Quando se é jovem, regra geral, o primeiro emprego traz um sentimento de orgulho, mas também a vontade de aproveitar a vida ao máximo, sem dar muita atenção à poupança. Muitas vezes, os excessos acabam por comprometer objetivos futuros, como a compra de uma casa ou capacidade de resposta a situações inesperadas.
Assim, se começou a trabalhar recentemente, fique a conhecer alguns dos erros que deve evitar cometer e, desta forma, conseguir preparar melhor o seu futuro.
1. Aumentar o seu estilo de vida
Quando se começa a trabalhar, pode ser tentador aumentar o seu estilo de vida. O facto de receber um salário e ter mais dinheiro disponível permite-lhe comprar coisas que antes não consideraria. Isto significa que, se não tiver disciplina, pode tornar-se uma "armadilha".
Ao evitar aumentar o seu estilo de vida, torna-se mais fácil alcançar os seus objetivos e tornar-se financeiramente independente.
Por exemplo, suponha que começa a receber cerca de 800€ por mês. Com uma poupança de 100€ por mês, investida durante 40 anos num fundo de investimento com um retorno anual médio de 5%, consegue acumular cerca de 145.000€. Isto, investindo apenas 48.000€ ao longo de 40 anos. Se esta poupança mensal for demasiada para si, comece com 50€. Mesmo assim, continuam a ser cerca de 72.500€ acumulados, sendo que apenas precisou de investir 24.000€.
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2. Tem mesmo de comprar um automóvel?
Por vezes, existem razões que justificam a compra de um carro, tais como a inexistência de transportes públicos no local onde reside, o seu horário laboral, entre outras. No entanto, nem sempre é o caso.
A compra de um automóvel implica custos no momento da sua aquisição, assim como a sua manutenção ao longo do tempo que, geralmente, torna-se cada vez mais cara. Se necessitar de comprar o seu automóvel a crédito, estes custos aumentam consideravelmente.
Suponha um financiamento de cerca de 10.000€ para adquirir o seu automóvel, ao longo de 60 meses (cinco anos), a uma TAN (taxa anual nominal) de 7%. Isto implica um pagamento de quase 200€ mensais, sendo que só em juros vai pagar quase 2.000€. Na prática, estará a pagar mais 20% sobre o valor do seu automóvel. Se juntar as outras despesas associadas ao seu automóvel, tais como o seguro, o Imposto Único de Circulação (IUC), inspeção e eventuais reparações, o custo mensal de mantê-lo pode comprometer as suas finanças. Por isso, avalie sempre a real necessidade de ter um automóvel e, especialmente, se vai precisar de pedir financiamento.
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3. Tentar impressionar as pessoas
Também deve evitar viver acima das suas possibilidades para tentar impressionar as pessoas. Ter a melhor casa ou o melhor automóvel, sem ter capacidade de "sustentá-los", apenas o deixará mais frágil financeiramente. Na pior das situações, pode entrar em incumprimento e ver-se obrigado a entregar os bens aos credores.
Além disso, se tentar sempre "acompanhar" as outras pessoas naquilo que têm, então o mais provável é que este ciclo nunca acabe. Nessa altura, apenas lhe vai restar a opção de recorrer ao crédito, o que só vai piorar a sua situação financeira. Isto significa que as suas decisões financeiras devem estar alinhadas com os seus objetivos e necessidades futuras.
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4. Não colocar a poupança como prioridade
Se gastar o seu dinheiro de forma desenfreada, apenas com vista a obter a satisfação pessoal, rapidamente terá de compensar este desequilíbrio.
Uma das formas mais eficazes para poupar dinheiro enquanto jovem, é pensar nele como se tratasse de uma medida de tempo. Por exemplo, suponha que ganha 10€/hora. Sempre que quiser comprar algo que custe 20€, significa que terá de trabalhar mais duas horas para repor o dinheiro que está prestes a gastar. Ao pensar desta forma, vai aperceber-se que todos os euros contam e a influência que têm em tudo o que compra.
Está disposto a trabalhar mais duas horas para comprar uma nova camisola que custa 20€? Ou a trabalhar um mês seguido para comprar um novo telemóvel topo de gama? Estas são algumas das questões que deve fazer antes de passar o cartão no terminal de pagamento.
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5. Contrair dívidas para comprar "tudo" o que deseja
Independentemente do seu salário ser baixo ou alto, deve ter sempre em consideração o seu orçamento familiar e aquilo que tem capacidade para pagar. Embora com um salário alto seja mais fácil pagar as prestações mensais, também existe o outro lado da moeda: as dívidas geralmente também são superiores.
Idealmente, seja jovem ou não, deve evitar o recurso ao crédito, a não ser que exista mesmo uma necessidade. Por exemplo, para comprar a sua primeira habitação ou um automóvel que precise mesmo para se deslocar. Ainda assim, para a compra de uma habitação, deve pesar os prós e os contras. A sua estabilidade profissional, o potencial de crescimento salarial, a sua saúde, entre outros fatores.
Ao contrário de um crédito à habitação, as taxas de juro de um cartão de crédito são altas, sendo que a taxa máxima aplicável em Portugal é cerca de 15,8%. Por exemplo, se fizer uma compra de 3.000€ e pagar em 36 meses com a taxa máxima, isto significa que vai pagar cerca de 800€ só em juros.
Quando decidir avançar para a compra da primeira casa, não tem de o fazer sozinho. O Doutor Finanças pode ajudá-lo em todos os passos e descomplicar o processo de obtenção de crédito habitação.
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6. Não ter objetivos financeiros
Um dos principais erros a evitar enquanto é jovem é não ter quaisquer objetivos financeiros. Ao não estabelecer quaisquer metas, torna-se difícil conseguir gerir as suas finanças pessoais.
Ao longo do tempo, a inexistência de quaisquer poupanças pode impossibilitá-lo de fazer face a emergências, como uma situação de desemprego inesperada ou um acidente. Por essa razão, definir os seus objetivos financeiros deve ser uma das suas prioridades enquanto é jovem, visto que tem o "tempo a seu favor".
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