As férias de verão estão à porta e, para quem vai viajar, é hora de tratar dos últimos preparativos. Mas antes de partir e desfrutar deste período de descanso ou de aventura, saiba que há alguns erros comuns que deve evitar, se pretende não ter gastos inesperados.
Neste artigo, apresentamos 10 erros que não deve cometer nas suas férias.
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1 - Não ter um orçamento definido para as suas férias
Um dos principais erros que não deve cometer nas férias é sair sem ter um orçamento definido. Se não estabeleceu um teto máximo para os seus gastos, o mais provável é que termine estes dias de lazer com uma conta final que não estava à espera e que pode colocar em risco a saúde das suas finanças.
Por norma, um orçamento para férias deve contemplar:
- Despesas de transporte (avião, transportes públicos, combustível e portagens se levar o seu carro, aluguer de veículo, outros encargos com transportes);
- Alojamento;
- Refeições (idas a restaurantes, compras em supermercados, pequeno-almoço ou lanches fora);
- Atividades planeadas (como visitas a museus, espetáculos, etc.);
- Outras despesas de lazer e bem-estar (idas a bares, um dia num spa, atividades para entreter as crianças, caso tenha filhos, entre outras atividades do seu agrado no local escolhido);
- Encargos extras: Aqui podem entrar várias despesas, desde encargos com comissões bancárias no estrangeiro, seguro de viagem, compras para si, recordações para amigos e familiares, entre outros encargos.
- Valor que cubra imprevistos: No seu orçamento, deve estabelecer um valor que cubra alguma despesa imprevista que possa surgir no decorrer das suas férias.
Ao fazer um orçamento para a suas férias, saberá exatamente quanto é que pode gastar ao todo em cada categoria. Mas para não sentir que não pode aproveitar bem estes dias, o mais importante a reter é que o orçamento final tem de ser cumprido. Ou seja, se gastar mais num dia, no outro deve compensar e reduzir as suas despesas. Se não ceder a tentações e for racional, vai conseguir aproveitar bem as suas férias sem colocar as suas finanças em risco.
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2 - Esquecer-se de confirmar as condições da companhia e o peso e dimensão das suas malas quando viaja de avião
Caso não se desloque de avião com regularidade, é muito importante que esteja a par das condições impostas pela companhia, o que está incluído no seu bilhete e as dimensões e peso das malas que pode levar.
Quando compra os bilhetes, por norma, recebe um email com todas as informações sobre o que está incluído. Por exemplo, existem planos onde tem direito a reservar o seu lugar, acesso à prioridade de embarque, políticas mais atrativas em caso de alteração do voo e que incluem uma ou mais malas. Contudo, noutros planos, estas opções só estão disponíveis mediante o pagamento de taxas adicionais. Se já não se recorda de tudo o que está incluído, deve voltar a confirmar estas informações.
Quanto às malas, leve apenas o necessário para a sua viagem e não inúmeras peças de roupa que provavelmente nem vai usar. O ideal é tentar perceber como estará o tempo no decorrer das suas férias e tentar combinar poucas peças de roupa para criar mais outfits, se esta for uma preocupação.
E porque é que deve ter em conta a quantidade de coisas que leva consigo? Porque muitas companhias permitem levar apenas uma bagagem que pode colocar por baixo do banco da frente ou na cabine. Levar uma mala no porão é tendencialmente mais caro. Assim, é importante que tenha o peso e as dimensões das malas em conta, de acordo com a companhia em que vai viajar. Claro que se for uma viagem mais longa, o ideal é que tenha comprado um bilhete que permita levar uma mala no porão, com maiores dimensões.
Por fim, opte por fazer o check-in antecipadamente e obter os seus cartões de embarque com alguma antecedência. Além desta opção lhe permitir poupar bastante tempo no aeroporto, pode ficar mais descansado, pois já tratou desta primeira etapa. Contudo, não se acomode e não vá em cima da hora para o aeroporto. Cumpra os horários recomendados. Afinal, mais vale esperar um pouco do que arriscar perder o seu voo.
3 - Em hotéis ou resorts "tudo incluído", não confirmar o que está, de facto, incluído e o que tem de pagar
Se optou por ir de férias para um hotel ou resort com um pacote "tudo incluído", é bem provável que queira passar um período descansado, num sítio agradável, onde possa fazer as suas refeições e desfrutar de uma bebida junto de uma piscina.
Por norma, estes pacotes incluem as suas refeições, desde o pequeno-almoço, almoço e jantar, acesso gratuito a cocktails, sumos e refrigerantes em determinados períodos do dia e até algumas atividades para adultos e crianças.
