Sabia que o seu estilo de vida pode ser uma das principais causas para não conseguir aumentar as suas poupanças? Para além de existir uma certa tendência para criar "maus hábitos" de gestão financeira, poupar não faz parte do perfil de todos nós e, por isso, para muitos, é uma tarefa árdua que "obriga" a criar novos hábitos.
Na verdade, poupar não é difícil, se o seu estilo de vida andar de mãos dadas com os seus objetivos. E, por vezes, bastam pequenas mudanças para alterar por completo o estado das suas poupanças, mesmo que os resultados sejam mais, ou menos, imediatos.
Preparado para fazer sete mudanças no seu estilo de vida?
1 - Tome o pequeno almoço em casa (a longo prazo, aumenta as poupanças)
No meio da correria diária, de saída apressada para o trabalho, pode tornar-se mais simples tomar o pequeno almoço já na rua. E, embora este pequeno hábito pareça inofensivo, e até compensador, a verdade é que pode ter um forte impacto na sua carteira, mensalmente.
A título exemplificativo, vamos supor que o seu pequeno almoço fora custa 4 euros. Durante uma semana de trabalho, 5 dias úteis, está a gastar 20 euros. Se multiplicarmos este valor pelas quatro semanas que compõem um mês, custa-lhe, mensalmente, 80 euros. E se quiser ter uma visão mais alargada, basta multiplicar os 80 euros pelos 12 meses, e concluirá que o seu pequeno almoço representa um custo anual de 960 euros.
Estas contas mostram que, se mudar este hábito, consegue poupar perto de 1000 euros num ano. Ainda que, ao tomar o pequeno almoço em casa, também tenha custos com a sua alimentação, se fizer uma "boa gestão" nas idas ao supermercado, vai diminuir, significativamente, o montante que atualmente gasta com esta refeição.
Para além desta mudança no seu estilo de vida aumentar as suas poupanças, a longo prazo, também pode ter um impacto considerável na sua saúde. Afinal, muitas vezes, quando comemos fora, não optamos pelas soluções mais saudáveis. E em sua casa, pode fazer pequenos almoços saudáveis, que não requerem muito tempo de preparação.
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2 - Reduzir almoços e jantares em restaurantes
Antes que pense que para poupar vai ter que abdicar de tudo aquilo que gosta de fazer, asseguramos-lhe já que isso não tem de acontecer. Contudo, é impossível criar uma poupança regular, se não for feito um esforço em diminuir algumas despesas não essenciais. No entanto, isso não significa que deixe de ir a restaurantes, corte em todos os momentos de lazer ou outras atividades que o deixam feliz. O que terá de fazer, se quiser aumentar as suas poupanças, é equilibrar o estilo de vida desejado com a sua carteira.
E o que é que isto significa na prática? No fundo, é ter um estilo de vida de acordo com o seu orçamento familiar. Ou seja, no seu orçamento familiar deve registar o montante total que gasta com todos os seus momentos de lazer e refeições fora em restaurantes. E depois, analise se, realmente, não pode baixar este valor, sem fazer um grande esforço.
Para quem almoça fora diariamente, esta é uma despesa bastante pesada no seu orçamento. Se gastar, por exemplo, cinco euros no seu almoço durante cinco dias, vai gastar 25 euros por semana e 100 euros por mês. E para aumentar a sua poupança, experimente fazer uma pequena mudança: em vez de 5 dias, almoce fora, apenas, três vezes por semana.
Em termos práticos, esta alteração traduz-se num aumento das suas poupanças em 10 euros por semana, 40 euros por mês. E, se receber o subsídio de alimentação num cartão refeição, pode canalizar o dinheiro que juntou para as compras no supermercado.
3 - Melhore a organização se quer aumentar as suas poupanças
A desorganização pode ser um grande entrave na hora de gerir o seu dinheiro e alcançar os seus objetivos. Por norma, a desorganização, não é nada mais do que a falta de ferramentas para gerir melhor a sua vida e o seu dinheiro. E para melhorar a sua organização, basta que dedique algum tempo ao planeamento, para que consiga ter controlo, mas também ter uma estratégia a curto, médio e longo prazo.
Embora possa levar algum tempo até conseguir organizar-se financeiramente, o ideal é começar por implementar pequenas ferramentas que o ajudem na gestão e a definir metas. E para ajudá-lo neste sentido, deixamos três conselhos que pode colocar em prática para melhorar as suas finanças pessoais:
- Crie um orçamento familiar;
- Defina objetivos de poupança (não se esqueça de criar um fundo de emergência);
- Não espere pelo fim do mês para transferir o dinheiro para a conta bancária destinada às suas poupanças.
No que diz respeito à transferência do dinheiro para uma conta bancária, destinada às poupanças, é aconselhável que o faça assim que receber o seu ordenado. E porquê? Porque se esperar pelo final do mês, existem fortes probabilidades que chegue à data, e o dinheiro destinado às poupanças tenha sido usado para outro fim.
