O mês de setembro pode ser considerado, para as crianças e para o orçamento familiar, um mês de recomeço devido ao regresso às aulas. É, por isso, importante que prepare os seus filhos emocionalmente para este regresso, mas também a sua carteira para todas as despesas alocadas ao processo.
Este pode ser um processo dispendioso e stressante, mas não precisa de ser. Existem inúmeras dicas de poupança que pode adotar para que não seja uma dor para a sua carteira, nem um motivo de aflição.
Vejamos neste artigo vários caminhos por que pode optar para um regresso às aulas tranquilo, tanto para as suas contas, como para a criança e dinâmica familiar.
Ainda vai comprar o material escolar? 5 dicas para poupar
- Estabeleça um orçamento e cumpra-o
Se quiser evitar créditos, a primeira coisa que deve fazer é estabelecer um orçamento para todos os custos que vai ter neste regresso às aulas: desde material escolar, a manuais, a despesas ao longo do ano letivo, entre outros.
Desta forma, construa, juntamente com os seus filhos mediante as necessidades de cada um, uma lista de tudo o que é necessário comprar e estabeleça um limite máximo de custos.
É importante que cumpra este limite, mesmo que surjam contratempos ou os seus filhos o pressionem a comprar algo mais desnecessário. Todos devem estar mentalizados do limite, para que não o ultrapassem e não sejam necessárias medidas extras, como créditos, para um regresso às aulas desafogado.
- Reutilize e aproveite as promoções
Ao construir a lista e o orçamento com os seus filhos, verifique o material escolar que sobrou do ano anterior, se for o caso, pois pode haver algo possível de reutilizar. Muitas vezes, os cadernos não são utilizados até ao fim, pelo que podem ser utilizados de novo; ou um lápis, caneta, borracha, que ainda estejam em bom estado – se calhar são materiais que não é necessário voltar a comprar este ano.
Também pode optar por procurar promoções nesta altura. Algumas lojas, supermercados e papelarias fazem promoções ao material escolar por volta desta altura, pelo que, se estiver atento e fizer uma pesquisa online prévia, pode descobrir algum local onde os materiais que o seu filho quer estejam mais baratos.
Esta é uma dica importante, porque pode estar a comprar noutro local sem promoções um material que esteja em promoção noutro sítio. Se vários materiais estiverem em promoção, pode ser uma poupança significativa no total.
- Não se esqueça de pedir fatura com contribuinte
Outra forma por onde pode ficar a ganhar com os gastos do material escolar, é pedir sempre fatura com contribuinte em todas as compras que faz.
Não só consegue deduzir despesas do setor educação, mas também ter benefícios fiscais como a devolução de 15% do IVA em cada fatura na qual coloca contribuinte.
- Compre materiais em segunda mão
Há certos materiais mais dispendiosos que se calhar não valem a pena comprar ao preço total, pois pode encontrá-los em segunda mão, tal como uma calculadora ou uma mochila.
Existem inúmeros sites de venda em segunda mão onde encontra este tipo de materiais a preços mais em conta e em bom estado. É o caso do Marketplace no Facebook, do OLX ou do Custo Justo.
- Opte pelos manuais gratuitos
Há uns anos os manuais eram das maiores despesas para os pais no regresso às aulas dos filhos. Porém, atualmente, já há a possibilidade de ter acesso a manuais gratuitos através da plataforma MEGA.
Desde que o seu filho frequente uma escola pública ou privada com contrato de associação, pode ter acesso a estes vouchers.
Há dois anos que é possível ter este benefício, desde o 1.º ao 12.º ano de escolaridade obrigatória, pelo que pode ser menos uma despesa com a qual tem de se preocupar.
Tenha apenas em consideração as condições para poder usufruir destes vouchers ao longo dos próximos anos.
Leia ainda: Regresso às aulas: Dicas para poupar no material escolar
Comece a preparar o seu filho previamente
- Prepare a entrada na escola com calma
Para que o seu filho regresse calmamente às aulas, deve preparar não só as suas emoções bem como as dele.
