrega periodicamente.
Importa ressalvar que estas entregas de capital são feitas diretamente pelos subscritores e que, diariamente, pode ficar a par do valor das referidas unidades de participação. Saiba ainda que pode sempre transferir o dinheiro que investiu num fundo PPR para um outro fundo, bem como para uma outra instituição. Quanto ao colher dos frutos deste investimento, pode fazê-lo antecipadamente ou quando alcançar a idade da reforma (mas deve ter em atenção as penalizações já previstas na contratualização).
Num sentido oposto, e por isso mais tranquilo, ponder investir nos seguros PPR, na medida em que estes produtos têm o capital aplicado num fundo autónomo, o que se traduz num rendimento mínimo e sem grandes riscos associados. Assim, por norma, neste tipo de investimento o seu capital está garantido. Salvo exceções relacionadas com casos muitos específicos e atípicos.
Esta opção de poupança é, assim, mais conservadora, já que visa apenas uma pequena maximização do seu dinheiro a longo prazo, refletindo um rendimento potencial mais baixo que acompanha as taxas de juro. Sendo que pode mesmo ser a solução para quem esteja a poucos anos de atingir a idade da pensão de velhice por não constituir um risco de perda das suas poupanças.
É igualmente importante que leia atentamente as condições pré-contratuais da apólice deste PPR, nomeadamente tudo o que diga respeito a comissões, rendimentos ou condições de resgate.
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Que riscos estou disposto a correr?
Deve conseguir responder a esta questão antes de tomar uma decisão. Ou seja, é fundamental que se conheça enquanto investidor (mais, ou menos, conservador) e que analise a margem tem para investir e não ter um retorno imediato, bem como que disponibilidade financeira tem para investir e sofrer uma perda.
Assim, o risco de vir a perder dinheiro depende diretamente do tipo de produto que subscreve. Se optar por subscrever um fundo PPR vai estar a assumir um risco mais elevado do que se subscrever um seguro PPR.
Recordamos que, se por um lado, na maioria dos fundos não existe capital garantido, por outro, este capital está garantido nos seguros PPR. E apesar de existirem sempre riscos em qualquer tipo de investimento, este acentua-se sempre que não existir capital garantido.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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