Está a pensar criar um Plano Poupança Reforma (PPR) mas não tem conhecimento de quais os tipos de PPR disponíveis? Não se preocupe: antecipadamente, damos-lhe todas as informações que precisa para decidir qual a opção que melhor responde às suas necessidades.
Neste artigo são analisados quais os tipos de PPR, as vantagens deste produto de poupança assim como os pontos a considerar na hora de escolher.
Antes de tudo: o que é um PPR?
O Plano Poupança Reforma é um produto financeiro que tem benefícios fiscais e que é pensado para promover uma maior poupança e investimento a longo prazo.
Além disso, é importante referir que os PPR não são apenas uma poupança para a reforma, já que permitem resgatar o dinheiro em determinadas situações de necessidade.
Por exemplo, pode resgatar para pagar o crédito habitação da sua residência permanente se estiver em situação de incumprimento. Porém, para conhecer as possíveis penalizações no resgate, leia bem as condições do contrato.
De acordo com as projeções do relatório The 2021 Ageing Report da Comissão Europeia, vai existir um aumento da discrepância entre o último salário e o montante recebido na reforma.
Enquanto, em 2025, a taxa de substituição pode ser de 84,9%, em 2070, as previsões indicam que poderá ser apenas de 41,4%. Ou seja, os valores que vamos receber durante a reforma deverão diminuir ao longo dos anos.
Deste modo, atualmente, torna-se essencial criar poupanças que antecipem estas perdas de rendimento a longo prazo.
Leia ainda: Devo fazer um PPR?
Que tipos de PPR existem?
Existem PPR com capital garantido - Seguros Planos Poupança Reforma - e PPR com algum nível de risco associado - Fundos Planos Poupança Reforma.
Vamos ver as diferenças entre estes PPR?
Fundos PPR
São um tipo de PPR que é gerido pelas entidades gestoras de fundos de investimentos e que tem diferentes níveis de risco; logo não apresentam capital garantido. Isto acontece porque se baseiam em unidades de participação com um determinado valor que oscila no mercado.
Assim, com este tipo de PPR, o investidor tanto pode perder parte do montante investido como ganhar um rendimento superior ao que ganharia nos seguros PPR.
Se pretende optar por este tipo de PPR é indicado ler as Informações Fundamentais Destinadas aos Investidores (IFI), documento que permite conhecer os objetivos e política de investimento, perfil de risco e remuneração, encargos e rentabilidades históricas.
Seguros PPR
Neste caso, nos seguros de capitalização, entrega o seu dinheiro a uma seguradora para que esta o aplique num fundo autónomo, que tem capital total garantido e um mínimo de rendimento.
De antemão, empresas de seguros fornecem contratos com informação sobre o PPR e, por norma, fazem referência a:
- Taxa de custos da gestão anual;
- Comissões, que podem ser de subscrição, transferência ou reembolso;
- Rendibilidade efetiva;
- Montante mínimo de depósito, que pode ser mensal.
Em síntese, a principal diferença entre estes dois tipos de PPR são os níveis de risco, que são superiores nos Fundos PPR. Portanto, os Seguros PPR são a melhor opção se preferir uma maior segurança.
A Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) indica quanto estão a render os seguros PPR. Em relação aos rendimentos dos Fundos PPR, fique a par através da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento (APFIPP).
Leia ainda: Fundos PPR e Seguros PPR: Conheça as diferenças
E na prática, quais são as vantagens?
Ter um Plano Poupança Reforma permite-lhe ter um pé de meia para a sua reforma ou para outros imprevistos que podem acontecer na sua vida.
Os benefícios são visíveis a longo prazo:
- Benefício fiscal por entrada de capital: com 20% de dedução à coleta de IRS, em que o limite de valor depende da sua idade.
Ou seja, se tiver menos de 35 anos pode deduzir um máximo de 400 euros se investir 2000 euros anuais. Entre os 35 e 50 anos, deduz um máximo de 350 euros com a condição de aplicar 1750 euros. Por fim, se tiver mais de 50 anos e investir 1500 euros no seu PPR, deduz no máximo 300 euros;
- Flexibilidade no reembolso do valor do PPR sem penalizações nos seguintes casos: reforma por velhice, idade superior a 60 anos, entrada do titular ou de um dos membros do agregado familiar no ensino profissional ou superior se tiver despesas nesse ano, pagamento de prestações do crédito habitação no caso de habitação própria e permanente, desemprego de longa duração, incapacidade para trabalhar, doença grave, entre outros. Nos primeiros quatro casos, só podem ser resgatados valores em PPR feitos há, pelo menos, 5 anos;
- Benefício fiscal de saída, ou seja, no resgate: enquanto nos outros instrumentos a taxa de tributação é de 28%, no caso do PPR, se o montante for resgatado de acordo com a lei, e se o titular o mantiver durante, pelo menos, cinco anos, a taxa pode ser de 8%;
- Facilidade de transferir o PPR para outro.
Leia ainda: Existe a idade “ideal” para começar a investir num PPR?
Como escolher o tipo de PPR mais indicado para si?
Como já referimos acima, o Plano Poupança Reforma permite-lhe poupar para manter a sua qualidade de vida durante a reforma.
Acima de tudo, importa ter em conta as características de cada PPR para que possa escolher tendo em conta as suas necessidades. Logo, deve considerar estes fatores na escolha do seu PPR:
- Rentabilidade: é importante saber qual é a rentabilidade a longo prazo e optar por um PPR com valores superiores à taxa de inflação média;
- Flexibilidade: possibilidade de mudar de perfil de risco sem sofrer penalizações;
- Transparência: o prospeto deve ter informações relativas ao capital garantido, ao risco do PPR, às comissões associadas e aos custos da gestão anual.
Ou seja, na altura de escolher o seu PPR, a leitura do prospeto informativo é muito importante para a tomada de decisão.
Em conclusão, os Planos Poupança Reforma permitem-lhe poupar ao longo do tempo para chegar à idade da reforma e ter um complemento do valor que vai receber da Segurança Social.
Existem dois tipos de PPR: os seguros, que são geridos por seguradoras e têm capital garantido, e os fundos, que são geridos pelas entidades gestoras de fundos de investimentos e não têm garantia de capital.
Os benefícios de ter um plano deste género na sua vida são, sobretudo, os benefícios fiscais de entrada e de saída, a facilidade de transferência do PPR e a flexibilidade no reembolso do valor sem penalizações em determinados contextos.
Logo, para ter estes benefícios, a escolha do PPR deve ser pensada e refletida desde já, tendo em conta a rentabilidade, a flexibilidade e a transparência na informação.
Está a pensar constituir um PPR? Esclareça as suas dúvidas no Guia sobre PPR e fale com os nossos especialistas que o vão ajudar a escolher a melhor solução para si.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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