A transição do final das férias para o começo da escola pode ser difícil para algumas crianças. Por isso, é importante preparar as emoções do seu filho focando pensamentos positivos. Voltar à escola pode significar rever amigos, professores, aprender coisas novas, praticar novas atividades.
Porém, por outro lado, deve também gerir as expectativas da criança para que não se desiluda com expetativas altas.
- Antecipe os horários e crie as rotinas da escola antes de as aulas começarem
Deve também começar a antecipar os horários e a preparar a rotina familiar e do seu filho, para que o regresso à escola não seja brusco.
Acorde o seu filho e deite-o às horas a que vai passar a fazê-lo assim que começar as aulas, para que se vá habituando à rotina do novo ano letivo.
- Explique o contexto atual
O contexto atual está constantemente a sofrer mudanças. Aquilo a que o seu filho estava habituado, em relação às medidas de segurança para a COVID-19, já mudou desde o ano letivo anterior. Pelo que é importante conhecer as novas regras impostas pela escola do seu filho. Explique-lhe quais as novas medidas de higiene que deve seguir para que se mantenha seguro neste regresso às aulas.
- Construam o calendário letivo com as datas importantes
Um calendário letivo pode ser importante para que o seu filho se mantenha organizado nos estudos. É possível colocar nesse calendário as datas de testes, entregas de trabalhos, entre outros, assim como datas importantes, incluindo feriados, férias ou atividades escolares.
É assim uma boa opção fazer a construção deste calendário juntos, pois podem personalizá-lo ao gosto dele, ao mesmo tempo que organizam o seu ano escolar.
Como motivar as crianças para o regresso à escola?
- Envolva a criança na escolha de algum material
Para motivar o seu filho para este novo ano letivo, envolva-o na compra do seu próprio material escolar. A compra do material é, normalmente, um dos momentos mais entusiasmantes para as crianças no começo de um novo ano letivo.
Por isso, se ainda não comprou o material, comprar o material com ele e deixá-lo decidir o que quer, dentro do orçamento, pode ser uma boa forma de motivar o seu filho para este regresso às aulas.
- Crie um espaço de estudo ao gosto do seu filho
Organizar o espaço de estudo do seu filho com ele e ao gosto dele, também pode ser outro fator de motivação para o começo dos estudos.
Ter um espaço arrumado e personalizado, vai ajudá-lo a sentir-se incentivado para estudar e fazer os trabalhos de casa no regresso das aulas.
- Se for uma nova escola, façam uma visita antes
Se for o caso de o seu filho ir para uma escola nova neste ano letivo, algo que o pode motivar a este recomeço é ir conhecer a escola antes de a frequentar.
Ver o local onde vai passar a maior parte do seu tempo no próximo ano, pode ajudá-lo a sentir-se mais confortável e motivado a entrar no ano letivo com o pé direito.
- Valorize as conquistas e as novas aprendizagens
É importante também que, para motivar o seu filho já no começo das aulas, consiga valorizar todas as conquistas e aprendizagens, por mais pequenas que sejam.
Um incentivo assim, por menor que seja, pode ser o quanto basta para que o seu filho acorde todos os dias com vontade de continuar a frequentar as aulas e a dedicar-se aos estudos.
- Inscreva-o numa atividade extracurricular
A prática de uma atividade extracurricular pode ser um grande fator de motivação para o seu filho no começo de um novo ano letivo. Veremos as várias opções que podem escolher, bem como as vantagens desta prática.
Pondere atividades extracurriculares neste regresso às aulas
Para alguns pais, as atividades extracurriculares podem ser uma grande ajuda na dinâmica familiar, pois, além de manter os filhos mais tempo ocupados, estimula-os para um melhor descanso e ajuda-os a desenvolver outras capacidades.
Além disso, se for uma atividade ao gosto da criança, promove a sua felicidade e bem-estar. Algo que ajuda a um crescimento saudável, tanto a nível psicológico, social e físico. Auxilia também na motivação com que a criança regressa a um novo ano letivo, sabendo que regressa/inicia também esta atividade.