Contudo, saiba que a maioria destes pacotes pode trazer algumas surpresas desagradáveis na altura do check-out, se não verificar o que está incluído. Afinal, existem sempre atividades que são pagas, bebidas alcoólicas que não estão incluídas no pacote e, em alguns resorts, há restaurantes em que as refeições são pagas à parte. Assim, é essencial que consulte todas as condições para não ter despesas adicionais que não esperava e que coloquem as suas finanças em risco.
4 - Tentar visitar tudo sem qualquer planeamento
Quando visita um país pela primeira vez, é natural que queira conhecer o máximo de locais possíveis e ver todas as atrações turísticas que pesquisou na internet nos últimos tempos. No entanto, dependendo do país, uma ou duas semanas podem não ser suficientes para conhecer todos os locais que queria.
Por isso, em vez de tentar visitar tudo à pressa, fazer inúmeras deslocações de vários quilómetros, o melhor é planear com antecedência o que vai visitar em cada dia. Embora esta opção possa levar algum tempo, se definir x locais a visitar diariamente, pode desfrutar melhor de cada um e ficar com tempo para relaxar.
Além de aproveitar as suas férias mais tranquilamente, conseguirá poupar algum dinheiro em deslocações e fugir de zonas turísticas onde os preços são mais elevados.
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5 - Alugar um carro para mais dias do que precisa nas suas férias e não ler todas as condições contratuais
Se as suas férias dependem de algumas deslocações mais longas, pode estar a equacionar o aluguer de um carro ou de outro veículo para conhecer melhor o país ou cidade para onde vai. Embora o aluguer de um veículo lhe permita ter mais autonomia e ir a sítios mais distantes que tenham poucos acessos, pode não ser vantajoso durante todos os dias das suas férias.
Por exemplo, se estiver hospedado no centro de uma capital, nos dias em que quer visitar algumas atrações que fiquem nessa zona central ou a alguns quilómetros de distância, a melhor opção passa normalmente por usar a rede de transportes públicos. Consoante os dias que ficar nessa zona, pode verificar se existe algum passe que seja mais vantajoso do que estar a comprar bilhetes individuais.
Tente ao máximo evitar a utilização de táxis ou os carros das plataformas eletrónicas (designados de TVDE, em Portugal), se pretende poupar algum dinheiro.
Férias em mais do que uma cidade
Já quando pretende ir para outra cidade, mas que também é um centro urbano com boas redes de transporte, verifique se pode fazer a deslocação de comboio e se os preços compensam em comparação ao aluguer de um carro.
Tenha em conta também que, para alugar um carro, não deve olhar apenas para o preço inicial apresentado para o dia do aluguer. Muito desses valores não incluem o preço do seguro, nem outras despesas associadas.
Assim, leia bem os termos e condições, pense nos dias em que compensa a sua utilização e se achar benéfico, faça a reserva tendo em conta o planeamento que traçou para a sua viagem. Na maioria dos casos, alugar um carro requer que tenha um cartão de crédito. Só algumas empresas aceitam que os clientes paguem uma caução em dinheiro antecipadamente, que é devolvida quando entregar o carro, se este não tiver qualquer dano e todas as condições contratuais forem cumpridas.
6 - Fazer as suas refeições em lugares turísticos
Se vai visitar um país que tem alguns pratos típicos que quer mesmo experimentar, para não pagar uma fatura demasiado elevada, procure restaurantes fora das zonas turísticas.
Nestes casos, tente perceber quais são os restaurantes mais frequentados pelos locais. Tal como acontece em Portugal, não é muito comum os portugueses irem almoçar ou jantar nas zonas mais turísticas. Estes restaurantes cobram, por norma, preços muito elevados face à qualidade das refeições.
Por isso, quando pretender almoçar ou jantar fora, não tenha receio de perguntar na rua onde pode encontrar um bom restaurante tradicional com preços em conta.
Porém, para o seu orçamento não derrapar, lembre-se que deve ter cuidado com o número de refeições que faz fora e o dinheiro que gasta. Para manter o seu orçamento dentro dos valores planeados, pode preparar algumas refeições mais leves antes de sair para visitar a cidade. Desta forma, consegue poupar algum dinheiro.
7 - Usar o roaming quando está de férias num país fora da UE
Quando viaja para o estrangeiro, é importante que perceba como funciona o roaming, uma vez que vai necessitar de fazer chamadas, enviar mensagens e aceder à internet.
Ora, numa viagem para outro país dentro da União Europeia, Liechtenstein, Noruega, Islândia e Reino Unido, não tem de pagar qualquer taxa adicional para as suas chamadas, mensagens de texto e dados móveis.
