Preços, salários, impostos: O que muda em 2025?

O novo ano vem sempre acompanhado de várias novidades. Há atualizações salariais, mudanças nos impostos e alterações dos preços de vários serviços. Saiba o que fica diferente em 2025, dos rendimentos aos preços, passando pelos impostos e pelas expectativas relativamente às taxas de juro.

Preços em 2025

Entre rendas, portagens, transportes públicos, telecomunicações e até cultura, são vários os preços que aumentam em 2025.

Rendas

Os senhorios estão autorizados a subir as rendas em 2,16%. Esta é uma informação que já se sabia desde setembro de 2024, já que foi nessa altura que o Instituto Nacional de Estatística divulgou o Índice de Preços no Consumidor, sem habitação, registado nos últimos 12 meses até agosto. Esse é o indicador que serve de referência à atualização das rendas no ano seguinte.

Além disso, os senhorios que não atualizaram as rendas nos últimos dois anos podem somar esses coeficientes e subir o valor cobrado até 11,1%.

Em todo o caso, a primeira atualização só pode acontecer um ano após a celebração do contrato, e o mesmo prazo deve ser cumprido entre atualizações. Ou seja, um contrato que tenha começado em junho só pode ser atualizado nesse mês.

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Portagens

O ano de 2025 trouxe dois tipos diferentes de novidades para quem anda em autoestradas. Começando pelos cortes, entrou em vigor o fim das portagens em sete ex-SCUT no interior e no Algarve. Assim, voltou a ser gratuito circular na A4, A13 e A13-1, A22, A23, A24, A25 e A28 (nos lanços entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque).

No entanto, também há preços que sobem. Há taxas de portagem que subiram 2,21%, com a Brisa a atualizar 52 das 93 taxas da classe 1. Por exemplo, a ligação Lisboa-Porto pela A1 ficou 70 cêntimos mais cara e passou a custar 24,60 euros. Já a viagem entre Lisboa e o Algarve pela A2 subiu 60 cêntimos e custa agora 23,30 euros.

Por fim, as novidades para quem tem de atravessar as pontes que ligam a margem sul do Tejo a Lisboa. Entrar na capital pela Ponte 25 de Abril num veículo de classe 1 ficou cinco cêntimos maus curo e custa 2,15 euros. Na Ponte Vasco da Gama, o preço para a mesma classe subiu 10 cêntimos e passou a custar 3.30 euros.

Transportes públicos

Nos transportes públicos vai sentir a diferença quando comprar bilhetes ocasionais. Apesar de os bilhetes da Carris Metropolitana manterem os preços de 2024, os da Carris/Metro subiram cinco cêntimos, passando a custar 1,85 euros. Comprar a viagem a bordo também ficou mais caro e passou a custar 2,20 euros no autocarro e 3,20 euros no elétrico (ambas aumentaram 10 cêntimos).

Em relação aos passes navegante metropolitano e navegante municipal, nada de novo: continuam a custar 40 euros e 30 euros, respetivamente.

No Porto, os passes metropolitano e municipal também mantêm os preços, mas os bilhetes de bordo na rede UNIR aumentaram entre 10 e 30 cêntimos.

Por fim, entrou em vigor o Circula.pt, a nova designação do Passe Social+. Este passe oferece descontos nos títulos de transporte de utilização mensal ou de 30 dias consecutivos. Se até aqui estava restrito às áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, agora passou a abranger todo o país.

Além das pessoas que já beneficiavam da redução do valor do passe, vão passar a estar também abrangidas as que têm um grau de incapacidade igual ou superior a 60% e os desempregados de longa duração.

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Telecomunicações e energia

Quem é cliente MEO vai sentir um aumento dos preços em 2025, uma vez que a Altice anunciou atualizações para este ano. A NOS vai manter os tarifários e a Vodafone não anunciou o que vai fazer no ano que agora começa.

Já a conta da luz deve ser das poucas a baixar. É que apesar da subida de 2,1% anunciada para o mercado regulado, a quantidade de energia taxada a 6% de IVA aumentou de 100 kilowatt/hora (kWh) para 200 kWh por período de 30 dias, o que terá impacto no custo final. No caso das famílias numerosas passa de 150 kWh para 300 kWh.

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Cultura

Entrar em museus e monumentos é mais caro este ano do que era o ano passado. A Museus e Monumentos de Portugal subiu os preços para 2025 e criou três patamares: 15, 10 e 5 euros. A inclusão em cada um deles depende de constarem na lista de Património Mundial da UNESCO, da importância das coleções apresentadas e da pressão turística da zona.

A única exceção a estes patamares é o Mosteiro dos Jerónimos, que passou a custar 18 euros. Ainda assim, mantêm-se a gratuitidade de 52 dias por ano para portugueses e estrangeiros residentes.

Rendimentos

2025 traz mais uma subida do salário mínimo, aumentos nas pensões e a possibilidade de as empresas pagarem um prémio salarial até 6% da remuneração bruta anual sem descontarem IRS nem Segurança Social.

Salários

O salário mínimo passou a ser de 870 euros em 2025, um aumento de 50 euros em relação ao ano passado. Já o salário mínimo na função pública é ligeiramente superior: 878,41 euros.