Mesmo famílias com menos possibilidades económicas, conseguem ter acesso a atividades de forma gratuita, como é o caso das AEC (Atividades de Enriquecimento Curricular).
Conheça o leque de opções
De forma gratuita, a Direção-Geral da Educação disponibiliza três vertentes das AEC:
- As Atividades de Animação e de Apoio à Família na Educação Pré-Escolar (AAAF), para as crianças no pré-escolar, decorrendo antes e depois do período diário de atividades educativas e nos períodos de interrupção das mesmas;
- As Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC), para o 1.º ciclo do ensino básico, englobando atividades de caráter facultativo, lúdico, formativo e cultural;
- E a Componente de Apoio à Família no 1.º ciclo do Ensino Básico (CAF), também para o 1.º ciclo do ensino básico, a decorrer antes e depois das componentes do currículo e AEC, e também nos períodos de interrupção letiva.
À parte disso, se tiver possibilidade, tem diversas atividades nas quais pode inscrever o seu filho. Porém, deve ter em conta e ponderar se consegue disponibilizar do seu orçamento mensal uma parte para que ele frequente essa atividade.
Lembre-se que cada atividade tem o seu custo: não só o da inscrição, como também o do possível material necessário para a atividade, e as mensalidades. Por exemplo, para o futebol, terá de comprar uns ténis próprios para que ele consiga jogar.
Vejamos então as várias atividades e as mais populares: dentro das atividades mais desportivas, podem optar por futebol, natação, patinagem; nas atividades lúdicas, pode colocar o seu filho na música, a aprender um instrumento, na pintura e artes plásticas, na dança, no teatro ou a aprender um novo idioma.
Para escolher a atividade certa, além dos benefícios e vantagens de que falaremos de seguida, é essencial que tenha também em consideração as preferências do seu filho. Mesmo que ele não saiba ainda, ajude-o a conhecer as várias atividades que existem para que tomem a decisão em conjunto.
Benefícios psicológicos, físicos e sociais das atividades extracurriculares
O principal benefício da prática de atividades extracurriculares nas crianças é a estimulação e desenvolvimento de competências físicas e artísticas, mas pode ajudá-las também a ter mais iniciativa, autonomia, capacidade para gerir o seu tempo, para estabelecer objetivos, aprender a lidar com desafios, ganhar confiança e autoestima, uma nova motivação que poderá até tornar-se em carreira, ajudar na socialização, criar sentimento de pertença e diminuir frustrações. Traz também benefícios a nível escolar, uma vez que pode melhorar o rendimento dos estudos ajudando-as a ter uma maior capacidade de foco e aprendizagem.
Pediu algum apoio da Ação Social Escolar?
Se o seu filho estudar no ensino público, no pré-escolar, ensino básico ou secundário, saiba que existem apoios da Ação Social Escolar (ASE) que comparticipam despesas escolares. A este apoio só têm direito famílias com rendimentos mais baixos. Porém, se ainda não pediu, pode ser tarde demais. Se já, conheça como funcionam estes apoios da ASE.
Estes apoios foram criados para garantir a igualdade de oportunidades entre os alunos no âmbito escolar, não só a nível de acesso bem como de sucesso, para que todos possam terminar os estudos sem dificuldades. Podem ser pedidos mediante candidatura por agregado familiar, a quem são depois avaliados os rendimentos.
São apoios que ajudam principalmente com a alimentação no refeitório da escola, visitas de estudo, material escolar.
Como se diferenciam os escalões da ASE?
Os escalões da Ação Social Escolar dividem-se de acordo com os três primeiros escalões do abono de família, mas são identificados como A, B e C.
Escalão A – 1.º escalão do abono de família, é atribuído quando os rendimentos anuais do agregado familiar são iguais ou inferiores a 3.071,67 euros;
Escalão B – 2.º escalão do abono de família, disponibilizado a agregados familiares com rendimentos anuais até 6.143,34 euros;
Escalão C – 3.º escalão do abono de família, para agregados familiares com rendimentos anuais que não ultrapassem os 9.215,01 euros.
Quais os apoios disponibilizados pela ASE?