4 - Faça compras de forma sustentável
A forma como fazemos compras também pode aumentar as nossas poupanças. Por exemplo, quem faz compras mensais, corre o risco de despediçar mais, visto que implica comprar alimentos para um período mais alargado e em maiores quantidades. Assim, podem acontecer "pequenos percalços", como comprar legumes que se estragam, produtos que ninguém acabou por consumir e passaram do prazo, etc.
Mas se tiver estes fatores em consideração e adotar uma postura mais sustentável, pode diminuir o valor que gasta nas compras e evitar os desperdícios. Por exemplo, por norma, os produtos biológicos, e as frutas e legumes, dentro da sua sazonalidade costumam durar mais tempo. Por outro lado, se evitar produtos processados e já congelados, diminui a compra de produtos embalados com plástico, poupa algum dinheiro, e tem uma alimentação mais saudável.
Depois, também é preciso focar-se no planeamento. Ao comprar apenas os alimentos e produtos que vai confecionar nessa semana, incluindo pequenos almoços, almoços, lanches e jantares, evita desperdícios. Se contemplar neste planeamento as sobras, será ainda mais fácil rentabilizar os produtos. E se esta rotina se tornar um hábito, vai verificar que irá poupar bastante, em matéria de alimentação.
Segundo noticiou a SIC Notícias, estima-se que em Portugal, por ano, vai parar ao lixo um milhão de toneladas de alimentos. Não estará na hora de repensar a forma como fazemos as nossas compras, não só pelo planeta, por quem mais precisa, mas também pela nossa carteira?
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5 - Seja mais minimalista
Ao longo da vida, adquirirmos bens, ou produtos, por razões estéticas, por desejo ou simplesmente por impulso, sem qualquer tipo de propósito. No fim de contas, vivemos numa sociedade de consumo, e somos incentivados a tomar decisões emocionais, sem ponderar a utilidade das nossas compras. Mas, será que precisamos de viver com tanto e adquirir mais e mais?
Embora o conceito de minimalismo seja amplo, ligado ao desapego de bens supérfluos e que não nos trazem felicidade, não precisa adotar este conceito no seu expoente máximo. No entanto, se parar para analisar a sua vida, é bem capaz de perceber que tem muito mais do que aquilo que precisa. E, através deste conceito, não só pode estabelecer melhor as suas prioridades, como aprender a ter controlo nas suas decisões e a "livrar-se" de tudo aquilo que não precisa.
Em termos práticos, esta postura pode refletir-se nas suas finanças e poupanças. Se não seguir comportamentos consumistas por impulso, se vender aquilo que não lhe faz falta, e se precisar de menos coisas para ser feliz, inevitavelmente vai poupar algum dinheiro.
6 - Refletir antes de agir: a diferença na hora de aumentar as poupanças
Certamente não é a primeira vez que lê que refletir antes de agir pode evitar vários problemas. Mas quando falamos em finanças pessoais e criar poupanças, é fundamental que as suas decisões sejam ponderadas e não apenas um impulso. Por exemplo, para quem tem um orçamento mais limitado, o simples facto de ir às compras, sem uma lista, pode colocar o orçamento familiar em risco.
E se escalarmos estas situações para compras de valor mais elevado, a reflexão ganha ainda mais importância. Ou seja, se, por exemplo, está a precisar de substituir um eletrodoméstico, mas essa compra requer uma poupança, não é por o preço ter descido ligeiramente numa promoção, que significa que é a melhor decisão financeira. Se o investimento colocar em risco o seu orçamento ou necessitar de um crédito para realizar a compra, provavelmente a melhor decisão será esperar e tentar juntar esse valor.
O mais importante é que se mudar o hábito de fazer compras por impulso e passar a refletir sobre a necessidade de compra, utilidade do produto e se é ou não a altura certa para esse investimento, vai certamente aumentar as suas poupanças.
7 - Analise os hábitos de consumo em casa e altere-os, se necessário
Porque nunca é demais sublinhar... Se pretender alterar a forma como consome, não se esqueça que tudo começa em casa.
Desde a água, eletricidade, gás, tudo tem um impacto direto no planeta e na sua carteira. E na maioria dos casos, estas mudanças são bastante simples e não implicam um grande esforço, tempo ou dedicação. É apenas preciso implementar novos hábitos e mantê-los. E estes vão desde o desligar da tomada todos os aparelhos que não está a usar, apagar as luzes quando não está na divisão, não deixar torneiras a correr sem necessidades, até ao colocar um balde para aproveitar a água fria do duche, enquanto esta aquece.
No final do mês, estas pequenas mudanças vão traduzir-se na redução do valor das suas faturas. Se poupar em cada fatura euros euros por mês, dado que estamos a falar de três serviços, pode mesmo conseguir poupar, num ano, cerca de 72 euros (24 euros x 3). Embora não seja uma poupança significativa a curto prazo, a longo prazo pode fazer a diferença.
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