Por considerarem uma melhor escolha, muitos portugueses compram diariamente água engarrafada. Assim, partilhamos consigo um artigo sobre poupança neste mesmo item.
Pedro Pais é o fundador do financaspessoais.pt e do forumfinancas.pt. O Pedro é um dos maiores promotores de literacia financeira em Portugal contribuindo com centenas de artigos, ferramentas e simuladores que ajudam as pessoas a poupar, a investir ou a decifrar os mistérios da fiscalidade.
Ao longo dos anos tem-se vindo a popularizar o consumo de água engarrafada, relegando a água da torneira para segundo plano. Esta tendência está associada à hipotética impureza da água da torneira e aos supostos benefícios da água engarrafada.
A verdade é que vender água engarrafada é um óptimo negócio para as empresas e um péssimo negócio para si.
Se por acaso morar em Lisboa, o metro cúbico (1000 litros) custa, no pior dos casos, menos de €2 (€0,002/L), enquanto um garrafão de 5L, de marca branca/distribuição, custa no mínimo €0,38 (€0,08/L). Estamos a falar de cêntimos, é verdade, mas já reparou que a água engarrafada custa, no mínimo, 39x mais?
Além de tudo, a poupança não é só para si, é também para o ambiente. Por cada litro de água que beber da torneira é menos uma garrafa gasta, é menos um rótulo e menos x quilómetros em transportes.
Imagino que esteja a pensar "mas a água engarrafada é muito mais saudável"... Será? Não posso falar por todos os concelhos de Portugal, mas pelo menos a água de Lisboa parece-me óptima. E não é apenas por me parecer.
O Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR) reporta que em em 2007 foram feitas mais de 13000 análises à água do concelho de Lisboa e que apenas 47 dessas análises não estavam dentro dos parâmetros admissíveis. Será que as companhias que engarrafam a água fazem assim tantas análises?
Mas não vá na minha conversa, pode ver como tem sido a evolução da qualidade da água no seu concelho ou mesmo ler o relatório completo sobre a qualidade da água para consumo humano. Decida por si.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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Confesso que quando visito os meus tios em Lisboa não consigo beber água da torneira. Aqui na zona do Porto faço-o regularmente (mesmo perante olhares esgazeados de pessoas que acham que vou cair para o lado por causa disso).
Chego a Lisboa e o hábito leva-me a fazer o mesmo mas deito-a logo fora. Não sei se é do calcário ou se o tratamento é diferente mas simplesmente não consigo bebê-la…
@Hugo S.,
Se respondeste 🙂
Obrigado pelo comentário muito esclarecedor e claro.
Esta discussao de agua engarrafada vs agua da torneira já é longa, aliás noutros países, várias câmaras municipais decidiram acabar com o consumo interno de água engarrafada já que os valores dispendidos eram mt elevados.
E o ambiente tb n é de esquecer: para se fazerem garrafas de plástico utiliza-se petróleo com as respectivas emissoes de CO2 para o ambiente, o transporte tb é feito a custa de petroleo e a reciclagem é mt pouca face às garrafas consumidas. Para além disso restam-me sp dúvidas relativamente à inocuidade total do plastico da garrafa para a saúde.
Eu vivo no concelho e Oeiras e só consumo água da torneira, vulgo, água del cano…. nunca tive qualquer tipo de problema e acho que a água até é agradável.
“O Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR) reporta que em em 2007 foram feitas mais de 13000 análises à água do concelho de Lisboa e que apenas 47 dessas análises não estavam dentro dos parâmetros admissíveis. Será que as companhias que engarrafam a água fazem assim tantas análises?”
