No artigo anterior falámos-lhe na base das Finanças Pessoais, que consiste na construção de um orçamento que possibilita conhecermos os nossos hábitos, ponto fundamental para mudarmos comportamentos e começarmos a poupar. Neste artigo iremos falar-lhe da Poupança, o segundo pilar para o sucesso das suas finanças pessoais.
O que significa poupar?
Consegue responder a esta pergunta? A nossa pergunta não é ingénua. Na realidade, vemos que o conceito de poupança não é um conceito consensual. Há quem diga que poupar consiste em acumular muito dinheiro. Há quem pense que para poupar precisar de cortar todas as despesas para ter o dinheiro suficiente para colocar no banco…
Poupar significa deixar de consumir hoje (deixar de gastar) para consumir no futuro. A grande vantagem de adiar a gratificação do consumo presente consiste na possibilidade de consumir proporcionalmente mais no futuro. Isto porque podemos exigir que outros nos paguem para consumir com o nosso dinheiro. Sim. Ao emprestarmos dinheiro ao banco estamos a permitir que o banco o empreste a alguém que prefere consumir no presente em detrimento de consumir no futuro.
Para quê poupar?
A segunda questão no campo da poupança consiste em perceber quais são os objetivos da poupança. Poupamos para quê? Para termos segurança? Para comprar um carro novo? Para pagar os estudos?
A definição de objetivos é fundamental para quem quer poupar. E é simples perceber porque temos de saber os nossos objetivos:
- Se queremos caminhar temos de saber o nosso destino. É fundamental saber o destino para podermos tomar as decisões acertadas sobre o caminho que iremos percorrer. No campo da poupança, isso significa saber quanto devemos poupar, onde colocar o dinheiro, onde cortar na despesa, entre outros.
- Ter objetivos aumenta a motivação. Saber para que estamos a poupar irá ajudar-nos a ter a motivação necessária. E isso ainda é mais verdadeira se considerarmos algumas gratificações que nos permitimos. Por exemplo, se conseguirmos ter um fundo de emergência de 6 meses de despesa podemos depois decidir usar algum dinheiro (que não o do fundo de emergência) para ir passar fora um fim-de-semana.
Como começar?
Se quer começar a poupar mas está algo “perdido” e precisa de orientação, o seu Doutor Finanças sugere-lhe três passos complementares:
- Constituição de um fundo de emergência – O primeiro passo consiste em ter um fundo para emergências. Imagine-se não ter dinheiro para fazer face a alguma despesa urgente e inesperada, como um furo no pneu ou uma ida ao dentista com o seu filho? E imagine agora que perde o seu emprego? Como fazer face a despesas sem ter de recorrer a créditos rápidos? O fundo de emergência permite-lhe ter esse conforto financeiro para passar por situações de adversidade.
- Poupança para um objetivo especifico – Pode ter diversos objetivos para os quais quer poupar. Pode querer poupar para comprar um carro novo ou para voltar a estudar. O importante é que defina os seus objetivos e que inicie o seu caminho.
- Poupança para o longo prazo – Parece-nos que é cada vez mais certo que não iremos ter as reformas que nos prometeram no passado. Aliás, todas as alterações no sistema público de pensões vai no sentido de reduzir o valor das pensões. Assim, por que não começar em breve a constituir o seu Plano Poupança Reforma? Verá que com o tempo ganha muito dinheiro ao mesmo tempo que paga menos impostos.
Parece-lhe muito? Não tem possibilidade de poupar para tudo? É natural. Mas que isso não sirva de fator de desmotivação. O importante é iniciar o seu caminho. Comece pelo fundo de emergência, depois passe para os objetivos específicos e objetivos de longo prazo (estes dois podem andar em paralelo).
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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