Além disso, o Orçamento do Estado trouxe novidades nos prémios que as empresas pagam aos trabalhadores. Assim, os pagamentos feitos "de forma voluntária e sem caráter regular, a título de prémios de produtividade, desempenho, participações nos lucros e gratificações de balanço" passam a estar isentos de IRS e contribuições para a Segurança Social. Isto desde que não ultrapassem 6% do salário bruto anual do trabalhador.

Para poderem beneficiar desta alteração, as empresas têm também de garantir um aumento médio dos salários de 4,7% em relação ao ano anterior e aumentar a remuneração dos trabalhadores que recebam igual ou abaixo da média, no mínimo, em 4,7%.

Por fim, há novidades também no subsídio de refeição. O valor isento de IRS, quando pago em cartão ou vales de refeição, passa de 9,60 euros para 10,20 euros.

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Pensões

As pensões até 3 Indexantes dos Apoios Sociais (IAS), ou seja, 1.567,50 euros, beneficiam do aumento extraordinário e permanente de 1,25%, que soma ao valor de aumento previsto na lei. Assim, as reformas até 1.045 euros sobem 3,85% (2,6% da lei + 1,25% de aumento extraordinário) e as pensões entre 1.045 euros e 1.567,50 euros têm um aumento de 3,35% (2,1% + 1,25%).

Acima disto, as reformas até 3.135 aumentam 2,1% e até 6.270 euros sobem 1,85%. As restantes não sofrem qualquer aumento.

Por fim, algo que já se sabia há algum tempo: a idade da reforma aumentou para 66 e sete meses.

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Impostos

Um novo modelo de IRS Jovem, subida dos escalões do IMT e 42 Câmaras Municipais e baixarem a taxa de IMI. Saiba o que muda nos impostos em 2025.

IRS

O Governo atualizou os escalões em 4,6% e o primeiro, por exemplo, passou de 7.703 euros para 8.059 euros. Além disso, na altura do reembolso, a dedução específica passa a ser de 4.462 (era de 4.104 euros). Isto significa que vai haver mais 358 euros livres de impostos.

2025 marca ainda o arranque do novo IRS Jovem. Continua a ser um modelo que isenta do pagamento de imposto uma parte dos rendimentos (da categoria A e B) dos sujeitos passivos não dependentes, mas o prazo e os limites de idade e isenção foram alterados. Além disso, a escolaridade deixou de ser um critério.

Assim, quem tiver até 35 anos pode beneficiar do IRS Jovem durante os primeiros 10 anos (seguidos ou interpolados) de trabalho. A isenção tem o limite de 28.700 euros e é de :

• 100% no primeiro ano;
• 75% entre o segundo e quarto ano;
• 50% entre o quinto e o sétimo ao;
• 25% entre o oitavo e o décimo ano.

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IMT

Os escalões de IMT subiram 2,3%, não havendo qualquer alteração nas taxas. Assim, no Continente, os primeiros 104.261 euros passam a ser isentos de imposto.

Além disso, estas atualizações têm impacto nos apoios criados para ajudar os jovens até aos 35 anos a comprar a primeira casa para habitação própria e permanente. Neste caso, passam a estar isentas na totalidade de IMT e imposto do selo as aquisições até 324.058 euros (em 2024, o limite era de 316.772 euros). Entre este valor e 648.022 euros, os impostos incidem apenas sobre a parte que excede 324.058 euros.

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IMI

Este ano, 42 municípios baixaram a taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Entre estas, destaque para Vila Real de Santo António, que era a única a praticar uma taxa de 0,5% e este ano desceu o IMI para 0,45%. Assim, não há nenhuma autarquia a cobrar a taxa máxima.

No entanto, também houve quem tenha aumentado o imposto. São os casos de Torre de Moncorvo (0,3% para 0,45%) e de Évora (0,38% para 0,39%).

Juros

2024 terminou com o Banco Central Europeu (BCE) a cortar a taxa de juro de referência pela quarta vez no ano. Com isto, a taxa de depósitos fechou nos 3%, mas há a expectativa de que o BCE não fique por aqui.

Assim, espera-se que haja mais alívios ao longo de 2025. Não se sabe ainda de quanto nem até que valores, embora em dezembro se acreditasse que o banco central pudesse chegar à reunião de junho a fixar a taxa de depósitos nos 2%. Mas nisto das previsões é sempre preciso cautela e ter em consideração que a realidade pode mudar a qualquer momento, fazendo com que aquilo que se esperava não se cumpra.

Em relação à Euribor, os futuros à data em que escrevemos este artigo apontam para que a taxa a seis meses possa ser de 2,11% em junho e de 2% no final do ano.

Já os swaps das taxas de juro - que servem de referência para as operações de taxas fixas - estão a negociar na casa dos 2,3%.

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O que esperar do PIB e da inflação?

O Governo espera que a economia portuguesa cresça 2,1% em 2025, suportada num crescimento de 2% do consumo privado e de 3,5% tanto das exportações como do investimento. Já o Banco de Portugal prevê um crescimento de 2,2% no PIB, 2,7% no consumo privado, 3,3% nas exportações e 4,6% no investimento.

A Comissão Europeia é a entidade menos otimista em relação ao crescimento da economia portuguesa: prevê que seja de 1,9%, em 2025.

Quanto à evolução dos preços, o Governo estima uma inflação de 2,3% em 2025. Esta previsão fica ligeiramente acima das previsões feitas pelo Banco de Portugal e pela Comissão Europeia: ambas as entidades preveem que se situe nos 2,1%.