Contudo, o cenário muda quando viaja para outros destinos. Quando são aplicados tarifários de roaming, deve informar-se sobre as taxas cobradas e evitar ao máximo a sua utilização para, no final das suas férias, não ter de pagar uma fatura de telecomunicações muito elevada.
Nestes casos, o melhor é utilizar a internet apenas quando está ligado a uma rede de wi-fi segura, podendo nessas alturas fazer chamadas por aplicações como o Whatsapp. Por fim, também pode ponderar comprar um cartão SIM pré-pago local, ficando estes serviços mais baratos.
8 - Levantar dinheiro regularmente e não saber as taxas bancárias cobradas no país onde está de férias
Levantar dinheiro e não saber ao certo o valor das comissões bancárias aplicadas no estrangeiro é um dos erros mais comuns quando estamos de férias.
Assim, deve saber exatamente o preçário do seu banco relativo às taxas aplicadas às operações que vai realizar enquanto estiver no estrangeiro.
De uma forma resumida, quando viaja para um destino dentro da União Europeia, Zona Euro e Espaço Económico Europeu (Islândia, Liechtenstein e Noruega), o seu banco só lhe pode cobrar taxas e comissões pelo uso dos cartões iguais às aplicadas em Portugal.
Nos países e moedas não abrangidas, há a possibilidade de ser cobrada uma comissão de serviço internacional, que pode ter um valor fixo ou percentual, acrescendo ainda o imposto do selo que corresponde a 4%. Por fim, pode ainda ter de pagar uma taxa pelo câmbio de moeda.
Como alternativa, quando viaja para fora das zonas onde são cobradas comissões iguais às aplicadas em Portugal, veja se compensa criar uma conta num banco digital. Na maioria dos casos, estas contas base não têm custos, podendo levantar dinheiro e pagar com o cartão de forma gratuita. Porém, existe um limite de operações ou montantes para cada 30 dias. Já a nível de conversões, os preços podem ser mais favoráveis ou até sem custos, exceto aos fins-de-semana.
Por fim, saiba que, em alguns países, há taxas que vai ter de pagar, como a comissão por levantar dinheiro. Assim, limite esta opção ao máximo, para não estar constantemente a pagar taxas/comissões.
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9 - Não tratar do cartão europeu de saúde quando faz férias na Europa
Se vai viajar para um país da Europa, pode ser muito útil fazer o cartão europeu de saúde. Com este cartão, pode receber assistência médica durante a sua estadia, nos mesmos moldes que os beneficiários do sistema de Segurança Social do país onde estiver.
Este cartão dá direito a receber cuidados médicos (acesso a médicos, hospitais, centros de saúde e farmácias) nos 27 países da União Europeia, Islândia, Liechtenstein, Noruega, Suíça e Reino Unido. Ou seja, tanto pode ter acesso a serviços gratuitos, se essa for a política do sistema de Segurança Social do país onde está, pagar a taxa reduzida que é aplicada aos habitantes locais e pedir o reembolso das despesas nas mesmas condições que os nacionais do país onde se encontra.
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10 - Assumir que não compensa fazer um seguro de viagem
Quando faz contas ao dinheiro que tem reservado para as suas férias, pode nem equacionar se compensa ou não fazer um seguro de viagem. Embora ninguém queira pensar que algo possa correr mal durante as férias, a verdade é que os imprevistos acontecem. E se tiver protegido, além de conseguir resolver algumas situações mais rápido, pode poupar bastante dinheiro.
Por exemplo, a maioria dos seguros de viagem cobre as seguintes despesas:
- Despesas médicas;
- Danos em bagagem;
- Responsabilidade civil;
- Cancelamento da viagem;
- Morte ou incapacidade resultantes de acidente ocorrido durante a viagem.
Contudo, dependendo do seguro de viagem, pode ter mais ou menos coberturas. Por isso, se pretende ir de férias descansado deve, no mínimo, ver se compensa contratar este seguro (pedindo simulações a várias seguradoras). Caso não queira contratar um seguro de viagem, confirme se os produtos financeiros que possui não oferecem esta apólice ou alguma proteção que possa ser útil.
Por exemplo, se tem um cartão de crédito e o utilizar para pagar as suas férias, pode ter direito a um seguro de viagem gratuito. Este seguro não costuma oferecer muitas coberturas, mas é uma forma de estar protegido em alguns imprevistos.
Outro pormenor que deve ter em consideração é que alguns seguros automóveis podem cobrir despesas médicas, alojamento e viagem para a família e até mesmo adiantamento de fundos no estrangeiro. Mas alguns apenas oferecem estas coberturas em Portugal.
Dito isto, o mais importante é que veja a sua apólice, o contrato de certos produtos financeiros e veja se existe uma forma de possuir alguma proteção adicional caso surja um imprevisto nas suas férias.
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