Quanto à sua pergunta, está tudo descrito no Decreto-Lei nº 306/2007, de 27 de Agosto, o qual estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano, procedendo à revisão do Decreto-Lei n.º 243/2001, de 5 de Setembro. Pode encontrá-lo, no formato pdf, em http://www.dre.pt
No quadro B3, da página 5363 (17, no pdf), referente a “Frequência mínima de amostragem e análise de águas colocadas à venda em garrafas ou outros recipientes” lê-se que, colocando à venda mais de 60m3 por dia, a entidade tem que efectuar os controlos de rotina 1 e 2 em uma amostra anual por cada 5m3 e fracção remanescente para o volume total. No caso do controlo de inspecção a quantidade fica-se por uma por cada 100m3 e fracção remanescente para o volume total. Desta forma, uma grande empresa de engarrafamento de águas efectua muito poucas análises por ano, podendo aumentar os controlos internos em determinadas alturas do ano ou em casos pontuais.
Contudo, há que referir que uma água engarrafa provém de um lençol subterrâneo, geralmente a grande profundidade, com uma muito baixa (se não nula) contaminação microbiológica. O único processo a que é submetida é uma filtração, para remoção de impurezas, ao passo que uma água de captação, que, como deve saber, é efectuada geralmente em rios (tenha em conta a poluição), tem que passar por processos de purificação e desinfecção, sendo para tal muito utilizado o cloro.
Espero ter respondido à sua questão.
@Dav7,
Foi mais ao contrário 🙂 Ter ouvido (ou visto) essa campanha incentivou-me a escrever o artigo.
mesmo a propósito, os smas de oeiras e outro concelho (n me lembro) acabam de lançar 1 campanha publicitária na TV a favor do consumo de água da torneira 🙂
Quanto à pureza da água das nossas torneiras ninguem tenhas dúvidas, agora, quanto ao sabor da maioria das nossas águas engarrafadas, também não, pois são das melhores a nível mundial. Sem aquele sentimento do que é português é o melhor… Obviamente que o consumo de água engarrafada poder-se-á apenas prender ao sabor.
Após esta nota introdutória, vou dar a minha dica para poupar água: marca branca!
Em Portugal, para uma água ser engarrafada, tem que cumprir bastantes critérios de qualidade (daí haver uma diferença entre águas de nascente e minerais, sendo no entanto, ambas muito boas). Isto leva a que não seja fácil fundar novas explorações, recorrendo as marcas ditas brancas, a marcas que já existem.
Vejamos um exemplo: nos antigos Carrefours, tinhamos água preço 1, água carrefour, água penacova. 3 nomes bastante distintos mas referentes à mesma água (conhecida por Penacova) e por vezes estavam as três à venda ao lado umas das outras com preços também eles MUITO distintos. No caso da água Continente acontece o mesmo, sendo a água do continente a água Glaciar. Se nos outros produtos de marca branca é dificil por vezes saber qual o correspondente de marca, no caso da água é muito simples, pois é necessário referirem a fonte de água, basta dar uma olhadela no rótulo.
Neste blogue, até poderia haver um tópico com as marcas brancas e a correspondente marca branca (não sei se legalmente é possível). há uns anos margarina rio bravo era vaqueiro e os patés eram da marca manás.
Para terminar, posso confessar que a minha água favorita é a do Fastio, Luso e Vitalis, no entanto, quando vou ao Continente evito comprá-las pois a da marca continente chega a ser 1/3 do preço! Ficando o seu sabor mais próximo destas que da água canalizada.
Fica a dica neste excelente site!! Abraço
Concordo plenamente com o que diz. A água da torneira é, na grande maioria das vezes perfeitamente saudável para se beber. No entanto, devido aos tratamentos que recebe para que o seu consumo seja inócuo, por vezes ganha sabores menos agradáveis. Confesso que é essa a razão que me leva a consumir água engarrafada, o sabor.
Mas repito que tem toda a razão. Não há qualquer motivo para duvidar da qualidade da água da rede.
Cumprimentos.
A água em Lisboa pode ser tecnicamente muito boa, mas sempre me soube muito mal.
Digamos que sinto sensações de pré-vómito.
Só há duas águas engarrafadas que consumo: água do fastio (para beber, para café) e água das pedras.
De resto a água da torneira vai para cozinhar, sumos, limonadas, etc.
Mas pura… ou eu tenho problemas com o calcário, ou é questão de gosto pessoal, mas não tolero 🙁