Poupança

Crie uma poupança automática

Crie uma poupança automática e garanta uma melhor qualidade de vida. Comece já e perceba que esta poupança forçada vai ser uma grande amiga.

Não sei como é consigo, mas eu prefiro tudo o que é automático e que não me dá trabalho. Por exemplo, tenho todas as minhas contas a pagar por débito direto, incluindo o IUC e o IMI (assim nunca pago multas por esquecimento). 

Por isso, uma das dicas mais eficazes para começar a criar e manter uma poupança em constante crescimento é torná-la automática.

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Pague-se a si próprio logo no início do mês

Eu sei, por experiência própria, que se deixar para o fim do mês a transferência do que sobra para uma conta-poupança ou para outra ferramenta de investimento isso é caminho certo para que nunca aconteça. Por isso, deve “pagar-se a si próprio” primeiro, logo no início de cada mês, por exemplo a dia 3 ou dia 5. O problema é que se tiver de se lembrar disso, o mais provável é que se esqueça ou que até se lembre, mas começa a pensar que “este mês é melhor não porque vai precisar para isto ou para aquilo”. E desiste.

Assim, a sugestão que lhe deixo esta semana é que faça um débito direto para si, como faz a empresa da eletricidade, do gás e da água. Eles não perguntam se lhe podem tirar o dinheiro da conta.

Defina um valor para se pagar a si próprio e faça o mesmo: não pergunte a si mesmo se pode. Tire automaticamente.

Fiz isso, por exemplo, com o PPR dos meus filhos. Todos os meses a dia 2 sai da minha conta o valor que defini para o futuro deles. E eu cá me arranjo com o que sobrar. 

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O ideal é "guardar" 10% do rendimento

Se o valor que tem disponível é 10 euros, que seja. Mas pode ser 50 ou 100, depende dos seus rendimentos. O ideal é ser no mínimo 10% do que você (ou o casal) ganha. Mas faça isto automaticamente para não falhar. É um truque quase infalível para fazer crescer as suas finanças pessoais. E, se possível, deixe atuar o juro composto (isto já é outro tema).

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Como irá perceber com o tempo, o “segredo” da sua riqueza (neste caso, do aumento do seu património) está na regularidade e na consistência deste reforço das suas poupanças até que se transformem em investimentos (por exemplo, um PPR ou um ETF).

A grande vantagem destes automatismos é que, se acabar por precisar desse dinheiro que sai automaticamente da sua conta, ele estará sempre disponível. 

Para começar a sua poupança automática basta ir ao seu homebanking ou ligar para o apoio ao cliente do seu banco e iniciar uma transferência mensal para a conta que definir (no mesmo banco ou em outro, de preferência grátis) sem prazo para terminar. E não se esqueça de que pode diminuir ou aumentar o valor que definiu sempre que quiser. A vida pode correr-lhe melhor do que o que está à espera e pode reforçar as suas poupanças, ou o inverso.

Outra dica que lhe posso dar se avançar com esta poupança automática é aumentar de vez em quando (de 6 em 6 meses, ou uma vez por ano) um valor específico (10, 20, 50 ou 100 euros) ao que já poupava antes. Provavelmente nem vai notar a diferença e a sua poupança/investimento vai crescer a um ritmo superior.

A nossa mente ajusta-se muito facilmente às circunstâncias e habituamo-nos a viver com o que temos. Por isso, não negue à partida uma poupança que desconhece. Comece e depois afinamos a estratégia, se for necessário.

É dinheiro que está a tirar para si e não a tirar de si. Sinto que muitas vezes pensamos que, com a poupança “forçada”, estamos a perder qualidade de vida. É justamente o contrário. Mas só vai perceber isso quando começar. Vamos a isso?

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Pedro Andersson nasceu em 1973 e apaixonou-se pelo jornalismo ainda adolescente, na Rádio Clube da Covilhã. Licenciou-se em Comunicação Social, na Universidade da Beira Interior, e começou a carreira profissional na TSF. Em 2000, foi convidado para ser um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias. Atualmente, continua na SIC, como jornalista coordenador, e é responsável desde 2011 pela rubrica "Contas-Poupança", dedicada às finanças pessoais. Tenta levar a realidade do dia a dia para as reportagens que realiza.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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