Em tempos de incerteza como os que atravessamos, poupar deve ser a palavra de ordem. Mas de que forma é que podemos efetivamente poupar, além de deixarmos de gastar?
Vejamos neste artigo como é que, além de diminuirmos os nossos gastos, podemos poupar através de outras estratégias que nos ajudem a reduzir despesas no orçamento mensal.
Deixar de gastar no que não é necessário
A forma mais prática de poupar rapidamente é abdicar de todos os gastos não necessários do orçamento mensal. Ou seja, todos os hábitos de consumo que tinha e que não são essenciais agora, deve diminuir assim que conseguir.
Por exemplo, comer em restaurantes, encomendar comida, comprar vestuário (sem ser por necessidade), atividades de lazer de maior custo são tudo ações que podem ter um grande peso no orçamento mensal.
Não implica, necessariamente, que tenhamos de abdicar de o fazer, existem sempre formas de contornar para que não gastemos tanto dinheiro.
Pode sempre ir a restaurantes mais baratos, instalar aplicações de restauração onde, através da reserva pela app, tem direito a desconto na conta final; descontos em aplicações de entrega de comida; comprar roupa em segunda mão, e aproveitar atividades grátis oferecidas pelas câmaras ou os últimos domingos de cada mês para visitar os museus em Portugal de forma gratuita.
É possível poupar além de cortar nos gastos?
Existem inúmeras formas de poupar, além de começar a cortar nos gastos. Claro que diminuir o quanto gasta ao mínimo indispensável é essencial, mas pode ainda ir por outros caminhos.
Em primeiro lugar, analise o seu orçamento mensal para identificar as áreas onde pode cortar despesas. Há encargos que pode reduzir no imediato, tirando a redução do hábito de gastar.
Por exemplo, pedindo a revisão de contratos também pode conseguir reduzir despesas mensais renegociando condições que possam fazer mais sentido nesta fase.
Além disso, pode ainda ponderar a transferência de contratos para novas instituições com propostas mais apelativas financeiramente.
Se quiser já pensar numa poupança a longo prazo, o ideal é investir o seu dinheiro num produto financeiro que traga retorno no futuro. Ou então, otimize gastos antecipando despesas: gasta agora para não ser obrigado a gastar ainda mais no futuro.
E o que fazer com a poupança? Caso tenha margem de manobra com todas as estratégias aplicadas, coloque o dinheiro num fundo de emergência. Uma vez que nos deparamos com um contexto de incerteza e instabilidade, é importante termos uma poupança de lado caso surjam despesas inesperadas.
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Fazer uma revisão de despesas
Fazendo uma revisão de todas as nossas despesas, principalmente com contratos e respetivas prestações mensais conseguiremos gerar uma poupança imediata.
Se tem créditos e seguros, fale com as instituições para que possam rever as condições dos contratos de forma a baixar as prestações que paga. Renegocie para melhorar as condições de acordo com o que possa fazer sentido com as suas necessidades.
Renegociar crédito habitação: 5 situações em que deve fazê-lo
Por exemplo, caso tenha um crédito habitação, de forma a que lhe baixem o spread, pode adicionar produtos ao crédito, como um cartão de crédito ao qual tem de dar uma determinada utilização por mês. Isso pode ajudar a reduzir a mensalidade. Negoceie condições que lhe baixem a prestação mensal, mesmo se implicar um encargo extra, pois pode compensar.
Ao pedir essas revisões, se não ficar satisfeito com as novas propostas que lhe apresentarem, também pode pedir uma transferência, seja dos créditos seja dos seguros, para novas entidades com propostas mais chamativas.
Além disso, também pode tentar cortar despesas pedindo uma revisão de condições à operadora de telecomunicações, trocar o contrato de eletricidade para um com uma potência menor, revendo os canais que tem na televisão e ponderando se ainda precisa de todos ou partilhando serviços de streaming com outros utilizadores dividindo a prestação entre os vários.
Analise ainda se é possível reduzir a sua fatura do gás trocando para o mercado de gás regulado. Com os novos aumentos do preço do gás anunciados pela EDP e pela Galp, o Governo permitiu aos portugueses voltar ao mercado de gás regulado: o primeiro mercado a existir em Portugal onde o gás é fornecido pelos comercializadores de último recurso (CUR).
Investir dinheiro numa poupança
Apostar num produto financeiro que nos permita alcançar uma poupança a longo prazo também é uma forma de assegurar maior estabilidade financeira.
Tem como exemplos alguns dos seguintes produtos onde pode investir: um depósito a prazo, certificados de aforro ou um Plano de Poupança Reforma (PPR).
Ao investir num destes produtos, deve ter atenção a vários fatores, mas, em particular, ao capital garantido.
Os depósitos a prazo ou os certificados de aforro são produtos seguros e em que não há risco de perda, ou seja, têm garantia de capital.
Relativamente aos PPR, existem dois tipos: os Fundos PPR ou os Seguros PPR. A diferença está no nível de risco, nas expectativas de retorno e no objetivo de rendibilidade. Dependerá então do que espera ao investir num PPR, sendo que a opção mais segura será um PPR com garantia de capital. Caso o objetivo seja alcançar a maior poupança possível, o nível de risco do PRR será maior.
Saiba ainda que pode aderir a um PPR em qualquer momento da sua vida, e não necessariamente perto da idade de reforma. O começo da vida profissional pode até ser uma boa fase para começar a investir num PRR, uma vez que mais tempo tem até à pensão de velhice para ter retorno no investimento.
Leia também: Guia sobre PPR: Chega de dúvidas sobre Planos Poupança Reforma
Otimizar gastos para poupar mais à frente
Também é de extrema importância conseguirmos antecipar despesas. De nada vale estarmos a poupar todos os meses, se mais tarde surge um encargo extra que poderíamos ter precavido.
Isto é, mantermos a nossa saúde “em dia”, como irmos ao dentista com regularidade, pode ajudar a que não surjam problemas como cáries, que teremos de resolver depois, criando uma despesa maior.
Ou, por exemplo, adiar a resolução de um problema que tenhamos no carro ou num eletrodoméstico pode não ser uma boa opção. Mais tarde, podemos ter um problema maior em mãos e uma fatura mais alta para o seu arranjo ou até mesmo substituição.
Se apostar num seguro de saúde ou num seguro de vida, além de ser um encargo a mais por mês, garante que, caso tenha um imprevisto de saúde, o seguro cubra os tratamentos. Além disso, mesmo em situações de consultas de rotina, paga significativamente menos.
Ou seja, poupar pode passar também por gastar naquilo que nos vai gerar poupança mais à frente.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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