Atualmente, os apoios da ASE englobam as seguintes áreas de comparticipação:
- Alimentação no refeitório: para o escalão A, esta área é comparticipada a 100% pelo apoio, para o escalão B comparticipa 50%, sendo que o aluno tem de suportar 0,73 euros, e no escalão C ficam a cargo do aluno 1,46 euros. No período de interrupções escolares também já possível atualmente os alunos continuarem a ter esta comparticipação na alimentação.
- Material escolar: nesta área, o ASE comparticipa com um valor anual de 16 euros para o escalão A e de 8 euros para o escalão B, sendo que o C não tem comparticipação aqui.
- Visitas de estudo: o escalão A recebe um valor anual de 20 euros para visitas, o escalão B de 10 euros, e o escalão C não é comparticipado aqui também.
- Alojamento numa residência familiar: existe ainda a possibilidade de, nos escalões A e B, se ter direito, se justificado, a uma comparticipação para alojamento numa residência familiar. Para isso, é calculada uma fórmula para cada escalão:
- Escalão A: comparticipação de 15% do IAS/mês (x10)
- Escalão B: comparticipação de 8% do IAS/mês (x10)
Ainda é possível pedir os apoios da ASE para 2021/2022?
As fases de candidaturas iniciam e terminam quando cada escola decide, mas costumam ocorrer entre maio e agosto. Porém, há escolas que fazem ainda uma segunda fase de candidaturas em setembro.
Recorra ao site ou contacte a escola que o seu filho frequenta e verifique a informação para este ano letivo sobre a ASE, para que, se ainda for possível, se possa candidatar através dos meios disponibilizados pela escola.
Regresso às aulas e fim das moratórias? Evite novos créditos
Este ano, o regresso às aula pode revelar-se mais complicado do que nos anos anteriores. Muitas famílias estiveram a beneficiar das moratórias no crédito habitação e vão sentir um aumento dos seus encargos a partir de setembro.
Acima de tudo, é fundamental manter a calma, perceber quanto vai ficar a pagar no fim da moratória do crédito habitação, rever todos os encargos mensais, e antecipar soluções, que podem viabilizar as suas finanças. É fundamental conhecer as soluções à sua disposição. Até porque, está garantido que as famílias em dificuldades estão protegidas até ao final do ano.
Além disso, nesta altura do ano, a tentação de contrair um crédito para comprar tudo e ainda ficar com alguma folga pode ser grande. Contudo, pondere bem se é realmente preciso. O crédito pode dar a sensação de alívio imediato, mas será um encargo adicional que vai ter nos meses que se seguem.
Faça uma pesquisa extensiva sobre todas as formas por onde pode reduzir custos neste recomeço à escola e avalie o que é imprescindível para começar e o que pode ir comprando ao longo do ano.
Desta forma, pode concluir que não será necessário fazer um crédito e ficar a pagar mais uma prestação mensal durante uns quantos meses.
Já tem vários créditos? Avalie a consolidação de crédito
Depois de seguir todas as dicas de poupança para diminuir os custos do regresso às aulas, se ainda precisa de reduzir encargos para conseguir suportar todas as despesas, ao invés de ponderar um novo crédito, considere um crédito consolidado.
Se tem mais do que um empréstimo, a consolidação de crédito pode ser uma opção a ter em conta. Imaginemos que tem dois créditos pessoais (um que usou para comprar um computador e outro que usou para mobiliar a casa) e que tem dívidas por saldar nos cartões de crédito. Uma forma de aliviar os seus encargos mensais é juntar estes créditos num, ficando apenas com uma prestação. Desta forma, conseguirá uma taxa de juro média mais baixa, garantindo uma redução dos seus encargos imediata.
Faça as contas, recorra a calculadoras e simule a sua situação. Junte todos os créditos e avalie quanto poderá ficar a pagar através do crédito consolidado.
Se for bem ponderado entre vantagens e desvantagens, um crédito consolidado pode ser uma boa solução para o seu caso. Isto porque lhe liberta orçamento para que consiga suportar todos os custos do processo de regresso às aulas do seu filho.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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