Enfrentar um período de crise financeira pode acarretar sentimentos como medo, insegurança e instabilidade, e estes são o suficiente para destabilizar uma família. A possível recessão, a inflação no preço de bens essenciais e o receio de perder o estilo de vida a que estamos habituados, podem gerar o pânico entre as famílias.
No entanto, existem formas de nos prepararmos atempadamente e, assim, prevenir e minimizar os danos para o seu orçamento familiar.
Comece por atualizar o seu CV
Uma boa forma, embora não seja muito óbvia, de se preparar para uma crise financeira é atualizar o seu curriculum vitae (CV). Situações de abalo financeiro podem levar a aumentos de desemprego e, até mesmo, reduções de salário. Dessa forma, é importante estar preparado para a eventualidade de necessitar de procurar emprego.
Assim, dedique algum tempo a atualizar o seu CV. Verifique os campos que pode reforçar, atualize a sua experiência profissional e pondere realizar algum tipo de enriquecimento profissional. Neste último campo pode optar por fazer formações que o possam vir a beneficiar e a valorizar, workshops ou certificações.
Se está a ponderar voltar a estudar ou fazer algum tipo de pós-graduação esta poderá ser a altura de o considerar. Enriquecer a sua formação poderá ser muito benéfico perante uma situação de procura de emprego, além de mostrar preocupação com a formação profissional, demonstra também proatividade.
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Reduza ao máximo as suas despesas
Outra forma de se preparar para uma possível situação de crise financeira passa por reduzir as suas despesas ao mínimo indispensável. Esta dica é aplicável em diversas situações e, mesmo sem ser numa situação de crise, deve sempre garantir que as suas despesas estão minimizadas. No entanto, em momento de maior aperto financeiro torna-se ainda mais importante garantir que lhe sobra a maior quantia possível no final do mês.
Comece por analisar todas as suas despesas: desde contas da casa, despesas de mercearia a despesas variáveis. De seguida, veja as que pode diminuir e as que não tem forma de o fazer. Por exemplo, se paga renda de casa, essa é uma despesa fixa e inalterável, logo não se deve focar muito nela.
No entanto, outras como mercearias, contas da luz, água e serviços de internet e televisão podem sempre ser minimizadas. O importante é percorrer cada despesa e enumerar ações que pode tomar para diminuir esses gastos. Por exemplo, no que diz respeito á sua conta da luz, o que pode fazer para que ela diminua? Evite deixar luzes ligadas quando muda de divisões, evite ter televisões e computadores em modo stand by, utilize lâmpadas com menor potência, entre outras estratégias.
Se, por outro lado, quer diminuir o que gasta em alimentação todos os meses, faça uma lista do que necessita antes de ir às compras, crie orçamentos e mantenha-se firme no seu cumprimento. Evite ir às compras com fome. As estratégias são várias, no entanto, o objetivo é o mesmo: minimizar despesas e maximizar a poupança.
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Reforce o seu fundo de emergência
Em altura de crise, deve também garantir que maximiza as suas poupanças. No entanto, não deve confundir poupanças com fundo de emergência. Estes termos são diferentes, assim como os seus objetivos. É importante ter poupanças para fazer face a certas despesas ou para a aquisição de algo de maior valor. Pelo contrário, um fundo de emergência, como o próprio nome indica, serve para fazer face a situações imprevisíveis. O que acontece se ficar sem emprego de repente? Ou se tiver um acidente aparatoso? Ou se a sua renda aumentar bruscamente? Estas situações normalmente não vêm com aviso, no entanto quando ocorrem acarretam grandes despesas.
Procure ter o máximo valor possível no seu fundo de emergência. O ideal é ter um fundo de emergência que cubra no mínimo três meses das suas despesas. Mas, para alguns especialistas, o melhor é ter de lado um período equivalente a seis meses de gastos fixos. No entanto, lembre-se que nestas alturas estes intervalos de tempo podem não ser suficientes. Numa altura de crise financeira quanto mais conseguir amealhar melhor, uma vez que se trata de uma situação de grande instabilidade.
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Mantenha os seus investimentos
Se tem investimentos, não deve tomar decisões precipitadas. E, nestas alturas, o medo pode levá-lo a tomar decisões que podem, depois, prejudicá-lo. Em primeiro lugar, deve ter em consideração que, se tem investimentos a longo prazo, não deve mexer-lhes antes do tempo. Em segundo lugar, nunca deve vender os seus ativos em altura de quebra. Se, devido a uma crise financeira o mercado de ações entrar em quebra, não entre em pânico. Não retire os seus investimentos nessa altura, pois vai perder dinheiro. Deixe-os ficar e espere que o mercado recupere. O que acontecerá mais cedo ou mais tarde, especialmente se estivermos a falar de empresas estáveis. Lembre-se que os investimentos apenas devem ser recuperados quando o mercado está em crescimento e, se está a investir, deve fazê-lo a longo prazo.
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Procure obter um rendimento extra
Quando falamos em rendimento extra existem diversas formas de o conseguir. Uma forma simples de obter algum dinheiro extra passa por vender artigos que já não utiliza. Roupas, calçado, livros, peças de mobiliário, qualquer item que esteja em condições de ser vendido e que já não lhe faça falta. Se tiver artigos de bebé e criança que já não precise, pois os seus filhos já cresceram, esta é uma ótima altura para os fazer render. Atualmente, existem inúmeras plataformas online que facilitam este processo, como por exemplo a app Vinted, o OLX, o Facebook, entre muitas outras.
Outra forma de conseguir um rendimento extra passa pelo freelancing. Recorra a algum hobbie e utilize-o de forma a ganhar dinheiro com ele. Por exemplo, gosta de escrever? Porque não ser criador de conteúdo em texto para plataformas? Gosta de ler livros? Porque não começar um canal de youtube onde partilhe as suas leituras e opiniões? Existem várias formas, hoje em dia, de transformar um passatempo em algo rentável, basta ser criativo.
Outra forma de ter um rendimento extra passa por ter um segundo emprego. Esta opção nem sempre é fácil e exequível, sobretudo se já tiver um trabalho em horário completo e o tempo que sobra não ser muito. No entanto, existem oportunidades de emprego em tempo parcial e tentar encaixar no seu horário habitual.
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Comece a criar orçamentos
Por fim, mas não menos importante, temos a criação de orçamentos. É importante salientar que orçamentos, por si só, não são de cumprimento obrigatório. Sempre que define um orçamento está a fazer um acordo consigo mesmo. Ou seja, não vai ter quem o responsabilize se não o cumprir. Dessa forma, é necessário ter força de vontade.
O que são orçamentos? Orçamento são valores que atribui a categorias dentro dos gastos que tem. Estes podem ser diários, mensais ou anuais, no entanto, os mais comuns são os mensais. Por exemplo, este mês apenas quer gastar 200€ em mercearias. Este é o valor do seu orçamento, ou seja, o valor que se deve esforçar por cumprir. Para assegurar que o cumpre pode, por exemplo, optar por marcas brancas em certos artigos, ou adquirir artigos sazonais, ou, até mesmo, reduzir o consumo de carne e pescado. As medidas a tomar devem ser definidas por si com o objetivo de cumprir o orçamento estipulado.
Não se esqueça que orçamentos podem ser criados para qualquer tipo de despesa: desde mercearias, a contas da água e luz, presentes de aniversário, festas, entre tantos outros.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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