Poupança

Poupar a sério! Créditos

Após termos abordado as despesas de Alimentação e Produtos para casa e Telecomunicações, hoje falamos de um tema quente, os Créditos.

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Poupar a sério! Créditos

Após termos abordado as despesas de Alimentação e Produtos para casa e Telecomunicações, hoje falamos de um tema quente, os Créditos.

Após termos abordado as despesas de Alimentação e Produtos para casa e Telecomunicações, hoje falamos de um tema quente, os Créditos.

Pedro Pais é o fundador do financaspessoais.pt e do forumfinancas.pt. O Pedro é um dos maiores promotores de literacia financeira em Portugal contribuindo com centenas de artigos, ferramentas e simuladores que ajudam as pessoas a poupar, a investir ou a decifrar os mistérios da fiscalidade.

A generalidade dos agregados familiares utiliza um ou mais créditos, nomeadamente habitação, pessoal, cartões de crédito, automóvel e outros. Estes créditos pesam no orçamento familiar, especialmente se associados a elevadas taxas de juro, pelo poupar nesta rubrica terá toda a importância.

Este artigo é focado nos créditos que consideramos "caros", isto é, aqueles que apresentam spreads ou taxas fixas superiores a 2%-3%. Quanto aos restantes, mais baratos, na generalidade dos casos o ideal é ir pagando normalmente.

Voltando aos créditos caros, vejamos então as principais formas de poupar:

Renegociação

Se contraiu crédito habitação depois de 2009/2010, é bem provável que lhe tenha sido aplicado um spread elevadíssimo. Felizmente, nos últimos tempos a banca tem estado aberta à renegociação dos créditos, uma vezes na própria entidade onde está o crédito e outras mudando-o de instituição, muitas vezes suportando esta os encargos associados.

A título de exemplo, num crédito habitação de € 100.000, a 30 anos, a diferença de um spread de 3% para 2% representa menos € 50/mês e menos € 18.000 (!) em juros no total do crédito. Poupanças muito significativas, portanto.

Pode tentar fazer essa renegociação pessoalmente, mas recomendamos que utilize a ajuda de um consultor financeiro com experiência no assunto, que o ajudará no processo e terá normalmente outro poder negocial.

Os principais cuidados a ter serão os seguintes:

  • Confirmar que de facto a mudança é compensadora. Para além da comparação do spread, tomar devida atenção à TAE e TAER.
  • Assegurar que a mudança compensa os encargos com a mudança. Em certos casos é possível que o banco assuma os custos.
  • Trabalhar com uma empresa reputada e não tomar decisões precipitadas.

A renegociação é também aplicável a outros créditos, como por exemplo aos cartões de crédito. A abordagem será em tudo semelhante ao acima elencado, com as devidas adaptações.

Amortização antecipada

agenda aberta no dia 20 e 21 com um computador ao lado, óculos e caneta

Se tiver algum capital disponível, uma boa alternativa é efectuar amortizações antecipadas nos créditos. Em termos simples, por cada 1% do crédito que amortizar antecipadamente, poupa 1% na prestação mensal e 1% dos juros totais.

A título de exemplo, num crédito habitação de € 100.000, a 30 anos com TAN de 3%, amortizar € 10.000 significa poupar € 42/mês e um total de € 5.000.

Pode simular o seu caso utilizando a ferramenta Prestação de crédito após amortização antecipada.

Vale sempre a pena amortizar antecipadamente?

Se tiver um crédito com TAE superior a 2%, quase de certeza que sim, uma vez que dificilmente conseguirá rentabilizar o seu dinheiro a uma taxa superior.

Por qual crédito começar?

Em termos lógicos, faz mais sentido começar pelos créditos com a taxa mais elevada, obtendo-se assim maiores poupanças. Mas se tiver vários créditos, começar pelo que tem menor valor em dívida poderá dar uma satisfação psicológica adicional ao ver o valor aproximar-se do zero.

Quanto me vai custar?

Nos créditos habitação e conexos a comissão máxima de amortização é de 0,5% ou 2% sobre o valor amortizado, conforme se trate de crédito indexado ou a taxa fixa.

No crédito ao consumo aplica-se uma comissão máxima de 0,5%, excepto se o crédito for anterior a 2009, em que se aplicam regras especiais.

Consolidação / Juntar créditos

A última sugestão que deixamos pode ou não resultar em poupanças efectivas, mas permite geralmente dar alguma folga ao orçamento familiar, quando estiver super­­­­‑apertado.

Em termos simples, a consolidação de créditos permite "transformar" vários créditos (geralmente ao consumo, pessoais e cartões de crédito) num só, com um período mais alargado. Esse crédito terá uma taxa específica, que deve ser tida em conta.

Ao alargar-se o prazo, a prestação mensal baixará (a redução dependerá da taxa aplicada), o que permite obter a referida folga orçamental. Contudo, como a dívida é paga em mais tempo, sobre a mesma incidirão juros mais tempo, tornando geralmente o crédito mais caro no longo prazo. Ainda assim, dependendo da situação de cada um, é uma alternativa a ter em conta.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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6 comentários em “Poupar a sério! Créditos
  1. Boa tarde Pedro.

    De forma simplificada:

    TAN – taxa anual nominal ( taxa juro + Spread)
    TAE – taxa juro efectiva ( TAN + outras taxas relacionadas com o empréstimo) por exemplo, as comissões de gestão ou outras que em geral são cobradas todos os meses em cada prestação.
    Confira no seu extrato bancário.
    Repare, quando vai comprar um artigo a prestações por 1000 euros, podem referir que a taxa de juro é de 0%. Mas se houver uma comissão para a realização do processo de crédito de 50 Euros, a TAEG será de 5%.
    Na verdade, o custo do crédito é de 5%.

  2. Pergunta rapida, tenho spread de 0,4 mas TAE da me 3,3 qq coisa cm é possivel se a euribor esta tao baixa?

    Ou estou a ler mal os valores da cgd?

    Obrigado

  3. Boa noite Hugo.
    Quando solicitou redução do spread entregou simulações de outros bancos com spreads mais baixos?
    Actualmente consegue noutros bancos pelo menos 1,4%. Claro que isso dependerá da relação avaliação/valor em dívida e não só.

    1. Bom Dia Paulo,
      De facto não recolhi outras simulações.
      Vou ter esse dado em conta numa futura abordagem.

      Muito obrigado pela dica.
      Abraço.

  4. Boa tarde,

    Antes de mais obrigado pela informação.
    Segue agora a minha questão, atualmente possuo um CH na CGD com um spread de 1,900%. Já tentei a negociar o spread mas não tenho tido sucesso, assim questiono, se algum dos leitores desta página já o conseguiu fazer.

    Obrigado.
    Hugo Sousa

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