Poupar nem sempre é fácil, especialmente se os ordenados forem baixos. No entanto, existem pequenos hábitos que, por vezes, tornam a tarefa ainda mais difícil. Neste artigo, identificamos nove hábitos que podem estar a impedi-lo de poupar tanto quanto gostaria.
Não criar orçamento
Desde logo, o que é um orçamento? Neste caso, um orçamento familiar é um plano que visa estipular e gerir a forma como o dinheiro vai ser gasto ao longo do mês. Ou seja, a divisão dos seus rendimentos em parcelas segundo as quais vão ser gastos.
Não ter um orçamento faz com que não tenha controlo sobre as suas despesas, acabando por gastar mais do que o necessário. Muitas vezes, em coisas desnecessárias. Assim, o orçamento pode ser uma boa forma de controlar os seus gastos e garantir que não se excede.
Ter o hábito de orçamentar as suas despesas, ou seja, atribuir uma parcela monetária a cada categoria (por exemplo, supermercado, serviços básicos da casa, carro), vai fazer com que evite gastar mais do que aquilo que está estipulado. Para criar este seu orçamento pode, entre outras soluções, utilizar uma folha de Excel, uma aplicação específica de controlo de gastos, ou até, uma simples folha de papel. O importante é criá-lo e aplicá-lo.
Atenção, mesmo que os rendimentos sejam inferiores às despesas, criar um orçamento pode ajudá-lo, ainda assim, a priorizar pagamentos.
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Foco no salário
Um hábito que o impede de poupar é ter o seu foco apenas no salário. Isto é, ter em conta só o que ganha e habituar-se a gerir as suas despesas com esse valor, sem pôr a hipótese de obter algum rendimento extra. Mas, na verdade, ter algum tipo de rendimento extra pode permitir-lhe poupar mais e fazer face às suas despesas de forma mais tranquila. Assim, existem várias formas de obter rendimentos extra, seja por realização de certas atividades ou venda de produtos que já não usa.
Com horários de trabalho mais pesados, torna-se difícil arranjar tempo para outras atividades, no entanto para obter um rendimento extra não precisa de ser algo desgastante. Procure entre as diversas soluções que não lhe vão consumir muito tempo: ser revendedor de uma marca, preencher inquéritos online, redigir conteúdos, participar em estudos de mercado, são apenas alguns dos exemplos que tem ao seu alcance.
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Comprar por impulso
As compras por impulso são um problema recorrente. Quando vai às compras é fácil ceder à tentação de comprar certos produtos dos quais não precisa? Na verdade, existem estratégias de marketing criadas para causar esse efeito. Contudo, este hábito vai fazê-lo gastar mais dinheiro, desnecessariamente, e pode mesmo prejudicar as suas poupanças.
No que diz respeito às compras por impulso, o importante é perguntar-se: "preciso mesmo deste artigo?". Se o fizer e for sincero na resposta, vai conseguir identificar o que realmente precisa e lhe faz falta, e evitar gastar em coisas acessórias. Assim sendo, antes de ir às compras, deve preparar uma lista do que precisa e tente trazer apenas esses artigos.
Outra estratégia para resistir à tentação das compras por impulso é não ir às compras com fome, pois leva a que compre produtos de consumo rápido, muitas vezes, pouco saudáveis e mais caras.
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Ter demasiadas subscrições
Os serviços por subscrição vieram para ficar e têm muita procura. São simples de fazer e parecem ser todos muito úteis. Desde revistas, Netflix, Spotify, HBO, são exemplos entre de uma oferta vasta, a um preço tendencialmente acessível. Porém, sem se aperceber, de um momento para o outro, já tem um número considerável de subscrições que podem pesar e prejudicar o seu orçamento.
Comece por perceber a regularidade com que usa os produtos que subscreve e veja se compensa estar a ter um gasto, dada essa frequência. Outra estratégia que pode pôr em prática é dividir a despesa entre várias pessoas (família ou amigos). Por exemplo, se tem subscrição na Netflix e sabe que um amigo também tem, reduzam para apenas uma subscrição e dividam pelos dois a despesa, assim, ambos beneficiam do conteúdo e conseguem, ao mesmo tempo, poupar.
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Ter o hábito de comer "sempre" fora
Comer fora é sempre um bom momento de lazer, no entanto, quando feito em demasia pode ter um efeito negativo nas suas finanças. Embora alguns restaurantes pareçam mais "em conta", especialmente quando têm menus económicos, o que gasta numa refeição fora equivale a duas ou três refeições que faria em casa. Dê preferência a refeições caseiras e guarde as idas ao restaurante apenas para ocasiões especiais. As suas poupanças agradecem.
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Aumentar o seu estilo de vida sempre que recebe um aumento
O aumento salarial é algo bastante positivo, é um reconhecimento e serve como motivação. No entanto, receber um aumento de salário não significa que deva aumentar o seu estilo de vida, especialmente quando está a tentar poupar. Quando tem objetivos definidos não deve mudar a sua estratégia. Logo, se teve um aumento salarial deve reforçar as suas poupanças, nomeadamente o fundo de emergência ou a conta poupança, e não aumentar os gastos.
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Não se precaver para emergências
Achar que as emergências só acontecem aos outros é um erro. Emergências podem acontecer a qualquer altura e ter diversas naturezas. Podem ser questões de saúde, desemprego, avarias com o carro, entre muitas outras. Assim, se não prevenir estas eventualidades, quando surgem, obrigam-no a gastar dinheiro que não contava gastar, o que pode abalar as suas finanças significativamente.
Assim, ter um fundo de emergência é fundamental. Quando se fala de fundo de emergência não se trata de poupanças normais, ou seja, deve haver sempre as duas coisas: um fundo de emergência para situações imprevistas e poupanças para outros fins.
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Usar cartão de crédito sem regras
Cartões de crédito, quando mal utilizados, são inimigos da poupança. Estes produtos financeiros podem dar-lhe uma falsa sensação de ter dinheiro. Os cartões de crédito são úteis para determinadas ocasiões e devem ser usados apenas quando necessário.
Recorde-se que a sua utilização implica que no mês seguinte pague o que gastou, ou seja, vai recair sobre a sua conta habitual. Logo, ao gastar das duas contas, vai ficar impossibilitado de pagar o que gastou em crédito, ou seja, está a criar dívidas. Por isso, ainda que os cartões de crédito tenham benefícios, seja prudente ao utilizá-los.
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Não pensar no futuro
Tendemos a viver apenas para o presente e a esquecer o futuro, nomeadamente no que diz respeito a pôr dinheiro de lado. Neste tópico, estão inseridas as diversas soluções de poupança a longo prazo. Uma forma simples de começar a poupar para o seu futuro é colocar de parte uma parcela dos seus rendimentos todos os meses e deixá-la intocada. Deve decidir este valor, embora seja aconselhado que seja 10% do montante auferido.
Por fim, uma outra solução de poupança a longo prazo é fazer um PPR (Plano de Poupança Reforma). Trata-se de um produto financeiro criado para promover a poupança a longo prazo, especificamente para a altura da reforma.
A diferença entre estas duas formas de poupança é o facto de o PPR ser mais restrito quanto à movimentação do capital, uma vez que, só pode resgatar esse valor em situações específicas, como em caso de doença grave ou quando atine a idade estabelecida para a reforma, entre outras.
Conluindo, poupar é algo que está, de facto, ao alcance de todos. Com a alteração de pequenos hábitos é possível colocar dinheiro de lado de forma mais frequente e duradoura.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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